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Polícia investiga se assassinato de Goldoni tem ligação com disputa comercial

Campo Grande News em 15 de Setembro de 2015

Imagem registrada por Fernando Soares, morador da região

Em Ponta Porã, moradores acreditam que assassinato de Goldoni tenha ligação com briga com ex-parceiros comercial

O ex-prefeito de Ponta Porã, Oscar Goldoni (PDT), foi morto por dois pistoleiros em frente ao prédio do Detran daquela cidade. O fato aconteceu por volta das 11h40 da manhã de terça-feira (15). Ele foi alvejado por vários disparos de pistola e fuzil calibre 5.56 e, conforme informações apuradas, pelo menos quatro tiros acertaram a cabeça do empresário e ex-deputado estadual e federal sul-mato-grossense.

Informações apuradas pela polícia no local do crime e os primeiros levantamentos da perícia mostram que Goldoni tinha acabado de sair da agência do Detran e caminhava até sua caminhonete, Toyota Hilux, estacionada em frente. Os pistoleiros estavam em uma caminhonete escura, ainda não identificada. Os primeiros tiros teriam sido disparados em direção ao ex-prefeito quando ele estava na calçada. Goldoni conseguiu correr, abriu a porta do seu veículo, pegou sua pistola calibre 9 milímetros e trocou tiros com os pistoleiros, mas foi atingido e morreu no local.

Ao lado do corpo, a polícia encontrou uma pistola usada pelo ex-parlamentar. No local do crime, a polícia recolheu 24 cápsulas deflagradas de calibres 9mm e 5.56 e quatro cápsulas de um calibre não identificado.

O titular da 1ª Delegacia de Polícia de Ponta Porã, Jarley Inácio de Souza, disse que existe a possibilidade de Goldoni ter conseguido atingir pelo menos um dos pistoleiros, o que pode ajudar nas investigações. O delegado afirmou que está em contato com a polícia do Paraguai para tentar descobrir se alguma pessoa ferida a tiro procurou atendimento do outro lado da fronteira. Ainda de acordo com ele, a morte de Oscar Goldoni é mais um dos crimes encomendados e praticados por matadores profissionais na fronteira do Brasil com o Paraguai.

Linha de investigação

Por enquanto, a única linha de investigação da polícia civil é uma briga comercial que se arrasta há tempos e gerou dois boletins de ocorrência de tentativa de homicídio, em que o ex-prefeito era apontado pelas vítimas como suposto mandante. O caso envolveria os irmãos Fábio e Fabrício Moresco, que sofreram atentados e ao registrar as ocorrências na 1ª Delegacia declararam que o único com quem tinham desavença era Goldoni.

O delegado regional de Ponta Porã, Clemir Vieira Júnior, afirmou que, na época, Oscar Goldoni foi ouvido nos inquéritos e negou que tivesse algum tipo de participação nos crimes. A briga comercial teria se iniciado quando Oscar Goldoni conseguiu na justiça retomar o controle da fábrica de refrigerantes Vô Kiko. A indústria estava em poder dos irmãos Moresco e a partir da dissolução dessa “parceria comercial” passaram a ter desavenças por conta de dívidas.

De acordo com os registros na polícia civil de Ponta Porã, no dia 20 de junho, Fabrício Moresco sofreu um atentado no Paraguai, em que o motorista dele foi ferido, mas sobreviveu. Já no dia 03 de agosto, a vítima foi Fábio. Ele estava na Avenida Brasil, no centro de Ponta Porã, junto com o motorista Joaquim Ferreira, conhecido como Quincão, quando um carro se aproximou do veículo em que o empresário e o motorista estavam e houve vários disparos. Quincão morreu no local e Fábio conseguiu escapar dos tiros.

Quem era Oscar Goldoni

Oscar tinha 66 anos e atualmente estava afastado da política. O empresário comandava indústria de refrigerantes Vô Kiko e fazendas no município. Natural de Anta Gorda (Rio Grande do Sul), Goldoni começou no mundo dos negócios com uma churrascaria em Ponta Porã. Dentre as empresas do grupo, estão a Junior Cerealista, Junior Transportes e Óleo Junior. No ano passado, ele foi candidato a deputado estadual, cargo que também já havia ocupado na carreira política. Contudo, não voltou a ser eleito em 2014.