Pela primeira vez em 20 anos, PT não terá candidato a prefeito em Corumbá

Depois de protagonizar as três últimas eleições para prefeito de Corumbá com Ruiter Cunha de Oliveira e Paulo Duarte, o Partido dos Trabalhadores (PT) não terá candidato à Prefeitura Municipal e quebra uma tradição de duas décadas: de sempre apresentar um candidato majoritário.

Desta vez, o partido que comandou Corumbá por 11 anos consecutivos, se limitará à tentativa de eleger pelo menos três vereadores na eleição de 02 de outubro. Na majoritária decidiu pelo apoio à candidatura à reeleição de Duarte, que deixou a sigla em março deste ano. Curiosamente, terá Ruiter – que foi eleito e reeleito chefe do Executivo corumbaense pela legenda – como um de seus adversários. Ele é o candidato do PSDB.

Desde 1996, o PT em Corumbá entra na disputa eleitoral apresentando nomes para a Prefeitura. Em 1996, Arturo Ardaya foi candidato e obteve 4.010 votos. Quatro anos depois, em 2000, o Partido dos Trabalhadores chegou perto de comandar o Executivo Municipal com Manoel Vitório, que conquistou 15.276 votos e ficou em segundo lugar. Em 2004, com os 26.588 votos de Ruiter Cunha, o PT chegou à prefeitura pela primeira vez. Situação que se repetiu em 2008, com a reeleição de Ruiter e seus 39.880 votos. A hegemonia petista foi mantida em 2012, com Paulo Duarte que conquistou a Prefeitura corumbaense com 27.400 votos.

Os dados históricos do Tribunal Superior Eleitoral (TSE) revelam ainda que em 1992, o Partido dos Trabalhadores não teve candidato na eleição majoritária (que naquela situação contou com sete nomes na disputa a prefeito). Em 1988, o PT corumbaense disputou com Luiz Carlos Mesquita e obteve 1.705 votos.

Marcos Boaventura

Presidente do PT de Corumbá, Marcos de Souza Martins, durante encontro do Partido dos Trabalhadores

Ao Diário Corumbaense, o presidente do Diretório Municipal do PT, Marcos de Souza Martins, disse que o partido passa por um momento de reconstrução – “reinvenção”, como ele definiu – e o fato de não apresentar candidatura majoritária própria pode ser explicado por esse processo.  “É claro que foi uma decisão difícil, o partido está numa fase de se reinventar. Por tudo o que temos visto e o PT tem sofrido nos últimos tempos, a grande lição que nós temos no momento, é que o partido tem que voltar às origens, se reinventar. Nessa reinvenção entendemos que o PDT é o partido que tem identidade programática e ideológica com o PT. Da mesma forma, o governo do Paulo Duarte tem programas que têm identidade com aquilo que o PT pensa. É um processo de reconstrução”, afirmou.

O presidente do PT local explicou que o apoio à reeleição de Duarte foi definido no final do primeiro semestre deste ano e posteriormente referendado na convenção. “No mês de junho, nosso calendário eleitoral estabeleceu o prazo para o PT decidir se apoiava candidato de outro partido. O prefeito Paulo Duarte, do PDT, apresentou solicitação de apoio. Foram convocados os delegados, não é o diretório que vota, são os delegados eleitos em 2013. E esses delegados votaram pelo apoio ao Paulo Duarte. A convenção é apenas com a executiva, que faz aquilo que foi determinado pelos delegados”, completou.

Marquinhos, como o dirigente é mais conhecido, disse que a convenção petista definiu que o partido terá 13 candidatos a vereador e se coligou com o PSOL na disputa proporcional. “Nosso pensamento é fazer de dois a três vereadores. Perdemos dois vereadores, que foram para o PDT. Esperamos manter o total de dois – que o partido tem atualmente – e fazermos pelo menos mais um”, finalizou.

Eleições 2016

Este ano, Corumbá deve ter três candidatos a prefeito. Elano de Almeida (PPS), Ruiter Cunha de Oliveira (PSDB) e Paulo Duarte (PDT). Os dois primeiros já oficializados em convenção. A ratificação do nome de Duarte será na quinta-feira, dia 04, no Corumbaense Futebol Clube.

O PSTU, que em 2012 concorreu com o professor Marco Antônio Oliva Monje para prefeito, confirmou que não terá candidatos a vereador e nem para prefeito nas eleições de 02 de outubro.