Músicos corumbaenses se reinventam na pandemia e se lançam como cantores

A pandemia da covid-19 afetou muitas áreas, como o comercial e o cultural. O vírus, avassalador, deixou rastro, principalmente em famílias que tiveram as vidas totalmente devastadas, com perdas para a doença. Mas, mesmo diante desse cenário, muitos persistiram e apostaram no que boa parte da população fez: se reinventar.  

Entre essas apostas, estão dois corumbaenses que resolveram encarar um novo desafio. Conhecidos por trabalhos nacionais e internacionais, a dupla resolveu se lançar na carreira musical. Leandro Aparecido das Neves Azevedo e Leonardo Augusto Galeano da Silva, apesar da experiência com artistas de renome, estão iniciando uma nova fase na carreira. Os dois, que antes atuavam como coadjuvantes, agora resolveram encarar os palcos, mostrando o que sabem fazer: cantar e tocar e por que não dizer, encantar o público?.  

Leandro e Galeano, ainda engatinhando como cantores, estão se projetando no mercado e, claro, por serem corumbaenses, resolveram começar do “zero”, ao lançarem a dupla sertaneja, na cidade pantaneira.  “Nós, já fizemos parte de tantos grupos musicais, inclusive duplas sertanejas de renome, conhecidas nacionalmente e internacionalmente. Entre elas, Munhoz e Mariano, que poderia dizer que foram um dos responsáveis em dar uma força, para que déssemos o pontapé, para formarmos a nossa dupla e decidimos começar aqui mesmo em nossa cidade. Escolha melhor, não poderia ser certeira”, declarou Galeano.  

Entre um intervalo e outro, parada ou na estrada para shows, Leandro, que é baixista e Galeano, sanfoneiro, na banda do Munhoz e Mariano, sempre pegava o violão, sanfona e arriscava algumas músicas. Claro, os artistas, percebendo o talento os incentivaram.  

“A gente sempre fazia a nossa ‘bagunça’ entre nós mesmos, cantando, tocando, para passar o tempo. Mas Munhoz e Mariano, sempre que podiam, estavam juntos e toda vez diziam, para que Leandro e eu formássemos uma dupla e nos lançássemos, porém, como encarávamos apenas como distração, nestes intervalos seguíamos na banda cumprindo a agenda dos shows”, explicou Galeano ao Diário Corumbaense.

Porém, com a chegada da pandemia, os eventos, em todo o território nacional, foram cancelados, seguindo assim, recomendações, para evitar a propagação do vírus. Com isso, os primos também pararam e após alguns meses, não pensaram duas vezes e resolveram “saltar” para frente dos palcos.  “Devido a essas consequências, nós dois conversamos e resolvemos encarar o desafio que sempre foi proposto. Mas chegamos à conclusão de que não poderia ser assim do nada, teria e queríamos que fosse aqui a nossa cidade”, falou Galeano que junto com Leandro decidiu vir para Corumbá e recomeçar. 

“Foi então que vimos na oportunidade do evento online do Banho de São João, para nos lançarmos oficialmente. Desde então, nós que moramos em Campo Grande, viemos, fizemos o show aqui e seguimos em Corumbá, pois estamos cumprindo agendas”, contou Galeano.

“Já percorremos várias cidades do País, mas a recepção e valorização que Corumbá nos oferece são fora do comum. Aqui temos as portas abertas. Se  a gente chegar sendo abraçado pela nossa terra é um incentivo a mais. Reconhecimento como músicos temos, queremos e buscamos como dupla agora”, destacou.

Um pouco mais tímido, mas pensando da mesma maneira, Leandro também definiu Corumbá como “pé de coelho”, ou seja, para dar sorte nessa nova fase da vida junto com o primo Galeano. “Não poderíamos ficar parados, tivemos que buscar uma saída e nos reinventar. Como a música sempre esteve presente em nossas vidas, resolvemos então encarar esse desafio e buscar reconhecimento como cantores”, mencionou Leandro. 

A aposta 

Muitos artistas ao se lançarem, trazem consigo apostas para poder dar certo no mercado. Para Leandro e Galeano, não será diferente. Os dois apostam no repertório, para que possam cair no gosto do público em geral.

“Estamos em seleção do repertório, do nosso primeiro trabalho. Agora temos que pensar em nossa identidade. O que vai importar muito nesse primeiro passo será escolher a música de trabalho e mostrar para o público. Conteúdo que tenha contexto, faça música romântica, animada, buscamos contexto para mostrar a nossa ‘cara’”, explicou Galeano. 

E experiência para os dois não vai faltar, pois no mercado musical, ambos já atuaram em bandas de renomes, entre elas, Munhoz e Mariano, Maria Cecília e Rodolfo, Mensageiros do Oeste (MDO), Paixão Pantaneira, Grupo Zíngaro e grupo Tradição.