Única mulher da casa, Josi compartilha desafios e alegrias de ser mãe de três homens: “corações que batem fora do corpo”

Única mulher no meio de quatro homens, a palavra final é dela, e ninguém discorda. “Rainha da casa”, Josilene Penteado Ferreira, de 44 anos, fala com orgulho dos filhos que estão crescendo e trilhando seus próprios caminhos, mesmo entre momentos de estresse, aprendizado e muito amor.

Em entrevista especial ao Diário Corumbaense neste domingo (11), Dia das Mães, Josi, como é carinhosamente chamada, compartilhou sua rotina com o marido e os filhos, com idades de 24, 19 e 13 anos. Ela conta que ser a única mulher em casa com cinco homens é uma experiência desafiadora, mas também gratificante.

“Sempre falo para eles que filhos, de qualquer mãe, são corações que batem fora do nosso corpo. Quando nos tornamos mães, não temos mais sossego, não dormimos tranquilas enquanto o último filho não chega da rua. Ser mãe não é fácil, nunca foi, e ninguém disse que seria”, afirmou.

Josi faz questão de destacar que ser mãe de três homens é ainda mais desafiador, especialmente nos tempos atuais. “São três meninos, com idades diferentes. Chego a brincar dizendo que fiz promessa. Mas, graças a Deus, tracei um caminho. Decidi deixar a faculdade e o trabalho para depois, porque quis estar presente 24 horas por dia. Sempre dei assistência, levava, buscava da escola, das festas... Nunca os deixei 'soltos'. Sempre estive por perto para ensinar o certo e o errado, conforme a criação que tive. E hoje vejo que nada do que fiz foi em vão. Tenho três meninos que, apesar da idade, serão sempre meus pequenos. Eles sabem do amor incondicional que têm aqui. Amor de mãe jamais morre”, emociona-se.

As regras de toda mãe

Josi nunca deixou de impor regras, deixando claro desde cedo o que era permitido ou não.

“No começo, com a adolescência chegando, deixei claro: se forem sair, têm hora para voltar. As rédeas foram sendo soltas aos poucos, até chegarem à vida adulta. E olhe lá, porque a regra aqui é clara: enquanto estiverem sob meu teto, quem manda sou eu. Não importa a idade, se são independentes ou não, não farão o que querem, do jeito que querem. A última palavra é minha. Vai sair? Tem que avisar onde está e com quem. E, o principal, não aceito mentiras. Seja qual for a situação, falem a verdade. No fim das contas, quem sofre de verdade é a mãe. Mãe sofre junto, chora escondido, não tem sono. Mesmo esgotada, não pode esmorecer. No final, tudo passa pela mãe e, se algo der errado, a culpa sempre cai nela”, relatou.

O filho mais velho, Jedison Rodriguez Penteado, tem 24 anos, é formado, trabalha e ajuda financeiramente em casa. O filho do meio, Luiz Miguel Penteado Ferreira, tem 19, é militar e está no 2º ano de Fisioterapia, também contribuindo com as despesas da casa. Já o caçula, André Luiz Penteado Ferreira, com 13 anos, é estudante e apaixonado por vôlei.

Além dos filhos, Josi fala com carinho do marido, Alzimar Afonso Ferreira Júnior, operador de máquinas em uma mineradora. “Meu companheiro de vida, que completa o time dos quatro homens a que me dedico sempre e sem nenhum arrependimento. Segurar as rédeas nessa casa não é fácil”, disse, aos risos. E reforça, brincando: “O ‘chefe da casa’ só leva esse nome porque quem manda mesmo sou eu!”, brincou.

Retomando um sonho adiado

Ao se tornar mãe, muitas mulheres acabam dedicando-se integralmente à criação dos filhos, deixando de lado seus próprios sonhos. Foi o que aconteceu com Josi, que, desde o nascimento do primeiro filho, optou por adiar a faculdade para se dedicar totalmente à maternidade.

Agora, com os filhos já crescidos — embora o caçula ainda tenha aquela proteção que só uma mãe sabe como dar —, ela decidiu retomar o sonho antigo de cursar o ensino superior.

“Depois de encaminhar dois filhos, cuidando, ensinando e incentivando, hoje, com 44 anos, resolvi voltar a estudar e estou cursando Educação Física, com o apoio dos meus filhos e do meu esposo. Me deixar pra depois foi uma escolha minha. Adiar meus sonhos teve um preço, mas foi uma decisão que tomei por amor. Agora chegou a minha vez. Não foi fácil. Também não fui uma mãe perfeita, errei, gritei, já bati, magoei com palavras. Fui a boazinha e também a bruxa má. Mas, hoje, eles são homens de boa índole, trabalhadores, com um coração enorme e muito educados”, contou.

Ao ser perguntada se se arrepende de algo desde que se tornou mãe, rapidamente, sem pensar, Josi responde com firmeza e emoção: “Eu? Sou uma mãe orgulhosa de tudo o que eles estão se tornando. Faria tudo de novo!”, finalizou, com os olhos marejados. 

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