Lívia Gaertner em 27 de Janeiro de 2020
Anderson Gallo/Arquivo Diário Corumbaense Escolas de samba se apresentam nos dias 23 e 24 de fevereiro
E por falar em samba, nas escolas ele tem uma função muito importante: apresentar o enredo defendido no ano. Sendo assim, o Diário Corumbaense traz nessa matéria os sambas e apresenta os enredos que cada uma das escolas irá levar para a avenida General Rondon nos dias 23 e 24 de fevereiro, domingo e segunda-feira de carnaval.
A começar com a atual campeã. A escola de samba A Pesada se prepara para festejar a si própria, pois este ano, completou 5 décadas de fundação, ocorrida nos idos anos 70 quando surgiu da paixão do ainda presidente da agremiação, Neidival Colombo. Assinando o samba que traz entre suas frases mais emblemáticas o lema dos Mosqueteiros, personagens criados por Alexandre Dumas, “É um por todos e todos por um”, Paulo Uig, compositor de “cadeira cativa” na Pesada, em companhia de Gugu das Candongas.
Quem também fará uma homenagem a si mesma é a Unidos da Vila Mamona, escola igualmente tradicional na cidade e que reviverá numa nova roupagem um dos mais emblemáticos sambas-enredos de sua história. “A Vila vem Mostrar a Natureza”, de composição do comunicador João Luiz Gonzales, é presença certa no repertório mamonense desde o carnaval de 1983 quando estreou na passarela do samba de Corumbá.
Seguindo a linha das homenagens, a Imperatriz Corumbaense escolheu como enredo Felisberta Gama de Campos. Mais conhecida como “Maninha”, a homenageada completou 100 anos de vida em 2019 e figura como uma grande matriarca de quem soma-se uma extensa linhagem que já se encontra em tataranetos e da qual destacamos o neto Ricardo Campos Ametlla, atual secretário de Infraestrutura e Serviços Urbanos de Corumbá. Filha de Uruguaios, da cidade de Rivera, “Maninha” é a prova viva da cosmopolita Corumbá de outrora.
A influência do Oriente, história e cultura surgiram como enredo de duas escolas este ano. A Acadêmicos do Pantanal e a Estação Primeira do Pantanal, cada uma ao seu estilo, irão levar o folião para um mundo onde gênios em lâmpadas realizam pedidos, Sherazade traz histórias, Ali Babá e tapetes voadores dão o tom num mundo de encantos.
Já a vizinha Bolívia foi a fonte de inspiração para o enredo da Unidos da Major Gama que passeará pelos altiplanos, mostrando a mais famosa cordilheira da América Latina, os Andes, sem esquecer da porção oriente do país, onde estão localizadas as cidades fronteiriças de Puerto Quijarro e Puerto Suárez. A cultura com as danças típicas, a fé nas várias representações de Nossa Senhora, como Virgem de Cotoca e Urkupiña, também devem estar presentes no desfile.
O principal traço da formação do povo brasileiro, a miscigenação é que está dando o norte para o desfile da Império do Morro em 2020. Com um enredo que mostra a presença do europeu no Brasil através do advento das navegações, bem como a chegada dos negros pela mazela da escravidão unindo-se às diferentes etnias indígenas originariamente brasileiras, a Verde e Rosa de Corumbá busca construir o que chama de “Império Brasilis” numa referência ao nome da escola que anuncia logo nos primeiros versos do seu samba: “É verde e rosa a paixão dessa cidade.../Minha coroa nunca perde a majestade...”.
A Marquês de Sapucaí resolveu investir num enredo para agradar todo e qualquer corumbaense ao falar da própria Cidade Branca. Na letra do samba é possível perceber que, além das riquezas culturais como o cururu e siriri (ritmos entoados pela viola de cocho), a agremiação vai levar para a avenida o grande tesouro geológico que coloca Corumbá em destaque mundial, a Corumbella Werneri, fóssil do mais antigo organismo multicelular do planeta. Mas, se o samba dá dica de como vai ser o desfile da Marquês, podemos adiantar então que tudo irá acabar em um grande carnaval.
Na Mocidade da Nova Corumbá a expressão “brincar o carnaval” está sendo levada ao pé da letra, já que a escola da Zona Sul escolheu as brincadeiras de criança como enredo. Somente no refrão do samba são citados sete tipos de brincadeiras com as quais todo mundo um dia já se divertiu. E não fica por aí, o samba ainda reforça todo o lado lúdico, desde a confecção dos brinquedos com toda inocência e simplicidade da infância. O que se pode esperar da Mocidade, a julgar pelo samba-enredo, é um carnaval onde a criatividade e a imaginação do mundo de faz de contas das crianças deverá ser um ingrediente singular.
Ouça os sambas do Carnaval de Corumbá 2020, de acordo com a sequência das apresentações:
Domingo - 23 de fevereiro
Unidos da Major Gama
Mocidade Independente da Nova Corumbá
Acadêmicos do Pantanal
Unidos da Vila Mamona
Segunda-feira - 24 de fevereiro
Imperatriz Corumbaense
Marquês de Sapucaí
A Pesada
Estação Primeira do Pantanal
Império do Morro
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