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Sanesul pede apoio do Exército para garantir explosões seguras

A decisão é tomada em decorrência dos problemas provocados por uma explosão que danificou nove casas, em 10 de maio, Dia das Mães, entre as ruas Edu Rocha e General Osório, no bairro Nossa Senhora de Fátima

Nelson Urt em 01 de Junho de 2009

Nelson Urt

Na rua Edu Rocha com General Osório o buraco formado pela explosão, para abertura da galeria, já foi encoberto

A Sanesul (Empresa de Saneamento de Mato Grosso do Sul), responsável pela fiscalização das obras de rede de esgoto com recursos do PAC (Programa de Aceleração do Crescimento) em Corumbá, requereu o apoio de especialistas em dinamites do Exército para elevar o grau de segurança nos serviços de explosão de rochas. A decisão é tomada em decorrência dos problemas provocados por uma explosão que danificou nove casas, em 10 de maio, Dia das Mães, entre as ruas Edu Rocha e General Osório, no bairro Nossa Senhora de Fátima. “Em todas as obras enfrentamos riscos, principalmente quando se lida com explosivos, e com especialistas do Exército nos auxiliando pretendemos reduzir esses riscos”, afirmou o gerente geral da Sanesul, Januário Ximenez ao Diário.

Os laudos técnicos da Polícia Civil e da Defesa Civil, que devem apontar as causas do acidente, ainda não foram concluídos. Mas provavelmente houve falha na escolha do tipo de explosivo, muito mais forte do que o aconselhável para aquele tipo de rocha, que se rompe com mais facilidade. Rochas balcânicas, mais escuras, exigem explosivos mais potentes, mas não são frequentes naquele bairro. A detonação lançou pedras de até cinco quilos e estilhaços a quase trinta metros de distância, atingindo as residências que ficam em torno da obra. A empresa goiana Isoman, contratada pela Cinco Estrelas, foi a responsável pela explosão de dinamite. De acordo com o gerente da Sanesul, Januário Ximenez, das nove casas atingidas, os proprietários de sete delas, entraram em acordo com os advogados da Cinco Estrelas e aceitaram ser reparados pelos danos materiais provocados pela explosão.

“Em nenhum momento a empreiteira deixou de dar atenção aos moradores, e a todos foram feitas propostas de reparação de danos, embora duas famílias não tenham aceitado”, afirmou Ximenez. Essas duas famílias entregaram seus casos à advogada Carolina Muniz do Carmo. Pedem indenização por danos materiais e morais (veja detalhes abaixo). De acordo com Januário Ximenez, as obras da rede de esgoto seguem em ritmo normal depois da explosão que atingiu as casas. Na rua Edu Rocha com General Osório o buraco formado pela explosão, para abertura da galeria, já foi encoberto. Ele disse que a Sanesul respeita o direito das famílias, que optaram por pedir indenização na Justiça. Acusado de omitir informações à advogada das famílias, ele se defendeu afirmando que informou o endereço da empreiteira Cinco Estrelas (rua Duque de Caxias, 8.423, em Campo Grande) durante uma audiência, quarta-feira, na 2ª Vara Civel de Corumbá.

Indenização

A advogada Carolina Muniz do Carmo defende os direitos de duas famílias que sofreram prejuízos com a explosão do dia 10 de maio, em uma obra da Sanesul, no bairro Nossa Senhora de Fátima. Entrou com ação de indenização por danos materiais e morais em nome dos moradores Jurema Ramos da Silva e de Clesio Moura e de sua esposa Patrícia da Silva Gusman. A primeira audiência no Fórum ocorreu quarta-feira, 27 de maio, referente ao pedido de indenização de Clesio e Patrícia. A juíza Saskia Schwanz Oliveira marcou uma nova audiência para 8 de junho. A juiza considerou que a empreiteira Cinco Estrelas “está fazendo acordo com todas as famílias atingidas”, que também estava “negociando com os autores da ação” e que não foi “citada ou intimada para a presente audiência por não ter sido localizada”. A advogada Carolina Muniz apontou irregularidades no decorrer da explosão programada e depois no atendimento da empreiteira às vítimas. “Os moradores não foram avisados da detonação, foram pegos de surpresa”, afirma na petição. A advogada pede a restituição de R$ 8.363 para reparar danos materiais e R$ 200 mil por danos morais causadas à sua cliente, a moradora da rua Edu Rocha, 1908, Jurema Ramos da Silva, de acordo com a petição. A audiência está marcada para o dia 4 de junho.