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Fronteira reabre nesta terça, mas volta a ser fechada se governo não confirmar Censo em 2023

Leonardo Cabral em 09 de Agosto de 2022

Foto enviada ao Diário Corumbaense

Fronteira foi fechada pelo prazo de 48 horas e deve ser reaberta no final da tarde

A fronteira da Bolívia com Corumbá segue fechada pelo segundo dia consecutivo. Denominada como Paro Cívico, a mobilização acontece em protesto ao adiamento do Censo Demográfico. O tráfego de veículos na linha internacional está impedido, somente é permitida a passagem de pedestres. 

Ao Diário Corumbaense, o presidente do Comitê Cívico de Puerto Quijarro, Mario Enrique Rodriguez, falou que o protesto segue até às 18h desta terça-feira (09), mas adiantou que, se não houver nenhuma resposta do governo federal, que adiou o Censo de novembro de 2022 para 2024, a fronteira voltará a ser fechada.  

Mario explicou que o Censo Demográfico precisa ser realizado o quanto antes, pois o Estado de Santa Cruz de La Sierra e outros departamentos estão sendo muito prejudicados. “O que queremos é que o Censo Demográfico seja realizado até junho de 2023, no máximo. O último foi realizado em 2012, ou seja, de lá pra cá muita coisa mudou. Santa Cruz, conforme o ultimo levantamento, tinha 2 milhões de habitantes, desde então, essa população cresceu, ainda mais com a migração de pessoas de outras cidades e departamentos da Bolívia, que optaram por viver lá. Então, isso afeta diretamente no repasse de verba pública para investimentos, políticas sociais, que deveria ser de acordo com o número de pessoas que vivem no departamento”, explicou Mario.

“Se for feito em 2024, o resultado legal vai sair em 2026, vamos ter um atraso de 20 anos na contagem populacional, que afeta também o setor político. Santa Cruz hoje tem 28 deputados, com 2 milhões de habitantes; com 4 milhões, pode chegar a quase 48 na Câmara Federal. Estamos com muito atraso”, ressaltou Mario Rodriguez.

Além disso, o presidente do Comitê Cívico de Puerto Quijarro diz que com a abertura da fronteira nesta terça, às 18h, vai ser dado prazo de uma semana para o governo se manifestar. Se não der nenhuma resposta, o Paro Cívico vai ser retomado. 

“Temos um sistema aqui na Bolívia, o primeiro Paro foi de 24h, demos intervalo de uma semana, agora retornou por 48h. Então, vamos dar uma semana de intervalo para a população poder se abastecer. O próximo fechamento, na semana que vem é de 72h. Se o movimento interinstitucional não der resultado, vamos fazer bloqueio por tempo indefinido”, avisou.

Além da fronteira, há pontos de bloqueios na estrada Bioceânica. “Temos muitos pontos de bloqueios na Bioceânica, como nas cidades de Carmen Rivero Torrez, Roboré, San José e Pailon”, concluiu Mario.

Santa Cruz

Em Santa Cruz de la Sierra, distante mais de 600 km da fronteira com Corumbá, embora haja tráfego de veículos em diferentes áreas, não é o movimento habitual que se vê na chamada 'hora do rush'.

O ministro de Obras Públicas, Édgar Montaño, mandou desbloquear pontos de bloqueio e acusou o governador Luis Fernando Camacho, de praticar atos irregulares e semear ódio e ressentimento entre o povo de Santa Cruz, um discurso repetido que também é replicado do lado oposto. Há até um vídeo circulando nas redes sociais em que Montaño é chamado de "ministro de gangue" por enviar seus aliados para desbloquear as estradas e incitar confrontos.

Os cívicos pediram à população mobilizada para que não caia em confrontos ou provocações de pessoas ligadas ao MAS e UCS, porque a paralisação deve ser um movimento pacífico e com foco nas reivindicações que giram em torno do censo para 2023.

Com informações do jornal El Deber.

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