Após cinco semanas de treinamentos, 28 militares concluem estágio no Pantanal

Encerrado nesta sexta-feira, 23 de setembro, o Estágio de Operações do Pantanal, que teve duração de cinco semanas. Ao todo, 37 militares iniciaram, mas apenas 28, entre eles, uma sargento mulher, conseguiram finalizar o estágio. A formatura foi realizada no 17° Batalhão de Fronteira Antônio Maria Coelho.

Participaram o general-de-exército, Anisio David de Oliveira Júnior, comandante Militar do Oeste; o general-de-brigada Marcelo Zanon Harnisch, comandante da 18ª Brigada de Infantaria do Pantanal; o vice-almirante, Paulo César Bittencourt Ferreira, comandante do 6° Distrito Naval e a tenente-coronel Letícia Raquel Lopes, comandante do 6° Batalhão da Polícia Militar.

O 17° BFron é a única unidade militar que forma os chamados Guerreiros do Pantanal do Exército. O estágio  é realizado duas vezes ao ano, no primeiro semestre para oficiais e no segundo semestre para sargentos- praças.

Dos 28 que concluíram o estágio com aproveitamento, quatro são cadetes da Academia Militar das Agulhas Negras, sendo um deles, cadete de Camarões, que está fazendo Curso de Formação de Oficiais no Exército Brasileiro. Os outros 24 são sargentos do Comando Militar do Oeste, que engloba os estados de Mato Grosso do Sul e Mato Grosso.

Única mulher entre os formandos - a quarta a concluir o estágio que acontece desde 1998 e que teve a primeira mulher formada em 2018 -, a 3° sargento Rayssa Saruba, que serve no 17° BFron, disse estar feliz por concluir a formação.

“Grande satisfação em poder concluir o estágio que requer muito do físico, e por ser mulher, foi mais difícil ainda. O peso da mochila, o calor, friagem, foram dificuldades que eu consegui vencer a cada fase do estágio. Sirvo no 17° Batalhão de Fronteira, então, o fato de participar do estágio me fez aprender a como lidar com situações adversas, até mesmo em alguma intercorrência, estar preparada. Com esse estágio, aprendi a lidar com a sobrevivência, a dor, a fome, frio, calor. O pantanal é um ambiente totalmente hostil, mas agora estou mais bem preparada do que nunca”, falou em entrevista ao Diário Corumbaense a sargento Rayssa Saruba.

Também em conversa com o Diário, o cadete Donald, da Academia Militar das Agulhas Negras, que é de Camarões, afirmou que a partir do estágio venceu um grande desafio: a natação.

“Foi uma oportunidade ímpar concluir o estágio, que é muito difícil e requer habilidade do combatente, não só na parte física, mas na parte intelectual e também psicomotora. Então, para mim que venho do exterior é um grande privilégio, aprendi muita coisa. Tudo que fazemos na vida tem um sentido. Tenho bastante dificuldade na parte da natação, flutuação, etapas que exigem muito durante o estágio, consegui superar esse desafio particular”, disse.

De acordo com o Exército, o estágio não faz distinção de homem e mulher, respeita a limitação física, as habilidades, dificuldades na água, natação. Para concluir, o militar passa por três fases: a primeira é sobrevivência, que dura uma semana; a segunda, duas semanas de técnicas especiais e a terceira, são três semanas com ações de operações no Pantanal.

“O papel deles a partir de agora é importante, pois irão formar mais militares, difundir esse conhecimento nos batalhões e quartéis que forem. Agora, são especialistas no combate aqui na área do Pantanal. A nossa missão é combater, mas também preservar esse bioma tão importante para o Brasil. São militares que irão multiplicar o poder de combate e levar a mentalidade de preservação do Pantanal”, afirmou o comandante do CMO.

Ele ainda ressaltou a participação da 3° sargento Rayssa Saruba. “Tivemos a felicidade dessa guerreira vencer essa dificuldade. Prova que basta ter vontade e dedicação que a vitória é assegurada”, completou.

A cerimônia foi encerrada com o desfile das tropas militares e dos formandos. Familiares também acompanharam a solenidade.