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Empresa aérea boliviana oficializa interesse em rota para Corumbá

Caline Galvão em 14 de Agosto de 2015

Fotos: Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Representantes do Governo, Prefeitura, Infraero e da Amaszonas discutiram possibilidade de escala de voo em Corumbá

Nesta sexta-feira (14), representantes da empresa aérea boliviana Amaszonas, que opera há pouco mais de um ano realizando voos entre Santa Cruz de la Sierra e Campo Grande, estiveram na sede da Infraero, em Corumbá,  em reunião com representantes da Prefeitura Municipal e do Governo do Estado. O objetivo do encontro foi apresentar o aeroporto à empresa e discutir algumas questões de legalidade para que se aprove, junto à Anac (Agência Nacional de Aviação Civil), a cabotagem no município, que é quando uma empresa estrangeira realiza voos domésticos dentro do Brasil. O intuito é fazer com que o voo passe a fazer escala em Corumbá, cobrindo o vazio deixado pela empresa brasileira Azul, que cancelou a rota entre o município e Campo Grande.

Participaram da reunião superintendente Viário da Secretaria de Infraestrutura do Governo do Estado, Fabrício Alves Corrêa, o diretor administrativo da empresa aérea boliviana Amaszonas, Juan Carlos Ossio e seu diretor jurídico, Sergio Leon, o coordenador do Escritório Regional do Governo estadual, Ruiter Cunha, a diretora-presidente da Fundação de Turismo do Pantanal, Hélènemarie Dias Fernandes e o superintendente da Infraero em Corumbá, Carlos Alberto Rocha.

O superintendente viário, Fabrício Alves Corrêa, explicou que por causa do nicho de mercado deixado pela empresa Azul, o Governo do Estado gostaria que a empresa boliviana aproveitasse essa oportunidade. Ele afirmou ao Diário Corumbaense que o processo não é simples porque envolve questões técnicas e é necessário que tudo esteja perfeito para não haver rejeição por parte do Ministério da Aviação Civil.

Ele disse que o processo de cabotagem, que é quando uma empresa aérea internacional passa a operar como rota nacional, é proibido no Brasil, mas há acordos bilaterais que possibilitam essa atividade e citou um caso que ocorreu em Corumbá entre 1997 e 1998, quando houve o fechamento do Aeroporto de Puerto Suárez e as empresas Lloyd Aéreo e Aerosur, ambas bolivianas, operaram em Corumbá com voo doméstico.  “É isso que a gente vai trabalhar e tentar viabilizar”, disse Corrêa. Ele acredita que o voo terá uma média de 70% a 80% de ocupação porque muita gente vai aproveitar para ir a Santa Cruz, como também para Campo Grande.

Segundo o superintendente da Infraero em Corumbá, Carlos Alberto Rocha, o aeroporto na cidade hoje está preparado para receber voos internacionais. “Nós precisaremos fazer uma grande coordenação junto aos órgãos de controle de fronteira que é a Polícia Federal, Receita Federal, Anvisa e talvez o próprio MAPA para coordenar o atendimento a esse voo, que é uma outra etapa”, comentou Rocha frisando que esse processo só ocorrerá depois da liberação da cabotagem em Corumbá.

Se a cabotagem for aprovada pela Anac, Corumbá terá ligação com cidades turísticas como Machu Picchu e Foz do Iguaçu

Cooperação mútua favorece processo

Hélènemarie Dias Fernandes,diretora-presidente da Fundação de Turismo do Pantanal, acredita que a cooperação por parte da empresa boliviana é muito positiva para o processo. “Estamos trabalhando com essa rota há dois anos, já tivemos dois encontros com um dos diretores da Amaszonas tratando disso porque isso é estratégico para Corumbá enquanto Pantanal, não só pelas entradas de turistas estrangeiros, que estão adentrando muito pelo nosso portão internacional, mas ligando Corumbá a Campo Grande. Essa possibilidade é extremamente estratégica para a cidade cada vez mais induzir o seu fluxo turístico. O nós precisamos é de cada vez mais turistas com dinheiro novo aquecendo a nossa economia local, e é para isso que a gente trabalha, para o turista e para o corumbaense”, afirmou.

O coordenador do Escritório Regional do Governo do Estado, Ruiter Cunha, destacou o interesse do governador Reinaldo Azambuja em ajudar no processo. “Vale ressaltar a importância da participação do Governo do Estado em fazer com que esse trecho seja rapidamente recuperado. É fundamental para nós de Corumbá e do Mato Grosso do Sul a ligação do nosso município com a capital do Estado. O governador é muito sensível a isso e está fazendo todas essas tratativas para que isso aconteça”.

Ruiter frisou que a tentativa da escala do voo em Corumbá não é tarefa fácil e necessita da colaboração de todos os interessados envolvidos. “Ela é muito técnica, tem que ter um somatório de esforços para que todas as forças que interagem no processo definitivamente aprovem, então é fundamental a participação de todos, do Governo do Estado, da Prefeitura, do Ministério da Aviação, para que a gente possa homologar esse trajeto e, sendo experimental, por que não, a partir de então, tendo sucesso, como é a expectativa, se torne mais uma possibilidade de ligação aqui para Corumbá, tanto atendendo o mercado interno, como também um ponto viável para ampliação do mercado turístico”, frisou.

A empresa Amaszonas Línea está trabalhando há um ano e meio em parceria com o Governo do Mato Grosso do Sul, com quem tem uma relação muito estreita, segundo seu diretor administrativo Juan Carlos Ossio. “Eles têm colaborado muito com nossa operação e nós recebemos uma solicitação do Governo do Mato Grosso do Sul para cobrir um vazio que deixou uma linha aérea brasileira na rota Corumbá-Campo Grande, Campo Grande-Corumbá. Nós estamos dispostos a atender o requerimento na medida em que as autoridades brasileiras autorizem nosso pouso aqui em Corumbá continuando a nossa viagem a Campo Grande”, assegurou Juan.

Corumbá seria atendida pela empresa que faz roteiro ao Peru (Cusco e Machu Picchu), Colômbia, Chile, Paraguai (Assunção), Uruguai (Montevidéu) e todos os destinos turísticos dentro da Bolívia. A empresa tem mais de oito convênios com linhas aéreas para poder voar para a Europa, América Latina, América do Norte, há inclusive convênio com a empresa brasileira Gol. “Incorporar Corumbá dentro deste roteiro turístico regional e internacional seria uma alternativa muito conveniente tanto para Corumbá quanto para nós, para podermos ampliar nossa oferta de serviço”, afirmou Juan.

Interesse oficial

Após a reunião, um ofício foi formulado pela Amaszonas Línea Aérea e será entregue ao governador Reinaldo Azambuja. No documento, a empresa solicita apoio para a possibilidade da escala do voo entre Santa Cruz e Campo Grande ser realizada em Corumbá. Na carta, a empresa justifica seu pedido afirmando que essa ação resultará em maior conectividade com destinos turísticos, podendo os turistas chegarem ao Pantanal também através da Bolívia, do Peru, Paraguai, Uruguai e outros países latino-americanos.

A empresa destaca a importância de integrar Corumbá a cidades internacionalmente reconhecidas por seu turismo, como Cusco, Montevidéu, Machu Picchu, Foz do Iguaçu, entre outras. No documento, a empresa reconhece que operações de cabotagem são proibidas no Brasil, mas que reunirá esforços para materializar essa possibilidade e conclui pedindo apoio para a autorização especial junto à Anac e ao Ministério de Aviação Civil.

No período da tarde, os diretores da Amaszonas e o superintendente da Infraero, Carlos Alberto Rocha, foram recebidos pelo prefeito Paulo Duarte em seu gabinete. Alinhando o diálogo pela conquista de uma nova rota de voo internacional que agregue Corumbá, Duarte afirmou que a Administração Municipal apóia o projeto de inserção da empresa aérea boliviana na região e comunicou aos representantes da Amaszonas sobre o início das tratativas com o Governo Federal e ANAC (Agência Nacional da Aviação Civil) para que rotas internacionais alcancem Corumbá. O prefeito e o senador Delcídio do Amaral, estiveram na quinta-feira (13) com o vice-presidente Michel Temer e com o ministro da Aviação Civil, Eliseu Padilha, e um dos assuntos foi a possibilidade deste voo internacional.

“Devemos nos encontrar daqui alguns dias porque daí já teremos uma resposta sobre o que precisa para efetivar essa ação e tomarmos uma decisão em conjunto, inclusive com visitas em Brasília. Nosso apoio a empresa vai ser pleno”, declarou o prefeito. “Temos que fazer uma agenda conjunta e expor que para o país é melhor, para quem mora no Mato Grosso do Sul, estamos mais próximos aqui do que ir para São Paulo, temos um aeroporto internacional que é subutilizado”, comentou o prefeito de Corumbá.

Foto: René Márcio Carneiro/PMC

Diretores da empresa aérea Amaszonas em reunião com o prefeito Paulo Duarte

Comentários:

Marcio Ibanez: bom dia, espero que o preço da passagem não pese muito no bolso da população corumbaense, tambem se atentar quanto as trocas ou perca de horario, perdi meu horario pela azul para embarcar em outra tive que pagar uma multa com valor absurdo, não tenho duvidas alguma que Corumba tem que haver rota de voos domésticos, mas vamos olhar tambem pelo consumidor que somos nós.

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