Rosana Nunes em 21 de Dezembro de 2022
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Subfinanciamento é uma realidade das Santas Casas no Brasil inteiro, disse futuro governador
Ele argumentou que a administração das Santas Casas é "um desafio enorme" em todo o País. Contudo, Riedel reforçou que o apoio governamental deve acontecer para garantir o atendimento à população com o "mínimo de prejuízo".
"Isso é uma questão nacional. Existe um subfinanciamento da saúde pelo SUS no Brasil inteiro. O Estado não tem condição de assumir as responsabilidades municipais. Ele aporta e apoia no limite da sua capacidade, como estamos fazendo com Corumbá, ao repassar além de oitocentos, novecentos mil reais por mês, agora uma décima terceira parcela, com um milhão e meio. Mas, você pega uma Santa Casa de Campo Grande, que tem mais de 500 milhões em dívidas, isso é uma realidade das Santas Casas no Brasil inteiro por conta do subfinanciamento. É um desafio enorme para a saúde. Acredito que o modelo brasileiro, através do SUS, tem que ser pensado de uma maneira que venha a gerar resultados e viabilizar as unidades e as estruturas de atendimento. O estado vai estar atento e sempre apoiando para que a gente tenha o mínimo de prejuízo no atendimento das pessoas", afirmou o governador eleito, que assume o cargo no próximo dia 1° de janeiro.
No último dia 15, o Corpo Clínico da Santa Casa de Corumbá anunciou que vai deixar de integrar as escalas de todas as especialidades médicas (cirurgia geral, ortopedia, clínica médica, cirurgia vascular, pediatria, ultrassonografia, ginecologia/obstetrícia, cardiologia, urologia e anestesia) a partir de 15 de janeiro de 2023 – um domingo – caso não seja apresentada pela Junta Administrativa do Hospital uma “solução concreta e definitiva para a atual situação catastrófica que se encontra” a instituição hospitalar.
Desde 2010, a Santa Casa está sob intervenção e é mantida com recursos federal, estadual e municipal. Hoje, as três esferas, segundo o Corpo Clínico repassam R$ 2,7 milhões mensalmente, valor que não cobre os gastos do hospital, atualmente de R$ 4,5 milhões/mês. A Santa Casa é o único hospital público de média e alta complexidade e atende, além da população corumbaense, moradores de Ladário e da Bolívia.
Corumbá no Governo
Eduardo Riedel, que ainda monta seu secretariado, disse que Corumbá tem nomes capazes e qualificados para integrar sua gestão - mas não citou cargos.
"Corumbá tem gente importante, conhecedora de política pública. Independente de partido, de orientação política, tem quadros que vão poder contribuir no Governo. Formatamos um modelo que não são só os onze secretários, mas para cada Secretaria temos dois, três secretários executivos que dão dimensão a determinada área. (...) Esses quadros de Corumbá certamente podem apoiar e ajudar o Estado", disse o futuro governador ao Diário Corumbaense.
Responsabilidade
Com a proximidade da posse, Eduardo Riedel disse ter sentimentos que misturam "tranquilidade" e "responsabilidade". Mas, confirmou estar preparado para enfrentar o desafio.
"É um misto de tranquilidade por conhecer profundamente o estado de Mato Grosso do Sul, com uma responsabilidade que eu nunca senti antes. É diferente quando você está auxiliando e quando recai sobre o seu ombro o ônus da liderança, da condução e da responsabilidade. Mas, estou formando um time extremamente competente, comprometido e conhecedor das obrigações que cada pasta tem. Não tenho dúvida que quando montamos um time que tem as características do que estamos propondo para o Mato Grosso do Sul, as coisas vão acontecer. Claro que os desafios vão aparecer também e não serão poucos, serão muitos. Mas, estamos preparados para enfrentar esses desafios, sempre pensando nas pessoas e em entregar resultados para nossa sociedade", finalizou.
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