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Em nota, Prefeitura diz que operação da PF causou "estranheza" às vésperas da eleição

Rosana Nunes em 10 de Novembro de 2020

A Prefeitura de Corumbá divulgou nota em que afirma que "causou estranheza" a operação da Polícia Federal deflagrada nesta terça-feira (10). Os alvos foram a Secretaria Municipal de Cidadania e o laboratório Citolab, cujo sócio é irmão do prefeito Marcelo Iunes, candidato à reeleição pelo PSDB.

De acordo com a nota, o Executivo Municipal "não vê nenhum fato novo que motivasse a operação policial às vésperas do pleito eleitoral". Veja a íntegra da nota. 

"Sobre a ação da Polícia Federal realizada em Corumbá nesta terça-feira, 10 de novembro, a Prefeitura de Corumbá esclarece que:

Pela imprensa, tomou conhecimento que a investigação é relacionada ao processo de credenciamento do Executivo municipal com o laboratório Citolab. O fato causou estranheza porque o mesmo objeto já foi averiguado pelo Ministério Público Estadual (MPE) e pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS), sendo arquivado por ambos.

No despacho de arquivamento dos autos n° 01.2018.00006204-5, o promotor Luciano Bordignon Conte afirmou que “as imputações genéricas de que a empresa pertencia de fato à esposa do prefeito e somente estaria registrada em nome de um 'laranja' não encontram respaldo em qualquer elemento fático probatório, a não ser nas elucubrações infundadas do representante”.

Já o TCE-MS assegurou que “... temos que o objetivo da Inspeção foi atingido, eis que foram examinadas a legalidade e a legitimidade dos atos sujeitos ao controle desta Corte de Contas e foi avaliado o desempenho na utilização do Credenciamento pela Secretaria de Saúde no atendimento as necessidades de serviço de exames laboratoriais em Corumbá”.

O Tribunal ainda pontuou que “...verificamos que houve o credenciamento de outras empresas (para lotes distintos), e que estas também receberam da mesma forma que a empresa JBA Iunes, ou seja, somando-se o valor do SUS com o valor da complementação aprovada pelo Conselho Municipal de Saúde, o que corresponde ao valor da Tabela Municipal”.

“Também verificamos que a questão do parentesco dos ex-sócios e do atual com o Prefeito já foi objeto de análise pelo Ministério Público, que arquivou a notícia de fato por entender que inexiste irregularidade”, completou a manifestação do TC/4280/2019.

Mesmo com as decisões do MPE e do TCE-MS, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul (TJMS) suspendeu, em junho deste ano, o credenciamento do Citolab. A Prefeitura apresentou defesa e o processo está tramitando na Justiça Estadual.  Desta forma, o Executivo municipal não vê nenhum fato novo que motivasse a operação policial às vésperas do pleito eleitoral, mas ainda assim se coloca à disposição das autoridades para qualquer esclarecimento que seja necessário."

A operação

Além da Secretaria de Cidadania e o laboratório, as equipes da Polícia Federal cumpriram mandados de busca e apreensão em apartamento localizado no centro da cidade e na casa do prefeito Marcelo Iunes. Eles recolheram diversos documentos e apreenderam celulares. 

Porém, a PF informou à imprensa que não irá prestar detalhes porque as investigações estão sob sigilo. 

Leonardo Cabral/Diário Corumbaense

Policiais federais chegando à delegacia com documentos apreendidos