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Rodrigo e Wagner têm no amor o “sabor especial” para receita de vida a dois que começou no Carnaval

Leonardo Cabral em 12 de Junho de 2022

Arquivo pessoal

Rodrigo (camiseta amarela) e Wagner, estão juntos há três anos

Contrariando a ideia de que um romance de carnaval é passageiro, Rodrigo Arruda e Wagner Miranda, descobriram o amor juntos e, para enfrentar os desafios da vida a dois, a cumplicidade é o “toque especial”, mas o que dá o “sabor” a essa união é a paixão pela culinária. Hoje, três anos depois, escrevem juntos a “receita” de uma boa convivência.

Foi no carnaval de 2019 que eles se conheceram pessoalmente. Antes, só trocavam mensagens pelas redes sociais. Rodrigo foi quem decidiu dar as primeiras investidas.

“Como a gente se falava pelas redes sociais, insisti, para que nos víssemos pessoalmente, e, então, marcamos de nos conhecermos na descida do bloco Cibalena. Eu sempre tive a iniciativa, pois ele me dava ‘gelo’. Depois que nos conhecemos, começamos a escrever a nossa história”, relembrou. 

Wagner lembra que na época em que conversava com Rodrigo, não queria nada com ninguém. “Não estava a fim, realmente não queria, mas aceitei conhecê-lo pessoalmente. Depois do encontro, dia 01 de março daquele ano, engatamos o namoro e quatro meses depois fomos morar juntos”, contou.

Parceiros no amor e nos negócios

Nesse curto espaço de tempo, vivendo uma paixão intensa sob o mesmo teto, o casal decidiu dar mais uma investida, só que dessa vez, foi no financeiro. Juntando o útil ao agradável, foi Rodrigo quem deu o pontapé inicial na ideia de inovar totalmente, momento que seria a mudança radical de vida e conquista financeira de ambos, pois Rodrigo trabalhava como motorista de aplicativo e Wagner, em uma empresa de empréstimos na cidade.

“Sempre gostei de cozinhar. Quando nos reuníamos com amigos, eu cozinhava, todos gostavam, inclusive o Wagner. Foi então, que pensei o por que não unir o útil ao agradável? E, desde esse momento ascendeu a ideia de começarmos a inovar com o que eu mais amo fazer, que é cozinhar. A partir de então, passamos a tentar juntos, quando decidimos em pouco tempo, abrir a Garagem Lanchonete na garagem de casa”, falou Rodrigo.

Confiando nos dotes culinários do namorado, Wagner logo topou somar e afirmou que sempre “cai de cabeça” nas 'loucuras' do Rodrigo.

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Wagner foi se aperfeiçoando e gostando do ramo da culinária após união com Rodrigo

“Tudo que inventa de fazer eu embalo com ele. De primeira a gente tenta e consegue. A gente sempre apoia um ao outro, confio muito nele, por isso é que dá certo. É ele quem gosta da cozinha e é apaixonado pela culinária. Eu ajudo sempre e fui ganhando o gosto também, pois quando pequeno, ajudava minha avó que era boleira, como as minhas tias também”, mencionou Wagner.

Bastaram alguns meses, para que o empreendimento começasse a ganhar espaço. A rede social foi a aliada principal, assim como a ajuda das mães de Rodrigo e do Wagner, que cuidaram da parte estrutural e burocrática, para que a lanchonete fosse ganhando cada vez mais visibilidade na região pantaneira.

“Minha mãe, que vive fora, deu um ‘empurrão’ no espaço físico e a do Wagner, com a parte burocrática, pois é contadora e nos deu uma força para que pudéssemos abrir de forma regular o negócio. Unindo forças, conseguimos alavancar e expandir os negócios, pois a ideia inicial era apenas salgados, mas com toques diferenciados. Logo depois, percebemos que poderíamos atender também alguns eventos e investimos”, disse Rodrigo ao Diário Corumbaense.

Com o passar do tempo e o espaço já conhecido, Rodrigo e Wagner passaram a atender outras demandas. Eventos como aniversários, de empresas privadas e festas de 15 anos, foram o foco deles, com salgados, mesas de café da manhã entre outras opções.

“Desde que abrimos e vimos que estava dando certo, a gente resolveu mudar o foco inicial e fomos acrescentando outras opções no cardápio. Hoje atendemos com buffet, empresas privadas e festas de aniversários. Nesses três anos de relacionamento fomos ampliando os nossos negócios, também temos a venda de hot dog, açaí e alguns caldos, como o de feijão e caldo verde aqui mesmo em nossa lanchonete”, disse Rodrigo.

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Na pandemia, os dois tiveram que se adaptar com promoções de comidas típicas, além da lanchonete

Porém, foi na pandemia que eles perceberam, assim, como outros proprietários de empreendimentos, a necessidade de se reinventar. Não saindo do ramo da culinária, se arriscaram com promoções e cardápio de comidas típicas, como o sarravulho, iguaria da culinária corumbaense, entre outras.

"Essa ideia surgiu durante a pandemia. Como restringiu muitas coisas, através dos decretos, tínhamos que nos reinventar para ganhar dinheiro e honrar nossos compromissos. Foi aí que resolvemos fazer promoções aos finais de semana, com pratos que caem no gosto dos nossos clientes, como a lasanha, feijoada, sarravulho, e, mais uma vez foi sucesso, junto com o sistema de entrega delivery que implantamos”, lembrou Rodrigo.

Mesmo sem saber se daria certo, eles se arriscaram e, hoje, juntos, conseguem se manter unidos, fazendo parte de uma realidade em Corumbá, onde há pelos menos 4.715 micro empreendedores individuais, conforme aponta dados do Cidade Empreendedora, programa o qual Corumbá integra. 

Ainda seguindo os dados, no município pantaneiro houve crescimento no número de MEIs entre 2018 e 2021, chegando a 57,94%. Com a abertura da lanchonete, Rodrigo e Wagner se encaixam nas cinco atividades de maior densidade empresarial no município, que são lanchonetes, casas de chá, de sucos e similares. O potencial de consumo por tipo de produto/serviço, com alimentação fora do domicílio, compreendendo as despesas com refeições, lanches, cafés da manhã, refrigerantes, cafezinhos, caldos, cervejas, chopes e outras bebidas alcoólicas, com faturamento de cerca de R$ 152.935.598,29.

Ingredientes: além do amor, carinho e respeito

Nesses três anos de convivência, Wagner e Rodrigo, dizem manter tranquilamente o relacionamento. Juntos, acreditam que os ingredientes principais para que isso aconteça são: amor, carinho e respeito, primeiro entre eles, depois com a família, amigos e clientes.

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Lanchonete fica na área central e oferece os mais variados salgados da região

“Nunca sofremos nenhum tipo de preconceito tanto dentro da lanchonete como na vida lá fora. Acredito que isso aconteça pelo fato de nós dois mantermos o respeito. A nossa particularidade, afeto, carinho, a gente deixa mais para dentro de casa. Aqui estamos para trabalhar. Respeitamos os nossos clientes, porque a partir do momento que respeitamos, somos respeitados. Nossa família nos apoia e muito. Do jeito que nosso relacionamento foi fluindo nesses três anos a base do respeito, carinho, isso nos ajudou bastante”, destacou Rodrigo Arruda.

“As pessoas vêm na lanchonete para conversar também. Não é uma batalha fácil. É uma caminhada larga. A gente chega aqui 07h e saímos 21h, onde me divido com meu curso na faculdade. O Wagner já terminou o curso dele de Pedagogia nesse tempo de relacionamento. Sempre um apoiando o outro, é fundamental”, concluiu Rodrigo.

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