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Festival de Saltenhas levou multidão ao Porto Geral de Corumbá

Leonardo Cabral em 06 de Novembro de 2023

Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense

Uma multidão esteve no Porto Geral para prestigiar o Saltenha Fast

Uma verdadeira festa de integração entre o Brasil e a Bolívia. Assim foi a 4ª edição do Saltenha Fest, que reuniu uma multidão no Porto Geral de Corumbá, no domingo, 05 de novembro, embalado com muita música latina. O evento foi uma comemoração antecipada ao Dia da Saltenha, que é celebrado no dia 10 deste mês.

Variadas receitas foram encontradas nas barracas disponibilizadas aos comerciantes. Cada qual com sua peculiaridade e sabor, a saltenha, da culinária boliviana, caiu no gosto corumbaense e representa a cultura fronteiriça em solos pantaneiros, sendo considerada também, como outros pratos da região, “a cara de Corumbá”.

“Saltenha é uma marca de Corumbá, não tem como falar em Corumbá e esquecer da saltenha. Por isso, resolvi realizar o festival que há quatro anos é sucesso e representa a maior celebração da integração da cultura fronteiriça Brasil-Bolívia, na região oeste do país. Não para mim, mas sim, para todos, desde bolivianos até corumbaenses, ladarenses e os turistas que, quando provam, ficam apaixonados pela saltenha. Aqui também oferecemos outros salgados e pratos da Bolívia, como majadito, picante de pollo, empanadas de queijo e frango, tortillas, massaco, sonso, além dos sucos como chicha e mocochinchi”, disse Arturo Ardaya, organizador do evento.   

Rosa Pizarro, de 74 anos, participa do festival há dois anos. Ela disse que, enquanto puder participar, vai estar marcando presença. Desta vez, ela veio com os netos, o que para a comerciante, é uma emoção muito grande estar com eles na barraca, todos uniformizados.

Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense

Rosa Pizarro, de 74 anos, junto com os netos

“Aprendi a fazer a saltenha aos nove anos de idade, com meus pais, que aprenderam com meus avós. Sempre fiz a saltenha aqui em Corumbá e ver meus netos comigo é uma satisfação muito grande, pois espero que eles continuem com essa tradição”, falou Rosa, que é boliviana e tem seu ponto de venda no bairro Maria Leite.

Para Jakeline Duran Ribeiro, da barraca “Los Hermanos”, o festival é de extrema importância. Ela faz questão de dizer que é a mãe, Delia Duran Ribeiro, quem faz o preparo de salgados, que tem a saltenha como “carro chefe”.

Leonardo Cabral / Diário Corumbaense

Jakeline Duran Ribeiro vendeu além das saltenhas, as tortillas

“Minha mãe é quem faz as saltenhas. A receita vem de família, ela aprendeu com meus avós e depois que veio para Corumbá, começou a fazer para vender e, como filhos, estamos aprendendo também. Quem não conhece se surpreende com o sabor, ainda mais se for da saltenha, pois é um salgado que não tem no resto do Brasil, se tem, não é igual ao daqui da nossa região”, disse ao Diário Corumbaense.

Além das saltenhas, Jakeline também vendeu as tortillas, outro salgado típico na Bolívia. “É um salgado folhado, parecendo um pão, recheado com queijo, um sabor único e muito gostoso que é sucesso na Bolívia”, explica Jakeline que este ano conseguiu vender 1.000 unidades de saltenhas e 200 tortillas.

Com um sabor diferente e chamando bastante a atenção, a barraca da família Osigana Montaño, apresentou ao público o sonso e a arepa, bastante consumidos no país vizinho.

De Santa Cruz de la Sierra, Yolanda Motaño, de 72, Mary Montaño, de 53 e Irma Ayala, de 57 anos, vieram especialmente para o festival, e, além dos salgados, trouxeram tradicionais refrescos, o mochinchi e a chicha.

Leonardo Cabral / Diário Corumbaense

Família Osigana Montaño na preparação das arepas e sonso

"Fico feliz e agradecida em estar aqui, em família, trazendo as nossas iguarias. Na Bolívia, nosso sustento vem da venda desses salgados, do sonso e da arepa, bem como massaco. entre outros. Foi um prazer estar aqui e esperamos voltar no próximo ano”, celebrou Irma. "Queremos nos próximos anos trazer outras variedades, para que todos possam conhecer a culinária do nosso país”, completou Mary ao parabenizar a organização do evento.

Jorcelene Herrera Campos, veio de Campo Grande, onde vive há 24 anos, passar o feriado, mas quando soube do festival, não quis perder tempo. “Quando fico com vontade de comer saltenha, encontro em alguns locais em Campo Grande, mas não é o mesmo sabor, como as daqui. Eu também faço, porém, quando você cozinha, acaba nem comendo também, então, vim aqui e também encontrei outras variedades, como a tortilla”, disse Jorcelene, que aproveitou e comprou saltenhas para a mãe. “Estou levando para ela, pois sei que vai gostar muito”, finalizou.

Ritmo latino

Com um repertório bastante animado, o evento foi embalado pelo Grupo Internacional Sombras de América, que não deixou ninguém parado.

Ao som da cumbia, salsa, merengue, a banda proporcionou uma grande festa, representando um traço forte da identidade cultural entre Corumbá e as cidades bolivianas, na fronteira, com os ritmos que estão cada vez mais caindo no gosto musical nas festas do lado brasileiro.

Leonardo Cabral/Diário Corumbaense

No repertório, estão as três “preferidas”, que são destaque, duas interpretadas pela atriz e cantora mexicana Laura Leon: Suavecito - de 1992, considerada canção ícone da cultura pop mexicana em sua década de lançamento; “Dos Mujeres, un Camino” que também foi tema de telenovela mexicana e "Pasito Tun Tun", o sucesso dos anos 90 interpretado originalmente pelo grupo peruano feminino Agua Bella.

“Assim que soube que eles iriam tocar, eu logo me programei para poder assistir. Vivemos na fronteira e ter festas e eventos nesse formato, fazem falta. Olha como lotou e o público caiu na dança. É isso que queremos, é muito bom, quando toca uma cumbia, não dá para ficar parado, já faz parte da nossa cultura”, falou Maria Coimbra Rojas.

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