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Polícia conclui que "golpista de luxo" de MS provocou a própria morte

Campo Grande News em 13 de Julho de 2022

Divulgação/Arquivo

Kelly Samara quando foi presa por estelionato, aos 22 anos

Inquérito policial concluiu que a morte de Kelly Samara Carvalho dos Santos, 33 anos, ocorrida em Laguna (SC), foi provocada pela própria vítima, sendo acidental ou suicídio. A sul-mato-grossense ficou nacionalmente conhecida como “golpista de luxo” e esteve foragida por 10 anos.

Kelly Samara morreu ao cair da janela do apartamento localizado no 4º andar, na madrugada de 18 de fevereiro deste ano. No imóvel, estavam ela e o namorado, com quem morava havia um mês.

O inquérito foi relatado em maio e enviado ao MPSC (Ministério Público de Santa Catarina). O delegado William Testoni Batisti, da Polícia Civil de Laguna, disse ao Campo Grande News que os relatos das testemunhas e outras provas colhidas na investigação apontam que a morte foi consequência de conduta da própria vítima. “Não houve indicativo de crime”, disse. 

Kelly usava o nome de Beatriz Paramelim e estava morando em Laguna (SC) há apenas um mês, na casa do namorado que havia conhecido por aplicativo de relacionamento três meses antes.

A investigação apurou que Kelly apresentava comportamento instável, agressivo e isso passou a incomodar o namorado, que pretendia terminar o relacionamento. Ele já havia entrando em contato como familiares dela, em Curitiba (PR) para que ela fosse para lá.

No dia 17 de fevereiro, ela saiu cedo de casa, por volta das 08h para fazer procedimento estético. O casal retornou já na madrugada, por volta das 03h e discutindo. Segundo apuração, Kelly havia bebido e usado cocaína. “Ele disse que queria que ela fosse embora no dia seguinte”, contou o delegado. A mulher começou a dizer que ia se matar.

Arquivo pessoal

Kelly em foto mais recente, quando morava no sul do País

Durante a discussão, Kelly foi até a sacada do apartamento ameaçando se jogar e o namorado conseguiu tirá-la do local. Porém, ela voltou, se sentou no parapeito e começou a se balançar, indo e vindo. Em um desses momentos, acabou caindo. “Ou ela se jogou ou não conseguiu segurar o próprio peso em vista do entorpecimento”, disse o delegado.

No dia 27 de junho, a 2ª promotoria de Justiça de Laguna manteve o mesmo entendimento da Polícia Civil e pediu pelo arquivamento do inquérito policial, ainda pendente de decisão judicial a respeito. 

Vida pregressa

Natural de Amambai, a 351 quilômetros de Campo Grande, Kelly começou a aplicar pequenos golpes aos 13 anos. Ficou nacionalmente conhecida ao ser presa em São Paulo, sob acusação de furtar de galeria de arte um quadro do artista Joan Miró, avaliado em R$ 37 mil, além de fazer compras em São Paulo com cheques roubados e aplicar golpes contra uma idosa.

Com o nome falso de Kelly Tranchesi, aplicava vários golpes por dia, se passando por socialite, segundo relatos da polícia ao UOL, em 2014. Os golpes foram dados contra vítimas em Mato Grosso do Sul, São Paulo e Rio de Janeiro. As tramas eram mirabolantes, como se passar pela filha do ex-presidente paraguaio Fernando Lugo ou ser herdeira da família Tranchesi, dona da extinta loja de luxo Daslu. Em Dourados, o último B.O. registrado contra Kelly foi em 2010 por furto.