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MPF pede informações sobre desapropriação de área no aeroporto

Governo do Estado e Prefeitura haviam firmado convênio com a Infraero para desapropriar área localizada dentro da chamada faixa de pista

Marcelo Fernandes em 27 de Agosto de 2009

Divulgação

Legislação que regulamenta ampliação de pista prevê 150 metros de zona livre de obstáculos nas laterais da área de pouso

A desapropriação de uma área residencial ao lado da pista do Aeroporto Internacional de Corumbá voltou à cena esta semana.‭ ‬O Ministério Público Federal‭ (‬MPF‭) ‬pediu informações ao Governo do Estado e à Prefeitura Municipal a respeito do convênio firmado pelas duas esferas governamentais com a Infraero em que se comprometiam a desapropriar a área localizada dentro da chamada faixa de pista.

De acordo com o MPF,‭ ‬a Infraero cumpriu o que previa o acordo.‭ ‬Agora,‭ ‬o MPF quer saber como está o andamento do processo junto às demais partes envolvidas.‭ ‬“A Infraero se comprometia a ampliar e reformar as instalações do aeroporto‭; ‬área de embarque e desembarque e comercial e também a pista.‭ ‬Havia obrigação assinada pelo Município e pelo Estado de Mato Grosso do Sul para fazer a desocupação dessa área contígua e isso não aconteceu‭”‬,‭ ‬informou ao‭ ‬Diário Corumbaense o procurador da República em Corumbá,‭ ‬Carlos Prola Júnior.

Como a pista do aeroporto foi ampliada para‭ ‬2‭ ‬mil metros de extensão,‭ ‬uma das exigências para a reclassificação de nível‭ ‬– passando de três para quatro‭ ‬– é que a faixa de pista‭ (‬também chamada de área de escape‭) ‬tenha‭ ‬150‭ ‬metros de Zona Livre de Obstáculos,‭ ‬medidos a partir do eixo central.‭ ‬Atualmente,‭ ‬a distância do eixo até a cerca do aeroporto na rua Cuiabá é de‭ ‬90‭ ‬metros.‭ â€¬É preciso desapropriar pelo menos mais‭ ‬60‭ ‬metros.‭ ‬Esse perímetro pretendido é habitado por imóveis comerciais e residenciais.

Sem essa desapropriação,‭ ‬a pista do Aeroporto Internacional de Corumbá teve a operação reduzida para‭ ‬1.500‭ ‬metros.‭ ‬Assim,‭ ‬a faixa de Zona Livre de Obstáculos fica dimensionada em‭ ‬75‭ ‬metros,‭ ‬o que garante área de‭ ‬escape dentro dos perímetros do aeródromo.‭ ‬“A ampliação da pista não pode ser utilizada porque ao ampliar a extensão tem que haver ampliação proporcional da área de escape.‭ ‬Então,‭ ‬aeronaves de maior porte têm limitação de operação em razão dessa impossibilidade de utilização‭”‬,‭ ‬explicou o procurador.‭ ‬Ele aguarda até setembro o envio das informações solicitadas.

A portaria‭ ‬1141/GM5‭ ‬de‭ ‬08‭ ‬de dezembro de‭ ‬1987,‭ ‬que dispõe sobre Zonas de Proteção e Aprova o Plano Básico de Zona de Proteção de Aeródromos,‭ ‬prevê em seu artigo‭ ‬13‭ ‬que na faixa de pista não são permitidas‭ ‬“construções,‭ ‬instalações e colocação de objetos de natureza temporária ou permanente,‭ ‬fixos ou móveis‭”‬.

Novos levantamentos

O secretário Executivo de Infraestrutura e Serviços Urbanos,‭ ‬Ricardo Ametlla,‭ ‬disse‭ ‬ao‭ ‬Diário,‭ ‬que todas as informações solicitadas pelo Ministério Público Federal já estão sendo enviadas.‭ ‬Ele enfatizou que a situação‭ ‬“remonta de outras administrações‭”‬.‭ ‬Informou ainda que os esclarecimentos são sobre‭ ‬“um decreto municipal,‭ ‬feito por outras gestões,‭ ‬sobre a desapropriação de uma faixa lateral ao atual sítio aeroportuário.‭ ‬Esse decreto já teve seu prazo expirado‭”‬.

Ametlla explicou que a normatização previa um período de cinco anos para realizar estudos‭; ‬levantamentos e uma possível desapropriação da faixa.‭ ‬O secretário enfatizou que o Município tem total interesse na expansão e reclassificação da pista para operação de aeronaves de maior porte.

De acordo com o secretário de Infraestrutura,‭ ‬a Prefeitura trabalha na formação de uma comissão mista‭ ‬– que deve aglutinar os envolvidos na questão‭ ‬– para‭ ‬“reiniciar os estudos que vão desde o levantamento cadastral da população‭; ‬das habitações e topográficos para atualização dos dados atuais‭”‬.‭