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Corumbaense corre contra o tempo para pagar dívidas trabalhistas e evitar leilão de sede

Leonardo Cabral em 20 de Abril de 2021

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Sede do clube de futebol representante da região do Pantanal fica na principal Avenida da cidade

A diretoria do Corumbaense Futebol Clube corre contra o tempo para pagar dívidas trabalhistas e evitar que a sede do clube vá a leilão no dia 06 de maio.

Localizado na principal Avenida da cidade, a General Rondon, a sede do clube já foi muito frequentada, principalmente na época de Carnaval, quando nos áureos tempos, o clube realizava eventos que atraíam boa parte da população e também visitantes. 

No entanto, por dívidas trabalhistas, o que, no decorrer dos últimos anos se tornou quase uma “vivência” para o clube, a sede foi colocada a leilão. O lance mínimo é de R$ 3.919.200,00, mas a estrutura está avaliada em R$ 6.532.000,00, conforme descrição no site responsável pelo processo.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Lance mínimo do leilão, que acontece dia 06 de maio, é de R$ 3.919.200,00

O vice-presidente do Corumbaense, João Luís Ribeiro, conhecido como “Kiko”, disse ao Diário Corumbaense, que a penhora do clube é por causa de dois processos. “Ambos estão em negociação para acordo e pagamento dessas dívidas e consequente retirada da penhora. Mês passado fizemos uma promoção e esse mês será feita outra para levantarmos recursos. Esperamos até a data (do leilão) estar com os acordos fechados e dar entrada nos valores”, explicou Kiko.

Toda a estrutura do Carijó da Avenida foi penhorada. De acordo com Kiko, isso é pelo fato “de ser apenas uma matrícula do imóvel. O clube tentou dar alguns terrenos em garantia, mas o juiz do caso não aceitou e por isso estamos trabalhando para agilizar o quanto antes”, falou. 

A divida

A sede social do clube foi penhorada depois de uma ação trabalhista movida por dois ex-jogadores do time: o meia Juninho Aguiar e o goleiro Adilson, que jogaram pelo clube em 2019. Eles cobram na justiça o pagamento de salários atrasados. A dívida com os atletas, em valores atualizados, é de quase 88 mil reais. Como o clube não quitou, a justiça do trabalho determinou o leilão dos bens. Essa é a segunda vez que o clube vai a leilão.

Em agosto do ano passado, o Tribunal Regional do Trabalho da 24ª Região já havia penhorado a sede social do Corumbaense por conta de uma dívida com o jogador Sandro Martins da Silva, o “Sandrinho”. Na época, o clube negociou com o jogador e o imóvel foi retirado do leilão.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

A sede tem cerca de 11 mil metros quadrados com campo de futebol, quadra de tênis, ginásio esportivo entre outros setores

A sede tem cerca de 11 mil metros quadrados, com campo de futebol, quadra de tênis, ginásio esportivo, deck, alojamento, vestiários, salas, salões de festas, quiosque com churrasqueira, piscinas, entre outras. O leilão é virtual.

O clube de futebol é tradicional

O Corumbaense Futebol Clube é o time mais antigo da região Centro-Oeste do Brasil, fundado em 01 de janeiro de 1914. Em mais de 100 anos de existência revelou grandes jogadores em sua história, entre eles o atacante Dionísio, que jogou também no Flamengo.

Em sua época de ouro revelou craques do quilate de Matateu, Titinho, Rutênio, Tota, Ramão, Delgado, Garrafinha, Edson Duarte, Cuiabano, Aires, Cavassa, Negão, Tiquira, Breninho,Carlinhos, Ênio, entre outros.

Foi contra o Operário que o Corumbaense conquistou seu primeiro título, em 1984. O bicampeonato veio 33 anos depois, em 2017.

Em 2020, o clube desistiu de competir o Estadual da Série A nas quartas de final, alegando problemas financeiros provocados pela pandemia da covid-19. O TJD (Tribunal de Justiça Desportiva) puniu o clube com a proibição de disputar torneios oficiais pelo período de dois anos, conforme prevê o regulamento da competição, além do rebaixamento para a Série B.

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