Campo Grande News em 14 de Março de 2025
Divulgação/Ibama
Marina Gattass: área para pouso de helicópteros, saída por água e próximo ao aeroporto internacional
Com a experiência de 30 anos no setor e vivenciando os anos atípicos e mudanças dos períodos de início do fogo, Yule começou a reestruturar a base da Brigada Pronto Emprego Pantanal, que há dois anos está instalada no Parque Municipal Marina Gattass, na Rodovia Ramão Gomes, saída de Corumbá para a fronteira com a Bolívia. Com mais brigadistas e equipamentos, a base vai operar de forma permanente até 2028.
O parque sem uso público é estratégico para o Ibama. Facilita o deslocamento fluvial (está situado na margem do Canal do Tamengo, que deságua no rio Paraguai, ao lado da captação de água de Corumbá) e conta com sala de situação e monitoramento em tempo real, por meio de plataforma de gestão de incêndios florestais, que também detecta automaticamente os focos de calor. São 11 câmeras de alta resolução instaladas em várias regiões do bioma.
Chuvas são irregulares
Divulgação/Ibama
Helicóptero transportou veículo para o combate ao fogo na fronteira com a Bolívia, no ano passado
“O rio (Paraguai) de agora está ganhando somente do ano passado, que foi o pior do século com a cota negativa de 69 centímetros”, observa. “As chuvas têm sido irregulares, temos regiões alagadas e outras no seco. Estamos com déficit de água no Pantanal, lençol freático baixo, o que chover não vai resolver o problema da escassez. Por isso, temos que agir logo e integrar nossas forças com os parceiros de sempre, governo estadual, ongs, pantaneiros.”
As brigadas do Prevfogo vêm aumentando de ano a ano, passando de 143, em 2023, para 172, em 2025, as quais não atuam apenas nas áreas indígenas e parques nacionais. Também reforçam a força-tarefa montada pelo Corpo de Bombeiros. Este ano, a preocupação do Prevfogo é manter, a partir de junho, uma base fixa com 15 brigadistas na reserva dos Guató, situada na fronteira com a Bolívia e divisa do Estado com Mato Grosso, a 350 km de Corumbá.
Não existe fogo zero
Neste local, no ano passado, ocorreu um dos combates mais dramáticos. O fogo que devastou 17% da Floresta Chiquitana, no lado boliviano, avançava para a fronteira, ameaçando a aldeia e o complexo da Serra do Amolar. Márcio Yule conta que foi um confronto direto e intenso, onde 60 homens enfrentaram calor extremo, atoleiros, poeira em suspensão e a exaustão. “A solução foi abrir um aceiro de 35 km na fronteira, na motosserra e no facão”, lembra ele.
Divulgação/Ibama
Base do Prevfogo em Corumbá melhorou a logística no deslocamento rápido dos brigadistas
Ainda sem uma definição do que poderá gastar na base do Marina Gattass – depende da aprovação do orçamento da União -, com novos alojamentos, mais viaturas e aeronaves de grande porte de combate a incêndios florestais, Márcio Yule defende a prevenção como prioridade. “O manejo do fogo é cada vez mais necessário, não existe fogo zero. Precisamos trabalhar a educação ambiental, com ações articuladas, envolver as comunidades”, propõe.
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