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Servidores do IFMS e da UFMS realizam manifestação de repúdio contra cortes do Governo Federal

Caline Galvão em 23 de Setembro de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Manifestação em Corumbá faz parte do Dia Nacional de Paralisação dos Servidores Públicos Federais

Diversas categorias do funcionalismo público federal realizaram na manhã desta quarta-feira (23) protestos em todo o País contra novos cortes orçamentários divulgados pelo Governo Federal. Em Corumbá, servidores do Campus do Pantanal da Universidade Federal do Mato Grosso do Sul (UFMS/CPAN) e do Instituto Federal de Mato Grosso do Sul (IFMS) realizaram protesto que culminou em caminhada e “apitaço” desde a Frei Mariano, na altura do Clube Riachuelo, passando pela Delamare, até a praça Generoso Ponce.

Ao som de músicas que fazem reflexão sobre a atual situação do País, os servidores seguravam cartazes com frases de repúdio, como “por melhores condições de trabalho”, “contra o congelamento de salários”, “contra arrocho fiscal”, “a conta não é do trabalhador”, “não ao confisco do salário” e falavam que “o cidadão brasileiro não pode pagar a conta pela corrupção”, que “uma pátria educadora não precisa cortar 20% da educação”, e que “quem onera a administração pública não é o servidor, mas a má administração da máquina pública”.

O Dia Nacional de Paralisação dos Servidores Públicos Federais foi estabelecido durante última reunião organizada pelo Fórum das Entidades Nacionais dos Servidores Públicos Federais. O principal objetivo é expor a rejeição contra os novos cortes federais que confiscam salários de servidores, suspendem novos concursos e provocam sucateamento da administração pública. Nas últimas decisões do Governo Federal, em torno de 10 bilhões de reais que foram cortados da administração pública vão impactar diretamente sobre os servidores públicos.

Em torno de 10 bilhões no corte orçamentário federal vai impactar diretamente sobre os servidores públicos federais

Tiago Thomaz de Assis, representante do comando de greve do IFMS e do comando unificado de greve, explicou que essa é uma paralisação nacional em repúdio às medidas adotadas pelo Governo Federal na última semana com cortes nas negociações que estavam sendo construídas. O aumento salarial dos docentes e técnicos, que aconteceria em janeiro, foi postergado para agosto de 2016. Com os cortes no orçamento, haverá prejuízos na contratação de novos servidores através de concursos. A partir do ano que vem, somente concursos já autorizados pelo Ministério do Planejamento e Orçamento serão realizados.

Durante o protesto, foi visto também cartaz com a reinvindicação “por uma Universidade mais democrática”. Tiago explicou que isso significa a necessidade da participação igualitária na escolha e tomadas de decisões, onde o peso do voto seja igualitário entre docentes, técnicos e estudantes. Hoje na UFMS não há voto paritário, ou seja, o voto de algumas categorias vale mais em detrimento do voto de outras. Os manifestantes do Instituto Federal também reivindicam a sede própria, já que os cortes no orçamento vão impactar nisso. “Só há orçamento para o ano que vem, 2017 e 2018 ainda é uma incógnita”, afirmou Tiago. 

Fernando Lara, coordenador do Sindicato dos Técnicos Administrativos da UFMS (Sista), seccional Corumbá, lembrou do corte no abono permanência pronunciado pelo Governo Federal na última semana. Esse abono é a gratificação do servidor que já tem condições de se aposentar, mas que prefere continuar trabalhando. “A presidente vai cortar isso e, por outro lado, cortou os concursos públicos. As pessoas que já têm tempo para se aposentar, que recebe a gratificação que será cortada, provavelmente vão pedir a aposentadoria, mas não haverá concurso público para substituir essas pessoas, isso vai causar o sucateamento da administração pública”, comentou Fernando.

O coordenador do sindicato afirmou que o Campus do Pantanal já tem condições de aposentar 12 servidores, dos 56 concursados, o que vai gerar grande impacto no número de funcionários. “Essas medidas, somando com o congelamento dos salários, porque nosso salário já está 30% defasado, faz com que façamos essa manifestação”, concluiu Fernando Lara.

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