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Mocochinchi cai no gosto brasileiro, mas há quem atravesse a fronteira para se deliciar com o refresco

Leonardo Cabral em 17 de Maio de 2023

Diário Corumbaense

Do lado boliviano é comum a venda do refresco em qualquer local, desde vendas até restaurantes mais sofisticados

Quem vive na área de fronteira acaba por conhecer a gastronomia que predomina na região. Em Corumbá, por exemplo, cidade que faz fronteira com as cidades bolivianas de Puerto Quijarro e Puerto Suárez, boa parte da população se delicia com as comidas e bebidas típicas.

Uma dessas peculiaridades está em um refresco da gastronomia dos 'hermanos' que vem ganhando o gosto dos brasileiros e visitantes. Conhecido como mocochinchi, a bebida refrescante e açucarada é um refresco que ajuda a matar a sede durante as mais altas temperaturas registradas na região, conhecida pelo forte calor.

É só atravessar a ponte que separa Corumbá da Bolívia, que é nítida a venda do refresco. Ele pode ser encontrado em qualquer parte, desde vendedores ambulantes ou em pequenos comércios e restaurantes, dos mais simples aos mais sofisticados. Geralmente o refresco é comercializado em caixas térmicas ou baldes e fica sempre em frente com uma jarra de vidro onde ficam as famosas "bolas", que são os pêssegos que acompanham o suco. 

A procura pela bebida é grande. Alguns corumbaenses, assim que bate aquela vontade, atravessam a linha internacional em busca do suco, que pode ser acompanhado de uma saltenha, empanadas de queijo ou saboreado num almoço em família e entre amigos.

Apaixonada pelo refresco, Rhaffane Andreia Ortiz Claro, de 30 anos, que é auxiliar administrativa, disse que toda vez que vai para a Bolívia, não volta para Corumbá sem tomar o mocochinchi.

"Sempre quando vou à Bolívia para passear ou resolver algumas coisas, já tenho costume de dar uma parada e me deliciar com o mocochinchi. É um refresco que ajuda a matar a sede e quanto mais gelado, muito mais saboroso. Desde que conheci a bebida, ganhei gosto e minha família também, por isso, ir para a Bolívia e não tomar esse suco é como se não tivéssemos ido, tenho que tomar sempre, é uma delícia”, falou Rhaffane ao Diário Corumbaense.

Ela também diz que tem um local específico para tomar o refresco. "Já virei freguesa de uma senhora que tem uma banca próximo a uma agência bancária e ela sabe até meu gosto, pois me dá o refresco com duas bolas de pêssegos”, contou.

Os pêssegos secos ajudam a deixar o refresco com mais gosto, dando um toque a mais na iguaria. “Algumas pessoas tem preconceito quando veem o refresco, mas é só experimentar que vão se deliciar. É um gosto diferenciado e muito bom. Vale a pena”, afirmou Rhaffane.

Mocochinchi

Reprodução

O mocochinchi é preparado a partir da calda gerada pela reidratação e cozimento de pêssegos

A preparação é simples e consiste basicamente em ferver o mocochinchi numa panela com água, acrescentando alguns cravos da índia, lascas de canela e açúcar a gosto. Na Bolívia, o refresco é tão tradicional que é encontrado nos mercados municipais, mercearias, tendas, feiras, restaurantes, lanchonetes e esquinas. Geralmente ele é colocado em baldes com gelo e servido em copos descartáveis.

O mocochinchi é preparado a partir da calda gerada pela reidratação e cozimento de pêssegos secos em água com canela e cravo. Um copo é servido com uma parte do produto cozido junto com uma maior quantidade de calda.

O nome da bebida varia em certas regiões do país: em Oruro é conhecido como "mok'ola", em La Paz, como "refresco ou fresco de k'isa"; "orejón" em partes do ocidente; "pepa" em  regiões do norte; em Santa Cruz, Cochabamba, Chuquisaca e Beni é conhecido como "mocochinchi". É uma das bebidas mais preferidas por não ter aditivos artificiais.

Em Corumbá, o mocochinchi pode ser encontrado principalmente nas feiras livres, onde alguns bolivianos fazem a venda do refresco para os próprios feirantes ou frequentadores que gostam do refresco.

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