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Série A de Futebol tem suspeita de manipulação; seis jogos são investigados

UOL Esportes em 18 de Abril de 2023

Divulgação

Operação deflagrada pelo MP/Goiás identificou suspeitas sobre jogadores e apostadores

O Ministério Público de Goiás contou hoje (18) quais jogos da Série A 2022 e dos Estaduais 2023 têm suspeita de manipulação, após investigação e operação feita hoje (18) em seis estados do país. 

A lista da Série A 2022

Santos x Avaí (05/11) — suspeita de tentativa de cooptação de atleta do Santos para tomar cartão amarelo.

Red Bull Bragantino x América-MG (05/11) — aliciamento do atleta do Bragantino para cartão amarelo.

Goiás x Juventude (05/11) — aliciamento de dois atletas do Juventude para tomar amarelo.

Cuiabá x Palmeiras (06/11) — um jogador do Cuiabá também aliciado para tomar amarelo

Santos x Botafogo (10/11) — atleta cooptado para levar cartão vermelho.

Juventude x Palmeiras (10/9) — aliciamento de jogador do Juventude para tomar cartão amarelo.

O que foi dito

"Eram os cinco jogos que estavam no escopo de investigação nessa operação. Mas durante o cumprimento de um dos mandados, um atleta confessou participação em outro jogo, em setembro, também sobre cartão amarelo, no Juventude x Palmeiras", disse Fernando Cesconeto, promotor do Ministério Público de Goiás.

O jogador em questão admitiu que recebeu proposta relacionada a um jogo já na lista do MP, disse que recusou a proposta relacionada a ele, mas aceitou a proposta de outro jogo do Campeonato Brasileiro da Série A. 

A lista dos estaduais 2023

Goiás x Goiânia — Tentativa de evento para derrota parcial. Foi apostado e os jogadores foram aliciados para que o Goiânia tivesse derrota parcial no primeiro tempo, por um determinado número de gols.

Caxias x São Luiz — Aposta encomendada de pênalti por parte do São Luiz

Esportivo x Novo Hamburgo — Cometer pênalti por parte de jogador do Novo Hamburgo.

Luverdense x Operário-MT — Número de escanteios no primeiro tempo e durante o jogo para atender o pleito dos apostadores.

Guarani x Portuguesa — Assegurar que determinado atleta fosse punido com amarelo.

Nada de nomes

O Ministério Público não divulgou o nome dos envolvidos nos casos citados. O promotor Fernando Cesconetto disse que o fato de ter sido identificada a tentativa de manipulação não quer dizer que os jogadores tenham concretizado os atos.

"No Santos x Botafogo, por exemplo, o que houve foi a proposta para que houvesse o cartão vermelho. Não é o momento de dizer se o jogador praticou ou não o ato. Não é o momento de revelar", disse o promotor. 

Quais os crimes?

A investigação se centra no crime de organização criminosa, bem como em crimes de corrupção no âmbito desportivo previstos no estatuto do torcedor. Jogador envolvido que solicita ou aceita vantagem indevida para promover qualquer alteração de evento, não só resultado, tanto ele pode responder quanto quem alicia. Essa pessoa que dá ou promete vantagem pode responder por um crime com pena de dois a seis anos de prisão. O jogador, quem solicita ou aceita vantagem, também responde. Não se descartando avançarmos para crime de lavagem de dinheiro ou outros crimes a serem identificados", disse o promotor. 

Valores envolvidos

Nos casos da Série A, o MP/GO disse que as quantias oferecidas a jogadores geravam entre R$ 50 mil a R$ 60 mil por atleta para cada evento. Nos estaduais, valores variavam entre R$ 70 mil e R$ 100 mil.

Não houve prisão de jogador profissional hoje. Mas três mandados de prisão preventiva foram cumpridos no estado de São Paulo.

Justiça Desportiva

Os integrantes do MP de Goiás disseram que, quando foi oferecida a denúncia da primeira fase da operação para coibir manipulação de jogos, houve compartilhamento de provas com o Superior Tribunal de Justiça Desportiva (STJD). Nesta segunda fase, quando houver a conclusão da investigação, o compromisso é que o conteúdo será igualmente encaminhado. 

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