Da Redação em 07 de Setembro de 2009
Como acontece todos os anos, após o desfile cívico-militar em comemoração à Independência do Brasil,â â¬a Apaeâ (â¬Associação de pais e amigos dos excepcionaisâ) â¬realiza a tradicional quermesse no Jardim da Independência, para arrecadar fundos para a manutenção da instituição durante o ano todo.â â¬A Apae atendeâ â¬140â â¬alunos e ofereceâ â¬Educação Infantil e Ensino Fundamental, â â¬turmas do Ensino Profissionalizante Básicoâ; â¬Aprendizes e tem uma equipe multidisciplinar com fonoaudiólogosâ; â¬fisioterapeutasâ; â¬psicólogosâ; â¬médicosâ; â¬assistentes sociaisâ; â¬terapeutas ocupacionais e pedagogos nos turnos matutino e vespertino.â ⬓Apesar de nossas parcerias,â â¬não conseguimos custear muitas de nossas despesas.â â¬Essa quermesse conta com a ajuda da população e de nossosâ â¬40â â¬parceiros que hoje se dedicam voluntariamenteâ â¬e nos permitemâ â¬seguir com o nosso atendimento,â â¬oferecendo qualidade no serviçoâ”â¬,â â¬explicou aoâ â¬Diário,â â¬a coordenadora da Apae,â â¬Sônia Regina Sabatel.â
“O Lions Clube de Ladário participa háâ â¬10â â¬anos do evento e sempre com a mesma barraca de tortas.â â¬É gratificante doarmos um pouco do nosso tempo em benefício do próximoâ”â¬,â â¬declarou o presidente do Clube,â â¬Gerson de Moraes.â â¬A Secretaria Executiva de Educação de Corumbá também integrou o evento.â ⬓Nós participamos há cinco anos com a APAE.â â¬Cada um doa um pouquinho e conseguimos atingir nosso objetivo de auxílioâ”â¬,â â¬ressaltou aâ â¬supervisora do Núcleo de Inclusão da Prefeitura de Corumbá,â â¬Rose Zozias.
Além dos parceiros,â â¬a quermesse conta com a presença da população,â â¬que nem diante de um calor deâ â¬34º e sensação térmica acima deâ â¬40â â¬graus,â â¬se intimidou em contribuir com a causa da campanha.â ⬓A populaçãoâ â¬é a principal colaboradora dessa campanha,â â¬pois a Apae é uma instituição que vai à luta.â â¬Ela se mobiliza e nós contribuímos com muito amor.â â¬Participo há vários anos da campanha e vejo que o povo corumbaense contribui de coraçãoâ”â¬,â â¬disse o aposentado Edson Álvares aoâ â¬Diário.â â¬Já o mecânico Juarez Gonzáles,â â¬36,â â¬atribui à quermesse o sentido de lazerâ ⬓Durante todo este dia nessa mobilização em favor da APAE podemos fazer duas coisas prazerosas,â â¬que é ajudar e nos divertir.â â¬Quando ajudamos o próximo,â â¬nos sentimos muito bem.â â¬Sempre venho aqui,â â¬chego pela manhã e só saio à tarde.â â¬Encontro muitas pessoas,â â¬coloco a conversa em dia.â â¬É um dia diferente para mim e minha família.â”â¬
Pais aproveitam quermesse para protestar
Um projeto de Resolução da Câmara de Educação Básica do â â¬Conselho Nacional da Educação â ( â¬CNEâ ) â¬determina a matrícula de alunos portadores de deficiência em classes comuns. â â¬Se for homologado pelo Ministério da Educação â ( â¬MECâ ) â¬a proposição passa a vigorar emâ â¬1º de janeiro de â â¬2010.â â¬Os pais das criançasâ â¬que estudam na Apaeâ â¬acham queâ â¬essa homologaçãoâ â¬é uma imposição e muitos deles protestam porque acreditamâ â¬que as escolas regulares não oferecem atendimento específicoâ â¬às crianças especiais.
â ⬓Meu filho temâ â¬13â â¬anos,â â¬ele estuda na APAE desde quando tinhaâ â¬1â â¬ano e três meses.â â¬Lá ele aprendeu a ler,â â¬escrever e se tornar independente como é hoje.â â¬Já tive a experiência de colocá-lo nas escolas regulares,â â¬tanto pública quanto particular,â â¬e não foi uma experiência boa.â â¬Meu filho se sentia excluído na escola,â â¬além deâ â¬se sentir fracassado,â â¬pois,â â¬ele não acompanhava a turma que estudavaâ â¬e nem sempre o professor tinha condições de ter um acompanhamento diferenciado,â â¬ou apropriado para ele.â â¬Na Apae os profissionais são todos capacitados para atender crianças especiais.â â¬Éâ â¬uma escola voltada para este tipo de ensinamento.â â¬Se as crianças da Apae forem deslocadas para as escolas de ensino regular,â â¬muito trabalho será perdido.â â¬Nós pais,â â¬temos a certeza de que não há estrutura nas escolas regulares para atendimento dessas crianças.â â¬Éâ â¬por isso que protestamos,â â¬é bom deixarmos bem claro que não protestamos contraâ â¬aâ â¬lei,â â¬mas sim pelo melhoramento delaâ”â¬,â â¬desabafou a mãe de um aluno da Apae,â â¬a pedagoga Anízia Mansilha.
Os paisâ â¬reivindicam que a homologaçãoâ â¬da leiâ â¬seja democrática,â â¬eâ â¬que a inclusão dessas crianças ao ensino regular seja opcional,â â¬não uma imposição,â â¬pois cada criança necessita de um acompanhamento diferente.â â¬Umas conseguem acompanhar um ensino normal,â â¬outras necessitam de mais atenção e acompanhamento específico.â
Os alunos da Apae,â ⬠além de adquirirem acompanhamento escolar e médico adquirem integração social.â ⬓Na escola da Apae,â â¬eu aprendo a ler,â â¬escrever e dançar,â â¬gosto muito de lá.â â¬Antes eu tinha vergonha de falar com as pessoas,â â¬agora eu não tenho maisâ”â¬,â â¬disse o aluno da escola,â â¬Alex Freitas Mansilha,â â¬13â â¬anos,â â¬reconhecendo o papel social que a entidade agrega em seus alunos.