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Receita começa a liberar 10 caminhões-tanques diários, mas risco ainda existe e bombeiros traçam plano de ação

Leonardo Cabral em 14 de Fevereiro de 2022

Diário Corumbaense

Mais de 400 caminhões seguem parados no estacionamento da Agesa

Nesta segunda-feira (14) continua a preocupação com os caminhões carregados com combustíveis e que estão parados no estacionamento da Agesa (Armazéns Gerais Alfandegados do Mato Grosso do Sul Ltda). Para evitar incidentes, a Receita Federal tomou a decisão de liberar até 10 desses caminhões por dia.

Dos 60 que estavam no estacionamento do porto seco de Corumbá até sexta-feira (11), apenas seis foram liberados para seguirem viagem para a Bolívia. Ao Diário Corumbaense, o delegado da Alfândega em Corumbá, Erivelto Alencar, disse que a decisão foi tomada nesta manha, mas há conversação em relação a esse problema.

“Por decisão local, estamos priorizando os caminhões-tanques, tendo em vista o risco envolvido. A ideia é liberar até 10 veículos, o problema é que a gente tem uma falta de pessoal gigantesca. Tem outras situações que vão congestionar mais ainda os outros veículos que não serão priorizados. Obviamente não temos como dar conta de tudo, mas vamos liberar esses caminhões-tanques. Mas, provavelmente haverá uma restrição de entrada desses caminhões-tanques. Estamos conversando sobre isso, tendo em vista o risco envolvido desses veículos ficarem no sol, alta temperatura, com risco de explosão. Talvez tomemos essa atitude de não autorizar a entrada, e, para que isso aconteça, é preciso não liberar a entrada lá no Porto de Paranaguá (no Paraná). Não decidimos sobre isso ainda, vamos conversar. Porém, vamos tomar algumas decisões para amenizar esses impactos, priorizar caminhões-tanques, com cargas perecíveis e medicamentos. Não queremos que ocorra nenhuma tragédia”, explicou Erivelto Alencar.

Em contato com Edmar Fernando Figueiredo Cruz, diretor da Agesa, ele informou que o estacionamento do porto seco continua cheio. “Com certeza o risco segue por conta dos veículos carregados com combustíveis, mas, hoje, o número de caminhões baixou um pouco, temos 400 parados (com diferentes cargas), pois desde a última sexta, conseguimos fazer algumas liberações, entre eles, seis com combustíveis. Em relação às senhas, temos 100 ainda para serem liberadas”, explicou Edmar a este Diário.

Plano de ação

O porto seco tem capacidade para até 500 caminhões. Na última sexta-feira (11) eram 444 no estacionamento, fora os que estavam em outros locais. 

Diário Corumbaense

Bombeiros, durante vistoria no porto seco para traçar plano de ação

“Devido a repercussão dessa problemática, uma equipe do Corpo de Bombeiros esteve aqui na manhã de hoje, fazendo um planejamento. Eles avaliaram a situação, para eventualmente, caso ocorra um incidente, eles possam estar preparados para atender”, revelou Edmar Fernando.

Conforme o tenente Hélio dos Santos Silva, que esteve no local junto com equipe de vistoria dos bombeiros, foi constatado de fato o acúmulo de caminhões e foi feito um plano de ação em caso de incidente. “Fizemos um teste de meios preventivos, com hidrante e análise local caso seja necessário intervenção por parte dos bombeiros. Foi um trabalho preventivo para a gente traçar plano de ação em relação a problemática, como posto de abastecimento de água para viaturas, local de saída de caminhões, com alternativas de rota de fuga. O risco existe, mas é lógico que a empresa (Agesa) toma medidas de precaução. Também fizemos orientações aos motoristas, para assim, evitar que eles produzam atividade que faça faísca de fogo e que possa ocasionar algum sinistro no local”, explicou à reportagem.

Diário Corumbaense

Bombeiros também orientaram sobre medidas de prevenção

A fila de caminhões de cargas é consequência da Operação Padrão, realizada por auditores-fiscais e analistas-tributários, que reivindicam do Governo Federal concurso público, (principal reivindicação), cumprimento de acordo firmado em 2016 que prevê pagamento de bônus de eficiência, após a reestruturação da carreira e o retorno de recursos para a Secretaria Especial da Receita Federal do Brasil, que teve orçamento reduzido em 51,4%. 

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