PUBLICIDADE

Após demissões, ferrovias de Mato Grosso do Sul estão cada vez mais perto da desativação

Ricardo Albertoni em 18 de Maio de 2015

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Quadro de funcionários em Corumbá, passou de 150 para 131 do início do ano para cá, segundo sindicato

A Rumo/ALL, que obtém a concessão da linha férrea em Mato Grosso do Sul, demitiu no último dia 12 cerca de 100 dos 536 trabalhadores que fazem parte do setor no Estado. Em nota, a empresa explicou que os cortes foram necessários em virtude de ajustes operacionais.

De acordo com o Sindicato dos Trabalhadores em Ferroviárias de Bauru, Mato Grosso e Mato Grosso do Sul, a empresa sinalizou o fechamento da unidade de produção em Campo Grande e o fim da circulação do trecho Corumbá-Bauru (antiga Noroeste do Brasil), a partir de 13 de maio e, no sentido contrário, no dia 22 deste mês. Apenas o trecho que corresponde a Corumbá e Três Lagoas, deve permanecer funcionando no momento. Em Corumbá, a linha férrea é utilizada para transporte de minério de ferro para exportação e ainda de acordo com o sindicato, do início do ano para cá, o quadro de funcionários reduziu de 150 para 131. Somente nos últimos dias, seis cortes foram confirmados.

A desativação gradativa da malha ferroviária do Estado ao longo dos anos teve recentemente ações mais incisivas, principalmente após a readequação acionária em decorrência da fusão entre a empresa que originou a Rumo/ALL, que obtém a concessão da ferrovia. Segundo o Sindicato, a não utilização da malha tem acontecido em detrimento da utilização de outras rotas, já que de acordo com a empresa, o trecho é considerado antieconômico.

Segundo o assessor administrativo do Sindicato dos Ferroviários, Willian Álvaro Monteiro, a preocupação, além das demissões, é com o sucateamento da malha com a desativação dos trilhos. “Uma de nossas preocupações é que, sem o uso dos trilhos ao longo da via do trem do Pantanal, além da falta de fiscalização adequada, acontecerá a depredação do trecho, que já é existente mesmo com a empresa em funcionamento”, explicou William ao Diário Corumbaense.

O sindicalista teme ainda a reedição da Resolução 4131 de 05/07/2013, concedida pela ANTT (Agência Nacional de Transportes Terrestres) à Ferrovia Centro Atlântica, a qual tratou a desativação de um trecho ferroviário, considerado “antieconômico”, segundo o sindicalista como um “prêmio” às empresas. As punições por quebra de contrato e degradações na malha foram convertidas em investimentos, a serem efetuados pela FCA em outras regiões.

Procurada pela reportagem deste jornal, a empresa deu seu posicionamento, esclarecendo que em virtude de ajustes nas operações e a necessidade de cortes, foi oferecido aos funcionários pacote demissional, além das verbas rescisórias de lei. Por meio de sua assessoria de imprensa, a Rumo/ALL ainda ressaltou que os funcionários tiveram direito a cursos de capacitação para a reinserção no mercado de trabalho.

O Governo do Estado, por sua vez, tenta interceder junto àempresa para evitar desabastecimento generalizado do escoamento da produção do Estado. Reuniões estão agendas para o fim deste mês.

Confira a nota da Rumo/ALL na íntegra:

A concessionária informa que houve a necessidade de um ajuste em suas operações da métrica norte, envolvendo as áreas de mecânica e tração. No entanto, a companhia ressalta que ofereceu aos funcionários um pacote demissional, além das verbas rescisórias de lei, inclusive com cursos de capacitação, reciclagem técnica e consultoria para recolocação profissional. Por fim, a empresa esclarece que suas operações dependem da demanda de mercado e que mantém uma comunicação transparente com os funcionários sobre suas diretrizes.  

 

Comentários:

Antonio Ferreira: Está aí o resultado da privatização que FHC (PSDB) dizia ser a única saída para o Brasil sair da crise. FHC praticamente doou o patrimônio público para estrangeiros que desde o início, não tiveram nenhum compromisso com o interesse público. A empresa dos EUA logo que assumiu a NOB promoveu imediatamente demissão em massa, precarizou as condições de trabalho, desativou o trem de passageiros que fazia a linha Corumbá - Bauru, abandonou as pequenas estações que havia a beira do caminho, causando transtornos às populações que viviam nessas regiões. Cabe ao partido que tem projetos para o Brasil tentar consertar o estrago tucano, colocando o velho e bom ESTADO a serviço do interesse público.

Paulo Cesar Ferreira: Graças à privatização uma potencia chamada VALE DO RIO DOCE que era cabide de emprego enquanto estatal, onde quem sequer um parafuso conhecia era chefe de profissionais, pode crescer. A privatização nos tirou do marasmo de estar nas mãos de TELEMS da vida com os antigos ceboloes e hoje pode-se ver cidadãos ganhando a vida vendendo chips e telefones em todos os lugares. A rede ferroviaria, nao teria vida, em função da velocidade em que tudo se transformava, sendo que em algumas horas poderiamos estar na capital, sem dizer dos gastos inuteis. Claro é nostalgico, mas serve somente para turismo e é hipocrisia crer que teria vida. Tanto é que ninguem deseja investir. O mundo é outro, temos que admitir. Mas o que dizer do Petrolão e outras doações que estao sendo praticadas??

PUBLICIDADE