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Sindicato dos Policiais Civis repudia "tom ofensivo" a escrivães em curso de investigador

Campo Grande News em 09 de Março de 2021

Reprodução

Alunos passam por curso de formação de investigador na Acadepol

Vídeo em que alunos do curso de formação para investigador da Acadepol (Academia de Polícia Civil) aparecem satirizando o trabalho dos escrivães da corporação, gerou críticas entre os profissionais da área e manifestação do sindicato da categoria, na segunda-feira (08), em Campo Grande.

Sob o comando dos instrutores do curso, os acadêmicos em formação aparecem cantando uma canção que fala do trabalho dos colegas de profissão em tom pejorativo. “Escrivão não é polícia e só sabe digitar, se tem guerra e terror é o tira que vão chamar. Oh ‘escriva’ não adianta, você pode até tentar. Mas como um investigador você nunca vai vibrar”, cantam os alunos.

A música ainda “tira sarro” da rotina de trabalho dos escrivães. “Sua arma é o teclado, um carimbo e uma caneta, enquanto o investigador amedronta até o capeta”, diz outro trecho.

Vale ressaltar que os policiais escrivães são os profissionais responsáveis por redigirem  os boletins de ocorrência e fazerem outros trabalhos internos nas delegacias, enquanto os investigadores, como o próprio nome já diz, saem a campo para realizar o trabalho de investigação dos crimes. Ambos precisam ser aprovados em concursos públicos e passar por treinamento para assumirem as suas funções.

O vídeo foi compartilhado em grupos de WhatsApp e causou descontentamento entre os profissionais da área. Diante da repercussão, o Sinpol (Sindicato dos Policiais Civis de MS) repudiou o “tom ofensivo” do vídeo e acionou a DGPC (Delegacia-Geral da Polícia Civil) e a própria academia, pedindo providências para que esse tipo de conduta não venha estimular a rivalidade entre os policiais civis.

Ainda não houve manifestação da instituição sobre o caso. “Cada profissional tem a sua função na Polícia Civil, seja o escrivão, o papiloscopista, um delegado ou o próprio investigador. Nenhum deles trabalha de forma isolada, um depende um do outro”, comentou o presidente do Sinpol, Giancarlo Miranda, que inclusive é escrivão.

Miranda ponderou que os acadêmicos não agiram de “má fé”, mas comenta que a brincadeira acabou "passando dos limites". "O que deve prevalecer entre os policiais é a parceria, o companheirismo para poder servir e proteger as pessoas”, disse à reportagem.

Em vídeo publicado no Youtube, Giancarlo também repudiou a conduta dos instrutores do curso. “Estamos aqui para estimular a união na Policial Civil, principalmente para aqueles que pretendem ingressar na nossa instituição. Repudiamos essa manifestação denegrindo a carreira dos escrivães”, disse ao lado do vice-presidente do sindicato, Pablo Pael que também é investigador da Polícia Civil.

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