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Juiz fixa em R$ 1,3 milhão indenização de MS a ex-major traficante

Campo Grande News em 05 de Dezembro de 2022

Divulgação/VMM

Ex-major Sérgio Roberto de Carvalho foi preso em 21 de junho, na Hungria

A Justiça fixou em R$ 1,3 milhão a indenização que a administração estadual deverá pagar para Sérgio Roberto de Carvalho, ex-major da PM (Polícia Militar).

Após a operação da PF (Polícia Federal) em 2020, ele ficou conhecido como “Escobar Brasileiro”, diante de denúncia de liderar tráfico bilionário de cocaína, e se notabilizou por uma temporada “morto-vivo”, por ter criado uma “versão" europeia que morreu de covid e foi cremado, portanto sem condições de análise do DNA dos restos mortais para confirmar a identificação.  Atualmente, o ex-policial está preso na Hungria, quando “caiu” com uso de documento falso, desta vez se passando por mexicano.

O processo do ex-policial contra a Ageprev (Agência de Previdência Social) tramita desde 16 de novembro de 2015 na 4ª Vara da Fazenda Pública de Campo Grande. Na ocasião, a ação de cumprimento provisório de sentença cobrava R$ 516.695 em aposentadorias, que não eram pagas desde abril de 2011. Como os recursos  da Ageprev foram negados pelo STJ (Superior Tribunal de Justiça) e STF (Supremo Tribunal Federal), o processo prosseguiu para cálculo do valor.

Após a operação Enterprise, com a possibilidade de óbito do ex-servidor, o governo exigiu prova de vida e, diante do não comparecimento, suspendeu pagamento da aposentadoria de R$ 11 mil. Contudo, a administração estadual não conseguiu paralisar o andamento do processo de indenização com o argumento de “óbito presumido”.

No último dia 24 de novembro, o juiz Marcelo Andrade Campo Silva fixou em R$ 1.313.732,01 o valor do crédito em favor do ex-major. Agora, após o prazo recursal, deve ser emitido precatório para pagamento do ex-policial. 

De policial a "Escobar"

A carreira de Carvalho na Polícia Militar durou 16 anos. Ele ingressou na PM em 25 de janeiro de 1980 e se aposentou em 28 de maio de 1996. A aposentadoria foi antes da condenação por tráfico.

Em 2007 e 2009, quando já cumpria pena em regime semiaberto, voltou a ser preso por envolvimento em jogos de azar, alvo das operações Xeque-Mate e Las Vegas. Ele só foi expulso da Polícia Militar em 07 de março de 2018.

Na operação Enterprise, a PF coloca o ex-major como líder de organização criminosa capaz de exportar 45 toneladas de cocaína (equivalente a R$ 2,2 bilhões), sendo comparável ao colombiano Pablo Escobar. Na Espanha, ele  morava em mansão avaliada em R$ 12 milhões.

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