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PF deflagra operação contra migração ilegal na fronteira de Corumbá com a Bolívia

Leonardo Cabral em 01 de Setembro de 2022

Divulgação/Polícia Federal

Operação Náuatle cumpre 26 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva

Deflagrada nesta quinta-feira, 01 de setembro, pela Polícia Federal, a Operação Náuatle, cumpriu 26 mandados de busca e apreensão e três mandados de prisão preventiva nos estados de Mato Grosso do Sul, São Paulo, Minas Gerais e Distrito Federal.

A operação investiga a atuação de grupos criminosos que promoviam a entrada de imigrantes ilegalmente em território nacional por Corumbá, fronteira com a Bolívia. As investigações tiveram início há cerca de seis meses, depois que a Polícia Federal identificou um aumento expressivo do fluxo migratório irregular na região.

O Diário Corumbaense apurou que em Corumbá, foram cumpridos 11 mandados de busca e apreensão; um homem foi preso e apreendidos dinheiro e documentos relacionados à investigação. 

Como funcionava o esquema  

Os grupos criminosos investigados funcionavam com a atuação de coiotes, que introduziam os imigrantes em território brasileiro burlando a fiscalização migratória, ou seja, sem autorização para entrada ou permanência no Brasil, mediante cobrança de valores em dinheiro.

Já em território nacional, os imigrantes embarcavam em ônibus clandestinos e eram conduzidos, a grande maioria, até a capital paulista, onde eram empregados no setor da indústria têxtil, muitas vezes em condições de trabalho degradantes.

Usados como “mulas”

Muitos desses imigrantes acabavam sendo recrutados pelo narcotráfico para servirem como “mulas”, transportando drogas para o Brasil e retornando com dinheiro em espécie para a Bolívia.

Divulgação/Polícia Federal

Investigações tiveram início há cerca de seis meses

O esquema contava com a participação de empresários do ramo de transporte de passageiros, que disponibilizavam ônibus para levar os imigrantes sem conhecimento e autorização dos órgãos de controle, além de motoristas de aplicativos, que atuavam no transporte transfronteiriço dessas pessoas ou como batedores, visando dificultar a fiscalização por parte da polícia.

Os investigados poderão responder pelos crimes de promoção de migração ilegal, organização criminosa e lavagem de dinheiro, conforme o aprofundamento dos trabalhos investigativos. 

Náuatle

O nome da operação é uma referência à língua e ao povo Náuatle, de origem asteca, que deu nome ao coiote, como são conhecidos os criminosos que promovem a introdução de imigrantes ilegais em território de outro país.

Com informações da assessoria de comunicação da Polícia Federal.