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Primeira certificação de crédito de carbono busca garantir a conservação do Pantanal

Leonardo Cabral em 30 de Maio de 2023

Anderson Gallo/ Diário Corumbaense

Projeto prevê a conservação do meio ambiente e proteção da biodiversidade do Pantanal

A primeira certificação de crédito de carbono no Pantanal foi anunciada nesta terça-feira, 30 de maio. O evento, que aconteceu na sede do IHP (Instituto Homem Pantaneiro), contou com a presença do governador Eduardo Riedel; do presidente do IHP, Ângelo Rabelo; secretário de estado de Meio Ambiente e Desenvolvimento, Jaime Verruck e da secretária Nacional de Biodiversidade, Florestas e Direitos animais do Ministério do Meio Ambiente, Rita de Cássia.

“Uma iniciativa inédita no Estado, que é um mecanismo que recebe crédito por desmatamento evitado. É uma iniciativa muito importante, porque mostra que o Pantanal tem um potencial ambiental econômico e acredito muito nessa linha, porque isso gera resultado para todo um conjunto, garantindo a preservação do bioma que é maravilhoso. Se a gente combinar bem o desenvolvimento econômico e a preservação ambiental, estamos no caminho correto e Corumbá tem participação direta nisso”, disse o governador.

O projeto gerido pelo Instituto Homem Pantaneiro (IHP), junto com a Programa Conexão Jaguar, da empresa colombiana ISA CTEEP, na Serra do Amolar, vai garantir a conservação de mais de 135 mil hectares naquela região, que forma um corredor de biodiversidade para a onça-pintada e outras dezenas de espécies animais. A área equivale a cerca de 135 mil campos de futebol.

“É um anúncio importante não só para IHP, mas para o Pantanal como um todo. A aprovação do certificado de carbono foi um processo de quatro anos que começa a pagar por uma história de conservação. Então, as riquezas que temos de áreas conservadas pelo homem pantaneiro, as espécies, o mercado começa a pagar para que elas não sejam modificadas. Ou seja, vamos garantir recurso para que possamos manter o nosso trabalho. O projeto vai impactar diretamente as comunidades ribeirinhas, contribuindo para melhoria da qualidade de vida, melhoria de tecnologia, como já estamos fazendo hoje, inclusive, com parceria com o Sebrae, levando curso de capacitação importante para as comunidades. Não temos dúvida que Corumbá será, num curto espaço de tempo, um dos destinos mais importantes de natureza do País", explicou Ângelo Rabelo.

Ainda segundo ele,  o projeto foi viabilizado pela empresa ISA CTEEP, dentro de uma bandeira chamada Conexão Jaguar, que interliga as espécies dentro do eixo da América Latina, para proteger uma espécie bandeira.

“Como é topo de cadeia e tem efeito cascata em outras espécies, o objetivo é usar a espécie como uma bandeira para fomentar a conservação, que é da onça-pintada. Para o futuro, o carbono é moeda nova que tem que ser respeitada e traz de fato o valor”, completou.

Para Jaime Verruck, titular da Semagro, o momento é importante, hoje são mais de 150 mil hectares com capacidade de emissão de crédito de carbono.

“O que estamos fazendo hoje aqui é o lançamento disso, que é a primeira emissão de crédito de carbono em área úmida do mundo, então, é uma questão inédita para todo o Pantanal. Isso vai permitir que a própria unidade de conservação IHP, agora crie esse certificado de crédito de carbono para vender no mercado, permitindo a manutenção dessa atividade e teremos o desmatamento evitado. Nossa ideia agora é oferecer aos outros produtores pantaneiros que têm suas RPPN’s, reservas legais. O governo do estado a partir desse caso positivo, vai replicar para outras áreas do pantanal permitindo que receba recurso de crédito de carbono”, destacou o secretário.

A certificação envolverá diretamente, neste caso, a conservação da onça-pintada no Pantanal, bem como a formação de um corredor biológico para a espécie. Projeto de conservação no Pantanal Brasileiro, Patrimônio Natural da Humanidade e Reserva da Biosfera pela Unesco, que vai certificar mais de 231 mil créditos de carbono que serão comercializados no mercado voluntário internacional e têm o potencial de reduzir cerca de 430 mil toneladas de CO2e até 2030.

Onça-pintada

A onça-pintada desempenha um papel ecológico fundamental para o equilíbrio dos ecossistemas, protegendo a biodiversidade, as águas e as florestas, além de garantir a sobrevivência das espécies que coexistem com ela e de seus habitats associados.

Por isso, desde 2019, a ISA CTEEP, líder no setor de transmissão de energia do País, desenvolve o Programa Conexão Jaguar, que visa à conservação da biodiversidade; à mitigação das mudanças do clima por meio da implementação de projetos florestais em áreas prioritárias para proteção, recuperação e conexão do habitat e corredores da onça-pintada; e ao desenvolvimento das comunidades.

De acordo com o próprio IHP, o Brasil abriga a maior população de onça-pintada do mundo, principalmente, na Amazônia e no Pantanal.

Na oportunidade, o governador Eduardo Riedel conheceu a sala que abriga o sistema Pantera, plataforma que traduz os fundamentos dos enfrentamentos dos incêndios florestais. É uma tecnologia para prevenção, para mapas de risco, tem câmeras de alta resolução que detectam um foco de incêndio num raio de 15 km, porém tem um alcance muito maior que pode chegar a 40 km.

Com informações do IHP.

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