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Caso Sophia: começa julgamento de mãe e padrasto de menina morta em 2023

Campo Grande News em 04 de Dezembro de 2024

Henrique Kawaminami/Campo Grande News

Com cadeira vazia entre eles, réus são posicionados próximos dos respectivos advogados

Às 08h37 desta quarta-feira (04), o juiz Aluizio Pereira dos Santos, da 2ª Vara do Tribunal do Juri, iniciou a sessão de julgamento de Stephanie de Jesus Silva, 26 anos, e Christian  Leitheim, 27 anos, pela morte da menina Sophia de Jesus Ocampo, história que causou comoção nacional.

Antes da entrada dos réus, o juiz voltou a falar que está proibida a transmissão ao vivo do julgamento como forma de preservar a vítima, por se tratar de criança que terá a morte devassada em depoimentos, áudios e vídeos. Sophia morreu no dia 26 de janeiro de 2023, aos 2 anos e 7 meses, em Campo Grande.

Em seguida, Stephanie e Christian entraram no plenário e se sentaram de frente para o corpo de jurados, posicionados do lado oposto.

Stephanie se sentou primeiro e Christian na ponta, deixando uma cadeira vazia entre os réus. Os dois apontam versões diferentes para o caso. Ele, padrasto da menina, diz que estava dormindo, sendo acordado por Stephanie com aviso de que Sophia estava passando mal.

A defesa de Stephanie diz que ela também era vítima de violência doméstica e não conseguiu se desvencilhar de relacionamento abusivo. Também diz que Christian não agredia a filha na sua frente. 

A acusação

Na tarde do dia 26 de janeiro de 2023, a menina deu entrada na UPA do bairro Coronel Antonino, no norte de Campo Grande, já sem vida. Inicialmente, a mãe, que foi até lá sozinha com Sophia nos braços, sustentou versão de que ela havia passado mal, mas investigação médica encontrou lesões pelo corpo, além de constatar que a morte havia ocorrido cerca de quatro horas antes da chegada ao local.

O atestado de óbito apontou que a garotinha morreu por sofrer trauma raquimedular na coluna cervical (nuca) e hemotórax bilateral (hemorragia e acúmulo de sangue entre os pulmões e a parede torácica). Exame necroscópico também mostrou que a criança sofria agressões há algum tempo e tinha ruptura cicatrizada do hímen – sinal de que sofreu violência sexual.

Para a investigação policial e o MP, Sophia foi espancada até a morte pelo padrasto, depois de uma vida recebendo “castigos” físicos. 

O padrasto será julgado por homicídio qualificado por motivo fútil, meio cruel e praticado contra menor de 14 anos, além de responder por estupro de vulnerável. Já a mãe será julgada por homicídio doloso por omissão.