Leonardo Cabral em 29 de Novembro de 2021
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense
Evento na Cripam lançou a cartilha de orientação
“Só quem passa por uma situação dessa sabe como é, sabe o sentimento. Aos cinco anos de idade eu vivi isso na pele e em um período muito importante na vida de uma criança, da infância. Na época, a minha família não tinha acesso a informações, mas era uma família bem estruturada (pai, mãe, irmãos e avós). Passei por situações que foram irreversíveis em minha vida, a situação aconteceu dentro da minha casa”, relembrou Shirley que ainda revelou ser a primeira vez, depois de muito tempo, que fala sobre o assunto abertamente. “Em todos esses anos, essa é a primeira vez que falo em público abertamente. É um momento de romper as barreiras e lutar contra esse crime”, afirmou ao Diário Corumbaense.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense
Cartilha foi lançada para ser tornar mais um meio de combate ao abuso e exploração sexual
“Todas essas atividades me trouxeram esperança, libertação. Hoje estou preparada e defendo, quebro o silêncio e apoio todas as pessoas que precisam de ajuda. Enquanto profissional da educação, digo que temos que ser uma rede de proteção, de importância para as nossas crianças e jovens que estão perto de nós e que ao passar por uma situação pela qual passei e que não vemos, que possamos escutar. A cartilha é um instrumento significativo, importante para todos, trazer esse alerta, informação é necessário, gritar é fundamental para calar esse crime. A cartilha é muito importante para todos, enfim, para mim também, porque é sinônimo de esperança, coragem, luta de vida e transformação”, acrescentou Shirley.
A cartilha
“Entre as várias ações que o projeto que a Cripam desenvolve, ela captou ano passado o recurso do Fundo da Criança e do Adolescente – esse fundo gerou um termo de colaboração, com foco de colaborar no combate ao abuso e exploração sexual de crianças e adolescentes e como produto deste termo de colaboração, surgiu a cartilha que foi construída com a colaboração de alguns educadores e algumas crianças, que fizeram desenhos. Ela é um termo, um produto escrito que vai servir de prevenção, proteção, conscientização, sensibilização para prevenirmos as nossas crianças e adolescentes”, explicou a gestora de Projetos Sociais da Cripam, Luciene da Costa Cunha.
Durante o evento de lançamento, nove crianças, das mais diferentes idades, foram destacadas. Foi através das mãos de cada uma delas, que os desenhos foram inseridos na cartilha. “Essas imagens externam como o mundo deveria ser para elas. Demos a liberdade e os desenhos foram colocados na cartilha”, falou Luciene.
“Desenhei uma igreja, pois como estamos próximos do Natal, que representa o nascimento de Cristo, encontramos a esperança de um mundo melhor para vivermos. Fiquei bastante emocionado em poder ver meu desenho fazendo parte dessa luta, que é a conscientização para que não haja abuso contra as nossas crianças”, falou Júlio que participa de projetos como capoeira, filmes, pintura, desenho e educação física. Na insitutição.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense
Orgulhosa do "neto-filho", Elaine disse que procura sempre orientar o menino
A cartilha é composta por várias informações e orientações de como combater o crime de abuso e violência sexual contra crianças e adolescentes. Ainda reforça com uma frase: “Quebre o silêncio!”, fazendo menção em relação às denúncias que devem ser feitas através do Disque 100; Conselho Tutelar- 0800 647 4488; Daiji- 3234-9900; Polícia Militar – 190; Creas- 3907 5586; Cripam/CAIJI - 3232-0290; Escolas e Unidades Básicas de Saúde.
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