Ricardo Albertoni em 06 de Junho de 2022
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
O carrinho laranja, hoje representado na parede da lanchonete, é orgulho para a família
O preço praticado antigamente, 1 real o x-salada, nem de longe lembra os atuais, devido ao alto custo de produção que os pequenos comerciantes têm enfrentado atualmente. Porém, mesmo com tantas mudanças, a lembrança do nome dele, que foi responsável pelo retorno do empreendimento, continua presente na memória dos corumbaenses.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Da esquerda para a direita: Romeu, o genro Rogério e a filha Rebeca
E na fé, em 2012, após trocar o carrinho por um salão com melhor estrutura, a lanchonete fez grande sucesso. “Deus falou com meu pai que ele tinha que guardar dinheiro, o motivo não sabia e ele, obediente, foi guardando, até que um dia foi oferecido pra ele um salão ali na Dom Aquino. Adoramos a ideia, ele alugou, reformou todo o local e ali o lanche do meu pai ‘bombou’", lembrou Rebeca Guerrero Amorim.
Porém, dois anos depois, Romeu sofreu um AVC (Acidente Vascular Cerebral) que o deixou com sequelas irreversíveis. Os filhos acabaram assumindo o negócio, só que após algum tempo, sem a presença constante do pai, a família se viu obrigada a arrendar o estabelecimento.
Por divergências entre as partes, o acordo foi finalizado em 2019, o que causou grande tristeza ao pai, segundo Rebeca. “O letreiro com o nome dele foi retirado e não podíamos questionar nada, já que não tinha contrato. Para o meu pai, ali morria a história de Romeu Lanches.”
Até que em 2020, como uma brincadeira que partiu da vontade de um avô em fazer um misto quente para os netos, a ideia de reabrir foi tomando forma. “Compramos ingredientes e pedimos para que ele e minha mãe fizessem o lanche como era.” Despretensiosa, a postagem rendeu diversos pedidos e mesmo durante a pandemia, período em que vários empreendimentos fecharam as portas, Romeu Lanches, atendendo a pedidos, reabria.
No final de maio, para lembrar o início de tudo, a filha do comerciante decidiu homenagear o pai não somente no nome do estabelecimento, mas também na parede da lanchonete. Na rede social, ela postou a foto mostrando a representação do antigo carrinho de Romeu Lanches afixado no interior do estabelecimento e um texto onde demonstra gratidão aos pais.
“Quando resolvemos fazer melhorias na lanchonete, pensamos em algo que pudesse deixar registrado o início de tudo, onde tudo havia começado. Não herdei só um nome, herdei uma história e só sinto orgulho de tudo isso! Uma pequena homenagem a essa história, obrigada pai, obrigada mãe”, disse Rebeca, emocionada.
Depois de trabalhar tanto para construir a história, agora “aposentado”, Romeu costuma frequentar a lanchonete aos sábados e alguns dias da semana após sair da fisioterapia. No local, aproveita para rever a clientela que, de acordo com a filha, grande parte o acompanha desde o início. Emocionado ao descobrir que teria sua história contada pelo Diário Corumbaense, ele explicou como se sente ao ver o retorno da lanchonete onde por quase 30 anos sustentou a família.
Anderson Gallo/Diário Corumbaense
Romeu se emocionou ao saber que teria sua história contada pelo Diário Corumbaense
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