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Mazé: investindo no esporte e na sociedade

Maria José Siqueira, a Mazé, se destaca como atleta, mas também desenvolve trabalho social

Camila Cavalcante em 08 de Março de 2010

Camila Cavalcante

Mazé se dedica às competições e ao trabalho social

Aos 39 anos, completados ontem, 07 de março, véspera do Dia da Mulheres, corumbaense, com um currículo de disputas e títulos invejados e um investimento social diário, a professora e atleta Maria José Siqueira se desponta como exemplo de mulher. Mais conhecida como “Mazé”, se destaca em Corumbá, pelo amor dedicado ao esporte que pratica: o vôlei. “Minha história com o vôlei aconteceu na escola, comecei a treinar e em cerca de um mês, já estava competindo; em menos de um ano já integrava a seleção da cidade e foi ele quem me deu a vida que tenho hoje. Devido ao esporte, me formei em Educação Física, sou atleta e já percorri o país em diversas disputas. O vôlei me mostrou o quanto posso conseguir. Atualmente estou engajada em um projeto que possui duas vertentes:  a educação e o treinamento esportivo. Me sinto realizada com a profissão que escolhi e com os frutos que tenho colhido.”

Atleta

O ano de 2009 para a atleta Mazé foi de muitos sacrifícios, pois como ela apontou, patrocínios são difíceis e patrocínio próprio é complicado. “No último ano, meu lado profissional ficou um pouco comprometido, mas nem por isso me abalei. Após minhas aulas, os treinamentos, encontro tempo para  treinar a atleta. Não posso me descuidar, estou sempre em constante movimento. Meus amigos sempre brincam que meu nome é Trabalho e meu sobrenome é Disposição, mas é verdade.”

Para  2010, ela conta que o lado profissional estará mais ativo, pois a questão de patrocínio  já está encaminhada. “Ainda neste mês de março, começo a competir, será em Uberlândia, Minas Gerais. Ser atleta é uma luta constante. Aqui em Corumbá ser apenas atleta é um grande desafio, pois é preciso se dedicar a uma outra área para se manter . O esporte que pratico e que ensino, chegou há pouco tempo em Corumbá, que é o vôlei de praia. Tenho orgulho de ser a pioneira, a trazer esse esporte para minha cidade natal e aqui poder repassá-lo para futuras gerações. Quando estava cursando a faculdade, almejava estar no topo do meu esporte, almejava ser uma das melhores atletas do país. Hoje, minha meta é diferente, pretendo ensinar o esporte às futuras gerações, e sei que além de contribuir com a prática esportiva, estou contribuindo para formar cidadãos”, disse ao Diário.

Promovendo cidadania

“Há algum tempo planejava colocar em prática um projeto social que havia montado, ele se chama “Vôlei Educa!”. Há um ano, recebi o apoio de algumas pessoas e consegui colocar o projeto em prática. Hoje, temos 60 crianças de 08 a 18 anos, aprendendo a jogar Vôlei de Praia e a se tornar cidadãos mais humanos e responsáveis”, contou Mazé.

O Projeto Vôlei Educa teve início com 50 crianças de baixa renda e neste ano de 2010, mais 10 vagas foram abertas. As aulas acontecem duas vezes por semana, na terça-feira e quinta-feira, a partir das 16 horas. “As crianças assistidas pelo projeto  são carentes, algumas delas retiramos de situações de risco e conseguimos lhes dar um novo sentido à vida. Além de aprender a jogar vôlei, elas aprendem que há regras, que cada um tem seu valor e suas responsabilidades. Não brigamos, às vezes surge uma bronca, aprendi que a conversa é o melhor meio de se conquistar o respeito e a confiança.”

Mulher

“Estou feliz com minha forma física, com minhas conquistas, com meu trabalho. Depois de treinar, de ensinar, encontro tempo sim para cuidar de mim, até porque toda mulher é vaidosa. Minha maior preocupação é com minha saúde. Tenho uma vida de atleta mesmo. Não tomo álcool de maneira alguma. Refrigerante se tomar um copo, já digo que estrapolei minha cota do mês”, brincou.

“Minha alegria, minha diversão é estar com minha família. Se alguém quer me agradar, é só me chamar para um bom bate papo, gosto muito de conversar, é por isso que tenho muitos amigos.” Perguntada, o que é ser mulher nesse mundo perplexo, Mazé respondeu: “Ser mulher, é ser auto-suficiente, é ser responsável. Foi época em que mulher dependia exclusivamente de marido, hoje, ela soma em todas as atividades com seu parceiro. A mulher de hoje divide a responsabilidade do mundo em que vivemos com os homens”.