Anahi Zurutuza/Campo Grande News em 08 de Setembro de 2023
Ercel/Puerto Quijarro-Bolívia
"Tio Arantes", ao ser entregue à PF do Brasil; ele usava identidade falsa na Bolívia
A expulsão do criminoso sul-mato-grossense, que chegou a ser considerado um dos líderes mais influentes do PCC (Primeiro Comando da Capital), aconteceu em Puerto Quijarro, na fronteira do Corumbá, no oeste de Mato Grosso do Sul.
Arantes, hoje com 68 anos, vestia calça preta, camisa polo e chinelos. Também carregava uma mala pequena no ombro no ombro esquerdo.
O comandante departamental da Polícia de Santa Cruz, coronel Erick Holguín, fez o comunicado formal da entrega de “Tio Arantes” aos policiais federais escalados para a missão, por volta das 12h desta sexta-feira (08). Além dele, um segundo preso de nacionalidade brasileira foi expulso.
A reportagem também apurou que ainda não há previsão de quando José Cláudio Arantes será reinserido no sistema carcerário. Por enquanto, ele ficará sob a custódia da PF.
A prisão
Ercel/Puerto Quijarro-Bolívia
Momento que policial federal algema José Cláudio Arantes
Ele foi preso em abordagem da FELCC, por volta das 18h30 de quarta-feira, dia 06, mas só ontem a prisão foi divulgada. Na Bolívia, José Cláudio Arantes era Raildo Texeira da Silva. Ele usava uma identidade falsa e ao ser abordado por agentes da polícia boliviana, tentou destruir o celular, o que chamou a atenção dos policiais.
Fuga
A fuga de “Tio Arantes” foi constatada no dia 23 de novembro de 2021. Ele cumpria pena no regime semiaberto, no Centro Penal Agroindustrial da Gameleira, em Campo Grande. “Coincidentemente”, o sistema de câmeras da ala que abrigava o detento deixou de funcionar horas antes de ser constatado o “sumiço”. Os cadeados da cela e da porta do pavilhão ocupados por José Cláudio desapareceram com ele.
José Cláudio é dono de uma extensa ficha criminal e tem condenações por roubo, tráfico de drogas e homicídios. Ele também ficou “famoso” por ter coordenado rebelião que resultou na morte do interno Fernando Aparecido do Nascimento Eloá, em 2006, no Estabelecimento Penal Jair Ferreira de Carvalho, a “Máxima”.
A rebelião começou em São Paulo, chegou a Mato Grosso do Sul e se espalhou por quatro cidades do Estado, Corumbá, Dourados, Três Lagoas e na Capital. Mas, foi na Máxima que a cena mais emblemática daquele dia 14 de maio aconteceu: grupo de presos do PCC em cima do telhado da unidade e nas mãos, uma cabeça decapitada e carbonizada, amarrada por uma camiseta.
Desde então, “Tio Arantes” ganhou direito ao regime semiaberto, foi libertado e preso mais algumas vezes.
08/09/2023 “Tio Arantes” foi entregue à PF ao lado de integrante de facção rival
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