Curso começou em Corumbá e será levado a outras duas cidades
Lívia Gaertner em 15 de Outubro de 2010
Ganhar novas oportunidades de mercado e fortalecer atividades em comum são características de quem trabalha de forma cooperativada. Explicar o conceito, a forma legal de se estabelecer e as vantagens do cooperativismo são pontos tocados pelo Projeto de Pesquisa e Extensão, intitulado: “Capacitação e formação de mulheres gestoras e multiplicadoras em cooperativismo e em empreendedorismo solidário em Mato Grosso do Sul”, desenvolvido em três cidades do interior do Estado: Corumbá, Bonito e Aquidauana.
O curso começou por Corumbá e é realizado pela Faculdade de Direito (FADIR), da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul (UFMS), em parceira com a Organização de Cooperativas Brasileiras de Mato Grosso do Sul (OCB-MS) e Prefeitura Municipal de Corumbá, através da Fundação de Cultura e Turismo.
Participando das palestras, Joana de Oliveira Selesque pretende aplicar os conhecimentos que adquirir para fortalecer o trabalho que desenvolve com fabricação de salgados fritos. Com uma barraca no evento Noite da Seresta, ela contou ao Diário que já teve vontade de formalizar o negócio, mas desistiu por desconhecer os detalhes jurídicos.
Marco Felipe Torres Castello, acadêmico de Direito e integrante do projeto de extensão, destaca que a função da cooperativa abrange muito além do social. “A cooperativa tem uma função política, ela é solidária, tem essa veia social, mas necessita ter uma representatividade correta porque é uma forma de a sociedade organizar politicamente e ter força”, disse ao ressaltar de forma cooperada que novas oportunidades podem surgir aos trabalhadores como conseguir participar de concorrências públicas, financiamentos no banco.
Já o professor José Paulo Gutierrez, coordenador do projeto de extensão, destaca o que julga ser o ponto principal dentro do sistema de cooperativismo. “A parte difícil da cooperativa nem é tanto a legalização, e sim o desenvolvimento da parte financeira. Porque depois que a cooperativa se organiza, se estabelece com assembleia, com as legislações pertinentes, ela tem que ter fluxo de pessoas e de caixa que tem que movimentar para que a meta da cooperativa seja atingida”, explicou.
Ele disse ainda os motivos que levaram a definir o projeto de extensão baseada no gênero. “A própria universidade fez uma pesquisa aqui, em Bonito e Aquidauana que apontou que as mulheres têm um grande potencial no desenvolvimento de cooperativas. Não que quiséssemos excluir os homens, mas queremos fortalecer o trabalho das mulheres para que possam permanecer no trabalho e buscar forças no desenvolvimento do seu empreendimento”.