Campo Grande News em 20 de Novembro de 2023
Os 65 kg de cocaína, pela tabela de valores da PRF (Polícia Rodoviária Federal), estão avaliados em aproximadamente R$ 2,6 milhões.
A operação de hoje cumpre quatro mandados de prisão preventiva e quatro de busca e apreensão domiciliar. As ordens judiciais foram expedidas pela 4ª Vara Criminal de Campo Grande. Até o momento, duas prisões foram cumpridas e as diligências continuam.
Conforme o delegado Francis Freire, da Derf, o policial militar aposentado é suspeito de ser o chefe da quadrilha. Ele, que ainda não foi encontrado, e o outro ex-PM já foram condenados por tráfico de drogas. Agora, a polícia quer saber quem passava informação para a quadrilha sobre o entorpecente.
Esse tipo de caso é conhecido como Cifra Negra, crime incomunicável, como nesse caso em questão, que a pessoa não pode denunciar à polícia que teve a droga roubada. O traficante vai responder por tráfico de drogas.
Entenda
No dia 18 de outubro deste ano, um morador do bairro Aguadinha, na região do Jardim Noroeste, registrou boletim de roubo a residência, ocasião em que teriam sido levados joias, celulares e R$ 15 mil em dinheiro. Com informações contraditórias, ele foi confrontado e acabou revelando que na verdade atuava como “guarda-roupa” - pessoa que guarda drogas para traficantes - e escondia 65 quilos de cocaína em sua residência.
Na data do roubo, foi abordado por homens que se identificaram como policiais civis da Denar (Delegacia Especializada de Repressão ao Narcotráfico). Eles usavam roupas operacionais, portavam arma de fogo, algemas e se chamavam entre si de “stive” (forma que um policial se dirige a outro nas ações policiais). Também utilizavam dois veículos, um Volkswagen Gol de cor vermelha e Chevrolet Ônix prata.Os supostos policiais realizaram buscas na casa, oportunidade em que “apreenderam” 65 kg de cocaína e dois celulares. Os autores efetuaram a “prisão” do homem, o colocaram no Ônix, informando que o conduziriam à Denar. Contudo, no trajeto, os falsos policiais liberaram o homem no Bairro Cristo Redentor.
Ele relatou que somente registrou o boletim de ocorrência noticiando falsamente o furto de dinheiro e joias porque estava desesperado em obter imagens de câmeras de segurança na vizinhança e, assim, prestar contas da perda da droga pertencente à facção criminosa, sob pena de ser morto.
A investigação
A Derf identificou quatro autores: um policial militar da reserva, de 59 anos, um ex-policial militar expulso em 2004, de 52 anos, um vigilante, de 48 anos, e um técnico em agrimensura, de 25. Todos foram indiciados por roubo majorado, tráfico de drogas, associação para o tráfico e fingir-se funcionário público.
A polícia apreendeu até o momento os dois carros utilizados no roubo da droga, uma algema, 18 kg de cocaína e coletes policiais sem identificação. Um dos homens também foi preso em flagrante por tráfico de drogas, pois estava com aproximadamente 250 gramas de pasta base de cocaína.
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