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Vítima de feminicídio é morta por jovem que a culpava por separação dos pais

Campo Grande News em 15 de Maio de 2025

Reprodução

Simone da Silva em foto publicada nas redes sociais

Simone da Silva, 35 anos, foi morta a tiros na quarta-feira (14), dentro da própria casa, na frente dos filhos. O autor do crime é William Megaioli Ebbing, 22 anos, que se apresentou posteriormente à polícia. O fato ocorreu em Itaquiraí, a 405 quilômetros de Campo Grande.

Simone passa a integrar a estatística de feminicídios em Mato Grosso do Sul, que já registra dez casos apenas neste ano. A vítima anterior, Thácia Paula Ramos, foi assassinada quatro dias antes.

Conforme consta no boletim de ocorrência, o feminicídio ocorreu na residência da vítima. O filho mais velho de Simone, um adolescente de 14 anos, foi quem pediu socorro. Ele usou o celular da mãe para entrar em contato com uma tia, que acionou a Polícia Militar logo após os disparos.

A Polícia Civil e a perícia foram acionadas. No local do crime, Simone foi encontrada sem vida. Os trabalhos periciais foram realizados e o corpo da vítima, removido pela funerária.

Após o crime, William fugiu, mas apresentou-se pouco depois na 1ª Delegacia de Polícia de Naviraí, acompanhado de sua advogada. Ele levava consigo o revólver calibre .38 utilizado no assassinato, com duas munições deflagradas.

O caso foi registrado como feminicídio majorado e porte ilegal de arma de fogo.

Conflito familiar

Conforme relatado pela mãe de William, seu marido mantinha um relacionamento amoroso com a vítima, mesmo sem se separar oficialmente dela. Ela afirma que o filho foi levado ao limite após anos de violência doméstica e pressões psicológicas por parte do pai.

“Ele batia no meu filho, humilhava com palavras, dizia coisas horríveis. Isso vinha acontecendo há muito tempo. Meu filho não aguentou mais”, relatou, pedindo para não ser identificada. Segundo ela, o relacionamento entre o marido e Simone teria começado há cerca de dois anos e, desde então, a família vivia em clima de constante conflito.

A mãe de William afirma que o marido, além de agredi-la, planejava substituir sua presença na padaria da família por Simone. Na versão da mulher, “ele queria colocar ela no nosso comércio, no meu lugar. Me batia, me ameaçava. E meu filho viu tudo isso. Ele tomou minhas dores".

Na véspera do crime, o pai teria chegado em casa embriagado, portando a arma que depois seria usada no assassinato. Ainda segundo a mulher, ele chegou a disparar para o alto. “Meu filho pediu a arma, mas ele não quis entregar. Depois que ele dormiu, o William escondeu a arma. Ele me disse: ‘Vou esconder, senão o pai mata a gente’".

Na manhã do crime, a tensão voltou. O homem recomeçou a beber e, durante mais uma discussão, William teria perdido o controle. “Ele falou: ‘É por causa daquela mulher que você está fazendo isso tudo. Eu vou matar ela.’ Eu tentei impedir, mas ele saiu e fez o que fez”, contou.

O pai do suspeito também foi preso. A esposa dele, mãe de William, solicitou medida protetiva após alegar que também foi agredida e ameaçada pelo marido.

Simone passa a integrar a estatística de feminicídios em Mato Grosso do Sul, que já registra dez casos apenas neste ano. A vítima anterior, Thácia Paula Ramos, foi assassinada quatro dias antes.