Leonardo Cabral em 12 de Outubro de 2020
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense
Antes da chuva, portões da igreja estavam fechados e muitos devotos permaneceram do lado de fora
A tradicional missa campal não foi realizada, mas isso não impediu que devotos fossem até a igreja, com imagens em mãos, para assistir à primeira celebração do dia, às 06h. Todos estavam usando máscaras e cumpriam o distanciamento. Muitas pessoas permaneceram do lado de fora, já que a igreja estava a capacidade máxima permitida.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense Com chuva, fiéis puderam entrar e se acomodar para acompanhar a missa
Para a devota Helena Cristina Benites Corrêa, que estava acompanhada do filho caçula e de uma vizinha, a chuva foi encarada como uma bênção. “Ficamos aqui segurando a imagem e agradecendo pelas bênçãos alcançadas. É uma ‘chuva de benção’ enviada por Nossa Senhora Aparecida, ainda mais sendo no dia dela, que representa tudo em minha vida”, disse a devota que vem agradecer todos os anos pela vida do filho e pela própria vida. “Eu me livrei de um câncer e meu filho também se salvou após um acidente. Me agarrei na fé e pedi pelas nossas vidas e fomos atendidos. Faço questão de estar aqui agradecendo por tudo que ela vem proporcionando”, completou Helena enfatizando que a chuva, “veio em boa hora, ainda mais pelo que o nosso Pantanal vem sofrendo com as queimadas”.
Num canto da igreja, Luciane Penha Montalvan, contou que há pelo menos 10 anos assiste à missa em homenagem à Padroeira do Brasil. “É um momento de muita fé e devoção. Venho para agradecer pela vida das minhas filhas, pois encarei duas gestações de risco e pedi pela proteção de Nossa Senhora Aparecida. Hoje, minhas filhas estão com saúde. Elas sempre estão comigo aqui, mas por conta da pandemia, esse ano preferi vir sozinha, representando-as. Estar aqui é uma força que nos motiva a viver a cada dia”, disse Luciane com a imagem que ganhou três anos atrás.
Do lado da imagem de Nossa Senhora, logo após a celebração religiosa, a gestante Bianca Rodrigues, mencionou que todos os anos marca presença, mas que esse ano é especial. “Estou grávida e vim aqui pedir proteção e saúde à minha filha que está chegando”, frisou a futura mamãe que estava acompanhada de uma vizinha.
Leonardo Cabral/ Diário Corumbaense Gestante, Bianca veio pedir proteção e saúde para a filha que está a caminho
“Uma homenagem celebrada com muita alegria para a mãe de Jesus Cristo. Aqui estamos num momento difícil, por causa da pandemia e nesse dia, o nosso bispo Dom João Bergamaço, pediu para que em todas as igrejas fossem feitas orações pelo fim da pandemia e pedindo chuva e fomos atendidos, com a chuva que veio nos abençoar. Agora esperamos pelo fim da pandemia”, enfatizou o pároco.
Programação
As celebrações, que tiveram início às 06h, com a primeira missa, seguem até ao meio-dia. Todas as missas ocorrem na Igreja de Nossa Senhora Aparecida.
À tarde, às 17h30, haverá uma carreata, realizada pela coordenação da comunidade. A imagem de Nossa Senhora Aparecida irá percorrer ruas da cidade, abençoando os fiéis. A saída será da Igreja da santa e o percurso é o seguinte: Porto Carrero, Albuquerque, BR 262, N. Srª da Candelária, Avenida Rio Branco, Rua América, Frei Mariano, Avenida General Rondon, Firmo de Matos, Dom Aquino, 15 de Novembro (Hospital) – benção, rua Cabral, 7 de Setembro, Gonçalves Dias, Monte Castelo, (Cassems) – bênção, Edu Rocha, Dom Pedro II, Marechal Deodoro, Pernambuco, Cyríaco de Toledo, Paraná, 21 de Setembro, Porto Carrero, encerrando em frente à Igreja Nossa Senhora Aparecida. As homenagens terminam às 19h, com uma missa na Igreja, onde haverá a coroação da santa.
Já a tradicional quermesse, com os mais variados pratos típicos da região pantaneira, devido a pandemia, há barracas vendendo comidas e bebidas, porém o consumo não pode ser no local. É comprar e ir embora. São vendidos sarravulho, bobó de galinha, arroz carreteiro, espetinho, doces, bolos e picolé. Também está disponível um brechó com produtos diversos.
História
O início da história de devoção a Nossa Senhora Aparecida, padroeira do Brasil, é datado do ano de 1717, quando os pescadores Domingos Garcia, Felipe Pedroso e João Alves resgataram a imagem de Nossa Senhora da Conceição Aparecida do rio Paraíba.
Encarregados de garantir o almoço do conde de Assumar, então governador da província de São Paulo, que visitava a Vila de Guaratinguetá, eles subiam o rio e lançavam as redes sem muito sucesso próximo ao porto de Itaguaçu, até que recolheram o corpo da imagem. Na segunda tentativa, trouxeram a cabeça e, a partir desse momento, os peixes pareciam brotar ao redor do barco.
O dia 12 de outubro, data dedicada à Nossa Senhora Aparecida, é feriado nacional e, em todo o país, acontecem grandes manifestações de fé e celebrações que reúnem milhares de fiéis.
No Diário Corumbaense, os comentários feitos são moderados. Observe as seguintes regras antes de expressar sua opinião:
Os comentários são de responsabilidade de seus autores e não representam a opinião deste site. O Diário Corumbaense se reserva o direito de, a qualquer tempo, e a seu exclusivo critério, retirar qualquer comentário que possa ser considerado contrário às regras definidas acima.