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Jovem festeiro mantém tradição iniciada pelos avós

Marcelo Fernandes em 23 de Junho de 2009

Camyla Campos

Alfredo iniciou como festeiro em 2000

Três vezes consecutivas vencedor do Concurso de Andores da Prefeitura – este ano ficou com a segunda colocação –, Alfredo Tadeu Ortiz Ferraz, 21, mantém o costume iniciado pelo avô há mais de seis décadas, promovendo a festa de São João na rua Monte Castelo, no bairro Popular Velha. “Cresci neste espírito junino e de devoção a santo e não quero que isso acabe”, disse. Alfredo contou a este Diário que seus avós paternos preparavam quitutes; doces; bolo e um grande jantar em volta da fogueira na noite de 23 para 24 de junho. “Era uma tradição familiar, que passou para meus pais e meus tios, e chegou a mim e minha irmã”, disse o festeiro. A festa foi realizada pelo avô dele, João Ferraz, pela primeira vez em 1.946.

“Em 2000 eu ganhei da minha tia uma imagem de São João, a partir daí nós começamos a preparar o andor do Santo. O ponto alto da festa era quando nós rezávamos e rodeávamos a casa e a fogueira que era preparada na calçada aqui de casa. O banho do santo era dado na caixa d’água. A primeira vez que nós descemos para o rio Paraguai para dar banho no santo foi em 2003”, lembrou ao contar como deu sequência à tradição familiar.

Devoção e fé

A festa promovida por Alfredo Ferraz começa no dia 15 de junho com a realização diária da novena. Hoje, 23 de junho, a partir das 7 horas todos se reúnem na casa do festeiro para, em procissão, seguirem até a igreja do Sagrado Coração de Jesus, onde é celebrada uma missa às 7h30. “Ao retornarmos servimos café da manhã em casa, tudo de graça, com bolo, café, chocolate e outras comidas típicas”, afirmou.

Também neste dia 23, a partir das 19h, tem início a festa propriamente dita com apresentação das danças e quadrilhas, as 21h30 acontece a reza de São João e durante esse momento é içado o mastro de São João na calçada. “Damos três voltas ao redor do mastro e depois três voltas ao redor da fogueira, para na sequência, descermos até o porto com a banda e um número grande de pessoas, ao retornarmos é servido um jantar e a festa continua”, finalizou.

Nas casas das famílias festeiras, ainda que de forma involuntária, o sincretismo se configura na principal característica das homenagens. Misturam-se cânticos religiosos; orações; histórias de fé em milagres operados pelo santo que, segundo a Bíblia, batizou Jesus Cristo no rio Jordão, e “ingredientes” da cultura popular como fogueira; içamento do mastro; dança de quadrilhas juninas e fogos de artifício. Graças alcançadas – que aí simbolizam devoção e fé – são os motivos para dedicar festas para São João Batista ao longo de uma vida inteira.