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Na divisa de MT e MS, Pantanal sofre com fogo de turfa há mais de 20 dias

Campo Grande News em 15 de Dezembro de 2022

Divulgação

Brigadistas do ICMBIO estão há mais de 20 dias lutando contra o fogo no Pantanal

Brigadistas do ICMBIO (Instituto Chico Mendes de Conservação da Biodiversidade) lutam há mais de 20 dias para apagar um incêndio no Parque Nacional do Pantanal Mato-grossense, que já chegou a divisa com Mato Grosso do Sul.

A luta diária é contra o incêndio de turfa, fogo subterrâneo característico da região após as estações de seca e de cheia que criam camadas de matéria orgânica no solo, resultando em uma grande massa de combustível inflamável sob a vegetação.

O incêndio na superfície pode até parecer extinto, mas por baixo da terra, o fogo tem se espalhado e avançado para uma área de difícil acesso para as equipes de combate às chamas. “É fogo para tudo quanto é lado”, disse uma fonte que não quis se identificar. 

Os focos estão entre o rio Cuiabá e o rio Paraguai, com muitas áreas alagadas que dificultam a locomoção até o epicentro. A distância é de algo em torno de 20 km até chegar ao ponto onde o fogo de superfície aparece. 

Percorrendo embaixo da terra, o satélite que monitora a situação tem dificuldades de auxiliar as equipes. Após apagar o incêndio, a fumaça some por dois ou três dias das imagens de monitoramento. Mas o fogo de turfa vai percorrendo por baixo da terra e reaparece em vários pontos diferentes nos dias posteriores.

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Incêndio de turfa, faz fogo percorrer sob a terra consumindo material orgânico acumulado após as estações de seca e cheia do Pantanal

Uma aeronave da equipe de combate ao incêndio está retornando a região de Boa Esperança. A preocupação é que o fogo de turfa consuma matéria orgânica, alastrando as chamas até a barra do São Lourenço. Até o momento nenhum animal foi encontrado morto. Estão no local 11 brigadista do ICMBIO e cinco militares do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso.

Em nota, o ICMBIO confirmou que atualmente “o fogo está em duas frentes no interior do Parque: a Frente Rio Alegre, na parte norte, onde o fogo está confinado por áreas queimas e barreiras naturais. O fogo nesta área é originado por causas naturais e não está sendo efetuado o combate, apenas monitoramento devido às dificuldades de acesso. 

Na frente Rio Caracarzinho/Bélica, o fogo é combatido por seis brigadistas, cinco brigadistas do Parque Nacional do Pantanal e cinco bombeiros militares do estado do Mato Grosso. Por lá, os brigadistas abrem uma linha de defesa para evitar que o fogo chegue à sede e locais onde estão inscrições rupestres.”

Monitoramento

De acordo com a Defesa Civil de Mato Grosso do Sul, o IHP (Instituto do Homem Pantaneiro) emitiu um alerta sobre as chamas após detectar a fumaça no sistema de monitoramento de incêndios. “Recebi a informação do IHP e o Corpo de Bombeiros de Mato Grosso está no local. Nós continuamos fazendo o monitoramento”, disse o coordenador da Cedec (Defesa Civil de Mato Grosso do Sul), coronel Fábio Catarinelli.

Já o comandante do Corpo de Bombeiros de Mato Grosso do Sul, Coronel Hugo Djan Leite, explicou que se o fogo retornar a região do Pantanal sul-mato-grossense, automaticamente, as equipes militares de Corumbá vão retornar ao combate. “Corumbá dá a primeira resposta e se precisar eles solicitam apoio de mais militares do Estado.”