Mesmo com chuva, multidão desce para a avenida no “esquenta” do Cibalena

Nem mesmo a forte chuva que caiu no final da tarde de domingo, 12 de fevereiro, conseguiu espantar e desanimar o “mar’ de gente que acompanhou a descida do bloco de sujos Cibalena. Foi o “esquenta”, que acontece sempre um final de semana antes da descida oficial, na sexta-feira de carnaval.

Por causa da chuva, a descida do bloco, que estava marcada para 17h, aconteceu por volta das 19h, e ainda com garoa. Na concentração, em frente ao Hotel Nacional, no centro da cidade, desde o final da manhã, os foliões cantavam e dançavam animados as tradicionais marchinhas de carnaval, como “Cabeleira do Zezé" e “Mamãe eu quero”.

“Antes, esse ‘esquenta’ acontecia na rua Tiradentes, mas com parcerias que fechamos, a partir desse ano, faremos aqui nesse local. Recebemos muitas críticas, mas a nossa ‘bagunça-organizada’ tem despesas e agora, com essa nova maneira de fazer o esquenta, as pessoas vão se adaptar”, explicou o presidente, Elias Ferreira da Silva, se referindo a proibição de coolers com cervejas. "Como disse, temos despesas, estamos iniciando uma outra maneira de fazer o Cibalena”, completou.

Mas, na próxima sexta-feira, dia em que o bloco se concentrará na rua Frei Mariano esquina com a Joaquim Murtinho, a expectativa, depois de dois anos sem descer para a Avenida General Rondon, por causa da pandemia da covid-19, a ordem é arrastar uma multidão até a passarela do samba, mantendo a tradição de maior bloco de sujos do Carnaval de Corumbá, onde homens se vestem de mulher e mulheres de homem.

“Estamos com a expectativa de levar para a avenida de 35 mil a 40 mil pessoas no dia oficial do Cibalena. Todos podem vir e curtir o carnaval de forma tranquila e com muita segurança no nosso bloco. Antes de irmos para a avenida, claro, teremos o tradicional concurso da Rainha do Cibalena”, falou Elias.

A descida

Atrás do trio elétrico, uma multidão se formou para cantar a também tradicional marchinha que embala o Cibalena até a passarela do samba.

Composição do conhecido “Ruyzinho”, parte da letra diz: "Sou atrevido, Sou garanhão, Sou Cibalena de coração”, foi tocada por inúmeras vezes, algumas na saudosa e eterna voz de Emerson Thomas Macedo, de 59 anos, que ficou conhecido popularmente como “Mersão” ou “Macedo”, falecido em 2021 e que embalou por muitos anos a descida do Cibalena.

“Hoje é dia de ‘cibalenar’, isso aqui é Corumbá. Isso aqui é Carnaval. Tivemos um pouco do que será na próxima sexta, quando o bloco desce para a avenida. Não tem como explicar a sensação, só sei que é muito bom estar aqui e poder participar mais um ano do carnaval. Para sexta que vem minha fantasia já está sendo preparada”, falou Jorge Souza que estava com a família e amigos.

Maria de Fátima, disse que a chuva não conseguiu desanimá-la. “Pode fazer sol, pode chover até canivete, se não marcar presença no Cibalena é como se não tivéssemos pulado Carnaval. Tudo isso aqui faz parte da nossa tradição”, falou ao Diário Corumbaense.

O bloco surgiu nos anos 70 pela união de amigos e está enraizado no Carnaval de Corumbá há 45 anos, arrastando sempre uma multidão na sexta-feira de Carnaval.