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Jornais debatem fusão de redações impressa e digital

Fonte: Folha Online em 11 de Novembro de 2010

Em debate sobre redações integradas durante o seminário MediaOn, no Instituto Itaú Cultural nesta quinta-feira, o editor-executivo da Folha, Sérgio Dávila, disse que não existe uma fórmula certa para integrar as plataformas analógica e digital e "ninguém sabe onde vai parar".

O jornalista afirmou ainda que o jornal conta com uma equipe "futurística" para pensar sobre novas plataformas e novas possibilidades de integração. Segundo Dávila, sua missão é transformar a redação em um centro captador de noticia 24 horas por dia. "O repórter sai para a rua sem necessariamente saber onde a informação será publicada. Isso cada vez importa menos."

Para Ricardo Gandour, diretor de conteúdo do "Estado de S.Paulo", os jornais saíram da fase de reaproveitamento do conteúdo do jornal para a web e estão hoje caminhando para uma convergência entre as mídias impressa e digital. Para ele, os tablets resgatam o valor da edição e do prazer da leitura com calma. "O leitor vê valor e até topa pagar por isso", diz.

Para o editor-executivo da Folha, a receita dos jornais ainda vem quase que exclusivamente do papel: cerca de 90%. Por isso, diz, é comum se guardar uma notícia exclusiva, um furo que possa ser segurado, para o jornal do dia seguinte.

Dávila ressaltou a grande complementariedade dos meios e citou a cobertura do julgamento do casal Nardoni, quando cinco repórteres foram escalados para fazer um "live blogging".

O blog teve audiência de mais de um milhão de internautas e achava-se que o jornal do dia seguinte chegaria "velho" nas bancas. Mas, para a surpresa do próprio jornal, a edição que foi para as bancas vendeu 60% mais do que o normal para um sábado.