Dois flagrantes: onça-parda é resgatada na BR-262 e onça-pintada é vista na Ramão Gomes

Parecendo estar pedindo por socorro em plena BR-262, uma onça-parda ou puma, foi resgatada por viajantes no início da noite de quinta-feira, 17 de abril. O felino parecia estar com as patas machucadas e não se mostrou agressivo durante toda a ação.

O registro foi feito pela corumbaense Chendy Martins, que viajava com a amiga, Aryele Benício, em direção a Corumbá, no trecho antes de chegar em Aquidauana, próximo à entrada que dá acesso ao município de Dois Irmãos do Buriti.

Ao Diário Corumbaense, Chendy Martins contou que ela e a amiga viajavam para aproveitar o feriado prolongado com a família. Antes de chegar ao trecho, avistou alguns carros parados e imaginou que seria um acidente na rodovia.

"Muitos carros pararam, bloqueando a estrada e dando o sinal do pisca-alerta, fui para o  acostamento achando que era um acidente. Ao me aproximar, vi que era o resgate da onça-parda, que estava com as patinhas dela machucadas. As pessoas que estavam passando pelo local se uniram e ajudaram no resgate. A onça parecia estar pedindo por ajuda, pois em nenhum momento se mostrou agressiva, parecia entender que era para o bem dela”, descreveu.

Ao passar pelo local, Chendy ouviu que o animal realmente estava ferido nas patas e que seria levada possivelmente para algum órgão ali nas proximidades. “Acredito que a levaram para Aquidauana ou Anastácio, não ficamos sabendo, apenas vimos o resgate até o momento de ela ter sido colocada dentro de um suporte. Ela aceitou a ajuda e entrou com um empurrão de um homem que estava ajudando”, disse Chendy.

Ainda conforme ela, foi a primeira vez que viu de perto uma onça-parda, porém, já havia tido a experiência de ver uma onça-pintada quando navegava pelas águas do rio Paraguai.

“Amei vê-la de perto e poder acompanhar o resgate, mas fiquei triste de ver a situação, acredito que ela tenha sido atropelada, mas não ficamos sabendo. Ela estava pedindo ajuda mesmo que nem se mostrou agressiva durante o resgate”, reforçou. 

Durante a entrevista, Chendy fez um alerta. No trajeto que fez, de Campo Grande até Corumbá, viu muitos animais na rodovia, a maioria morta, por atropelamento.

“Ver a majestosa onça foi uma surpresa enorme, daquelas que a gente nunca esquece. Mas confesso que meu coração apertou ao notar que suas patas estavam machucadas. Uma tristeza imensa imaginar o que pode ter acontecido. Por isso, reforço um pedido a todos os condutores que circulam por essa região tão rica em vida selvagem: redobrem a atenção. A velocidade permitida não é uma sugestão, é uma medida de segurança crucial para evitar acidentes trágicos. A pressa nunca justifica a perda de uma vida. Dirijamos com atenção e cuidado, protegendo a todos", pediu.

Onça-pintada na Ramão Gomes

Além do resgate da onça-parda, também na noite desta quinta-feira (17), uma onça-pintada foi vista no trecho ao lado da Delegacia da Polícia Rodoviária Federal, na rodovia Ramão Gomes, que liga Corumbá à fronteira com a Bolívia.

O local é de intenso tráfego de veículos. O radialista Júnior Silva e mais três pessoas estavam em um veículo e voltavam da Bolívia para Corumbá, pouco depois das 21h, quando avistaram o felino.

Eles pararam o carro e filmaram o animal, que estava sentado e ficou por poucos segundos no local. Depois, saiu em direção à mata. As imagens viralizaram nas redes sociais. "Já vi onças no Pantanal, no rio Paraguai, mas assim na área urbana, nunca. Filmamos e viemos embora", disse o radialista. 

Os animais

A onça-parda ou puma, também conhecida no Brasil por suçuarana e leão-baio, é um mamífero carnívoro, da família dos felídeos e gênero Puma, nativo da América. Foi originalmente classificada no gênero Felis, mas estudos genéticos demonstram que a espécie evoluiu em uma linhagem próxima à chita e ao gato-mourisco

Já a onça-pintada, conhecida também como jaguar, jaguaretê, onça-preta (quando melânica), impressiona pelo porte, pelagem e por ser a principal predadora das nossas florestas. O animal, que se distribui por quase todos os biomas brasileiros, exceto no Pampa, está atualmente em 19 países da América Central e do Sul. Este dado representa 45% da distribuição de ocorrência histórica do felino, que já foi extinto em outros dois países: Uruguai e El Salvador. Nos rios do Pantanal encontramos a maior densidade da espécie, mas também indícios de perda de habitat e caça.

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