Leonardo Cabral em 03 de Dezembro de 2021
Divulgação/Polícia Federal
Um dos pontos investigados pela PF na operação
Todos os mandados foram expedidos pela 1ª Vara Federal do município. Conforme as investigações, foi possível detectar que, mesmo após a operação realizada em agosto, um novo grupo criminoso, os "coiotes", estava atuando e explorando a lacuna deixada pelo grupo anterior, alvo da primeira ação.
O Diário Corumbaense apurou que das cinco pessoas presas pela PF, três delas, todos homens, foram presos em Corumbá. As outras duas pessoas, mulheres, na cidade de Lençóis Paulista, em São Paulo, mas foi confirmado que elas são de Corumbá e estavam viajando para aquele cidade.
Além das prisões, os agentes da PF apreenderam dinheiro (real e dólar), provavelmente oriundo do pagamento de estrangeiros para a travessia na fronteira com a Bolívia.
A TV Morena, no MS 1, informou que um funcionário da empresa foi alvo de buscas e que ele colabora com as investigações.
Trilhas na fronteira
Segundo a Polícia Federal, o grupo articulava um esquema de travessia de haitianos pela “trilha do Gaúcho”, na divisa do Brasil com a Bolívia. Nos períodos da manhã e noite, estes suspeitos buscavam meios de atravessar ilegalmente os migrantes, entre eles, crianças e mulheres grávidas.
Já dentro da trilha, os estrangeiros eram auxiliados por “carregadores” bolivianos, que tinham a função de mostrar o percurso até o território do país vizinho, além de prestar apoio no transporte das malas dos haitianos, mediante o pagamento de valores abusivos.
Em ocasiões em que os “coiotes” foram acompanhados pelos policiais, foi possível observar que, ao menos uma vez, cidadãos haitianos foram abandonados no meio da rua, após os criminosos perceberem a aproximação da polícia.
Os investigados poderão responder pelos crimes de promoção de migração ilegal e organização criminosa (art. 232-A, § 1º do Código Penal e art. 2 da Lei 12.850/2013), conforme aprofundamento dos trabalhos investigativos.
Fom'ale II
A operação chamou-se Fom'ale II em razão da continuidade da ação deflagrada em agosto. Este nome faz alusão a uma expressão em idioma Creole, falado no Haiti. Esta expressão significa “preciso ir embora” em tradução livre, e aduz a vontade destas pessoas em deixarem o país em busca de novas oportunidades em países como Chile, México e Estados Unidos.
A Delegacia da Polícia Federal em Corumbá mantém canal de denúncias anônimas através do e-mail uip.cra.ms@pf.gov.br e do telefone 67 99202 8240. Caso saiba de informações sobre este ou outros casos de competência da PF entre em contato.
(matéria editada para acréscimo de informação)
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