Rosana Nunes em 10 de Novembro de 2020
Reprodução/Anderson Gallo
Equipes da Polícia Federal na Secretaria de Cidadania e no laboratório Citolab
As equipes da PF foram para as ruas logo cedo em viaturas oficiais e descaracterizadas para cumprir mandados de busca e apreensão expedidos pelo Tribunal Regional Federal da 3ª Região. Além da secretaria e do laboratório, os agentes estiveram na casa do prefeito, que é candidato à reeleição, e em apartamento localizado no centro comercial da cidade.
Diário Corumbaense
Policiais federais deixando a casa do prefeito Marcelo Iunes em viatura descaracterizada
Laboratório
Amanda Iunes já foi sócia do Citolab, que hoje é comandado por João Batista. Em junho deste ano, o Tribunal de Justiça de Mato Grosso do Sul, determinou a suspensão imediata do contrato, sem licitação, entre a Prefeitura de Corumbá e o laboratório. A decisão, do desembargador Marcos José de Brito Rodrigues, atendeu a pedido de ação popular, que recorreu ao TJ após o Juízo da Vara de Fazenda Pública de Corumbá negar liminar para suspender o contrato.
O desembargador determinou a suspensão do contrato 018/2019, inclusive seus aditivos, que foi firmado entre o município de Corumbá e a empresa J.B.A. Iunes. Segundo o desembargador, embora a lei de licitações não vede expressamente, “há jurisprudência no sentido de que a contratação de empresas pertencentes a parentes, ainda mais sem licitação, violaria o princípio da moralidade e impessoalidade”.
Na época, a Prefeitura informou que o Citolab foi o único a participar do credenciamento feito pela Secretaria Municipal de Saúde em 2019. O procedimento permitia que outros laboratórios também pudessem oferecer o mesmo serviço, mas não houve interesse. Ainda segundo o Município, o preço tabelado pelo SUS (muito abaixo do cobrado pela rede privada) é o principal motivo do desinteresse.
Em relação ao irmão do prefeito Marcelo Iunes ser sócio do Citolab, o que motivou a ação popular acatada pelo TJMS, a Prefeitura, afirmou que o laboratório já prestava o mesmo serviço para a Secretaria de Saúde muito antes da atual gestão e que o contrato foi analisado pelo Ministério Público Estadual, que nem abriu inquérito para apurar a denúncia feita por ex-vereador, e julgado regular pelo TCE-MS.
“A Prefeitura reitera que seguiu rigorosamente a Lei Orgânica do Município, que impede o vínculo de funcionários públicos como prestadores de serviço, além da Lei de Licitações e Contratos (Lei 8.666) e ratifica que esse mesmo contrato já foi analisado e aprovado pelo Tribunal de Contas do Estado (TCE-MS)”, concluiu a Prefeitura na época.
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