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Fiocruz identifica duas linhagens do coronavírus Sars-CoV-2 em Corumbá

Da Redação em 10 de Novembro de 2020

Divulgação

Pesquisa busca entender o comportamento do vírus ao longo do tempo

Desde maio deste ano, a Fiocruz Mato Grosso do Sul, em parceria com a Embrapa Gado de Corte, vem apoiando as ações de enfrentamento à pandemia causada pelo novo coronavírus (Sars-CoV-2) no estado. A unidade da Fundação tem realizado o diagnóstico molecular da covid-19 em amostras coletadas no município de Corumbá pelo sistema Drive Thru coronavírus, implantado pela Secretaria de Estado de Saúde (SES).

“A partir dessa ação de apoio, surgiu o interesse de conhecer as características genéticas do vírus Sars-CoV-2 que está circulando no município de Corumbá, e nos municípios próximos, podendo fornecer informações importantes sobre a possível origem da transmissão, as diferentes linhagens encontradas na região e, suas mutações, contribuindo dessa forma para as tomadas de decisão nas ações de vigilância em saúde”, disse Zoraida Fernandez, pesquisadora da Fiocruz Mato Grosso do Sul.

Segundo Alexsandra Favacho, pesquisadora da Fiocruz MS, duas linhagens do novo coronavírus foram identificadas, o que sugere ao menos duas introduções do Sars-CoV-2 na região de tríplice fronteira entre Brasil, Paraguai e Bolívia. “Essas foram as primeiras sequências do genoma das linhagens do Sars-CoV-2 circulando em Mato Grosso do Sul a serem identificadas e que estarão disponíveis à comunidade científica mundial por bancos de dados internacionais”, explicou.

O sequenciamento genético das amostras coletadas em Corumbá foi feito pelo pesquisador Felipe Naveca, do Instituto Leônidas & Maria Deane (ILMD/Fiocruz Amazônia), em ação colaborativa entre as duas unidades da Fiocruz. O pesquisador ressalta a importância do sequenciamento para tentar entender o comportamento do vírus ao longo do tempo, não só as mutações, que são naturais e que vão ocorrer, mas também suas consequências, que podem levar a uma alteração e afetar ensaios diagnósticos. 

Sequenciamento do SARS-CoV-2

Nesse primeiro momento, foram sequenciadas seis amostras coletadas no mês de agosto, nas quais foram identificadas as linhagens de Sars-CoV-2 B.1.1.28 e B.1.1.33, sendo uma mais frequentemente encontrada na Europa e que se espalhou por todos os continentes e, a outra, encontrada no continente americano, principalmente no Brasil, USA e Argentina.

O estudo está sendo continuado para o mapeamento genético de uma maior quantidade de amostras coletadas desde o início das atividades do Drive Thru até o último mês de coleta, o que permitirá entender a dispersão do vírus nessa região e esclarecer a evolução viral ao longo do tempo, no Mato Grosso do Sul.

Parcerias

Os diretores das unidades Fiocruz Mato Grosso do Sul (Jislaine Guilhermino) e Fiocruz Amazônia (Sérgio Luz) ressaltam a importância das parcerias institucionais e entre unidades da Fiocruz para ampliar a capacidade de trabalho na área da genética, especialmente para os estados que fazem fronteiras internacionais, uma vez que essa relação permite além da trocas de experiências entre as equipes, a utilização de infraestruturas de pesquisa, para realizar a caracterização genética do novo coronavírus e testagem metagenômica.

“O fortalecimento da vigilância das doenças emergentes e reemergentes nas regiões fronteiriças do Brasil, é um dos objetivos da Vigilância epidemiológica”, enfatiza Rivaldo Venâncio Cunha, coordenador de Vigilância em Saúde e Laboratórios de Referência da Fundação Oswaldo Cruz.

As informações são da assessoria de imprensa da Fiocruz MS. 

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