Ainda com movimento pequeno, feiras livres retornam após quase seis meses

Com movimento fraco, as feiras livres retornaram às atividades em Corumbá, na manhã desta terça-feira, 15 de setembro, após quase seis meses paradas. Tradicional na cidade, o comércio ao ar livre reúne feirantes, assentados e boa parte de pequenos comerciantes bolivianos, que ofertam desde hortifrútis até móveis e roupas.

No entanto, neste primeiro momento, apenas é autorizado o comércio de hortifrúti, materiais de limpeza e de gêneros alimentícios, inclusive alimentos preparados no local. No primeiro dia de retorno, apenas quatro barracas estavam oferecendo produtos autorizados, na feira da rua Cyríaco Félix de Toledo, entre as ruas Dom Pedro II e Dom Pedro I, bairro Popular Nova, parte alta da cidade. 

Há mais de cinco anos trabalhando nas feiras livres da cidade, Diná Maria da Silva, disse que foi pega de surpresa. Ela conta que não sabia do retorno. “Fiquei sabendo ao colocar minha barraca na esquina e foi aí que me avisaram. Logo vim pra cá e arrumei meus produtos. Foi um período difícil, mas ficava com a minha barraca aqui para poder ganhar alguma coisa, mas agora é esperar, pouco a pouco vamos seguindo”, contou a feirante que vive no assentamento Tamarineiro II e comercializa mudas de plantas, leite e pimenta.

Ofertando verduras, Dori Candia, que atua há cerca de 30 anos nas feiras livres, disse que soube um dia antes do retorno e que se preparou para voltar ao "batente". Porém, com risos, disse que perdeu a hora.

“Cheguei era umas 06h, perdi a hora, estava já desacostumando a acordar bem cedo, afinal ficamos seis meses parados, mas quando soube da volta, senti sensação e alívio, pois é daqui que tiro o sustento da família, apesar de ter colocado à venda alguns produtos na frente de casa”, mencionou Dori reforçando os cuidados contra o coronavírus. “Se estamos aqui, temos que seguir todos os protocolos, como o uso de máscaras e manter o distanciamento”, completou ao Diário Corumbaense.

Satisfeita com o retorno, a consumidora Anadir Monteiro, disse que seu filho foi quem a avisou que estava tendo feira, mesmo com quatro barracas. “Foi então que resolvi vir comprar algumas ‘misturinhas’ para o almoço. Fico feliz com a volta, pois sei da luta diária dos feirantes e sem contar que estava fazendo falta. Mas vim com máscara e álcool em gel. Vou comprar e voltar para casa”, falou.

“Sei o quanto eles precisam estar aqui vendendo os produtos, mas também entendo que essa parada nas vendas foi necessário por causa do novo coronavírus. Estou muito feliz e espero que dias melhores possam vir, mas lembrando de que todos nós temos que colaborar, cumprindo com os protocolos de segurança contra a doença”, mencionou Maria José Ojeda, que mora na frente da rua onde acontece a feira livre e trabalha com fornecimento de marmitas e salgados.

Reinventar foi preciso

Há mais de cinco anos trabalhando na venda de roupas nas feiras livres da cidade, a boliviana Miréia Herrera contou a este Diário, que já vinha se preparando para o retorno, mas que por não se encaixar nos produtos que estão autorizados a serem vendidos, ela teve que se adequar.

“Como vendia roupas, tive que me reinventar e partir para a venda de verduras. Investi e estou aqui trabalhando novamente. Mas quando tudo voltar ao normal devo ficar com a comercialização das roupas e também das verduras se puder, claro. Foi um período difícil para todo mundo, mas sabemos que ainda não está tudo liberado e temos que pouco a pouco voltar à rotina”, afirmou a boliviana, que mora em Corumbá.

Servidores da Coordenadoria de Fiscalização e Posturas da Prefeitura, vão acompanhar, todos os dias, o cumprimento do plano de biossegurança no que se refere à prevenção e combate ao novo coronavírus.

O horário de funcionamento é das 06h às 12h, somente das feiras regulamentadas pelo Município nos seguintes dias da semana e locais:

Domingo - Centro: perímetro formado pelas ruas Ladário, Dom Aquino, Tiradentes e Delamare;

Segunda - Cristo Redentor: rua Paraná, entre as ruas 15 de novembro e Antônio Maria Coelho;

Terça - Popular Nova: rua Cyríaco Félix de Toledo, entre as ruas Dom Pedro II e Dom Pedro I;

Quarta - Dom Bosco: rua Cuiabá, entre as ruas Ciríaco Félix de Toledo e José Fragelli;

Quinta - Universitário: rua Afonso Pena, entre as ruas Poconé e Eugênio Cunha;

Sexta - Aeroporto: avenida Joaquim Wenceslau de Barros, entre as ruas 15 de novembro e 7 de setembro;

Sábado - Nova Corumbá: rua Rio Grande do Norte, entre as ruas Ciríaco Félix de Toledo e Marechal Deodoro;

Sábado - Centro América: rua Fernando de Barros.