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Sem água, moradores cobram regularização do serviço

Com as contas de água nas mãos, eles mostram que cobrança chega todo mês

Marcelo Fernandes em 30 de Setembro de 2009

Marcelo Fernandes

Moradores dizem que água falta, mas cobrança não

A falta de água continua castigando uma parcela da população de Corumbá. Moradores da rua Cáceres e alameda Ana Néris, que fica entre o bairro Centro América e o conjunto Vitória Régia, na parte alta da cidade, bloquearam, mais uma vez, o acesso às vias em protesto. Eles alegam que há seis dias a água não chega às casas, mas as contas cobrando pelo serviço chegam mensalmente.

Com galhos e troncos de árvores um dos acessos ao morro do Cruzeiro, onde está a imagem do Cristo Rei do Pantanal, foi fechado. Os moradores ainda colocaram um cartaz cobrando uma solução da concessionária do serviço. O recado é bastante direto: “Mais uma vez estamos sem água. Não aguentamos mais, queremos respeito da Sanesul. Socorro, queremos água de verdade!!!”, diz a mensagem escrita num pedaço de cartolina.

“Estamos sem água há uns cinco ou seis dias. Não temos água para tomar banho; lavar pratos e nem para fazer comida”, contou Marize Santos Souza, moradora da localidade. Ela disse que por várias vezes a empresa responsável pelo abastecimento foi avisada. “Mais tarde vai chegar, eles dizem”, contou Marize a este Diário. Os moradores da rua Cáceres e alameda Ana Néris também já pediram que um caminhão-pipa disponibilizasse água, mas ainda não tiveram a sorte de ver a solicitação ser atendida.

Com as contas de água nas mãos, eles mostram que mesmo sem receberem o serviço, todo mês a cobrança chega. “A minha conta veio R$ 44”, disse Osley Moreno. “A minha é de R$ 68”, contou Maria dos Santos. Os avisos de corte do serviço também chegam para aqueles que por algum motivo não tiveram como pagar o débito. “Vão cortar como se já não tem água. Só se cortarem os canos”, afirmaram.

O grupo de moradores informou que não é o primeiro protesto que fazem para cobrar o direito de ter a água caindo em suas torneiras e chuveiros. Para garantir o mínimo de água, muitos são obrigados a juntar galões e esperar a chuva ou um carroceiro passar vendendo o produto. “Tem um senhor que pega água na parte baixa da cidade e passa por aqui numa carroça vendendo para nós. Aí fazemos uma cota entre nós, juntamos o que temos e compramos”, contou Marize Santos afirmando que nem sempre tem dinheiro.

Só o que queremos é o direito de ter água em casa, sem luz até que dá para ficar, mas sem água não”, resumiu Joalins de Arruda enquanto mostrava inúmeras contas da Sanesul, dele e de alguns vizinhos. Ele lembrou que pilhas de louças e roupas estão se acumulando porque não há como lavá-los.

Problema semelhante enfrentam os moradores das ruas Teodomiro Serra; Oriental e Pedro de Medeiros, no bairro Popular Velha. “Não sei como vou fazer, não tenho nada de água”, disse Eliane Vieira de Arruda, moradora na rua Teodomiro Serra. Ela contou que já teve de comprar um galão de 20 litros de água mineral e pela manhã conseguiu com um vizinho – que tem caixa – pegar mais um galão de água.

A Sanesul de Corumbá mantém equipes promovendo a manutenção do sistema em vários pontos da cidade. O supervisor técnico da empresa, Gregório Curvo Neto, informou ao Diário que o abastecimento vem sendo normalizado nas ruas Teodomiro Serra; Oriental e Pedro de Medeiros, onde os serviços já foram concluídos. Na região da alameda Ana Néris com rua Cáceres, os técnicos da companhia iniciarão os trabalhos na tarde desta quarta-feira.

Galeria: Sanesul Falta de Água

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