G1/MS em 28 de Janeiro de 2023
Reprodução/Redes Sociais
A pequena Sophia, morta aos dois anos
O casal foi preso em flagrante por suspeita de homicídio qualificado por motivo fútil e estupro de vulnerável, da criança, de acordo com a Polícia Civil. Eles estão na carceragem da Delegacia de Pronto Atendimento Comunitário (Depac) Centro e devem ser encaminhados para unidades penais. O padrasto para a penitenciária estadual Masculina de Regime Fechado da Gameleira e a mãe para o estabelecimento penal Feminino "Irmã Irma Zorzi".
Sophia foi sepultada na manhã deste sábado (28), em Campo Grande. Ela chegou morta à unidade de Pronto Atendimento (UPA) do bairro Coronel Antonino, na quinta-feira (26).A polícia investiga a suspeita de espancamento por parte do padrasto da menina e possível estupro. De acordo com o delegado do caso, Pedro Cunha, a criança tinha muitos hematomas pelo corpo. A mãe levou a menina à unidade de saúde, onde ela já chegou morta. Os médicos constataram que o óbito havia ocorrido cerca de quatro horas antes. No corpo da vítima havia vários hematomas e indícios de violência sexual.
Pai pediu a guarda
O pai de Sophia, Jean Carlos Ocampo, já tinha pedido a guarda da menina antes do crime. De acordo com a Polícia Civil, o pai da criança realizou duas denúncias de maus-tratos em 2022 e ambos os inquéritos policiais foram concluídos e encaminhados ao Ministério Público de Mato Grosso do Sul (MPMS).
“O pai da criança já tinha registrado boletim de ocorrência aqui na DEPCA, dois boletins de ocorrência de maus-tratos. Em novembro e em março do ano passado, ambos já haviam sido concluídos, e encaminhados ao Poder Judiciário”, afirma a delegada Anne Karine Trevisan.
Igor de Andrade, companheiro do pai da vítima, relatou ao G1 que eles tentaram conseguir a guarda da criança, mas um dos impedimentos seria a homofobia por parte da mãe de Sophia. “Ela dizia que não deixaria a filha com dois homens”, contou.O parceiro ainda relatou que as visitas à menina só foram possíveis após o pai da criança entrar na Justiça e, assim mesmo, só via a filha do jeito que a mãe determinava.
O G1 procurou o MPMS para saber o andamento do processo. Em nota, o Ministério Público Estadual informou que um dos processos foi arquivado após a avó, a mãe e o pai da criança serem ouvidos. A outra ocorrência não chegou ao órgão.
Confira a nota na íntegra:
"A Assessoria de Comunicação do MPMS, em contato com o Promotor de Justiça que atua no Juizado Especial, foi informada que referente ao caso da criança Sophia de Jesus Ocampo, foi registrado, em janeiro de 2022, um Termo Circunstanciado de Ocorrência (TCO) por maus tratos, na 10ª Vara do Juizado Especial Central.
Na época, foram ouvidas pela Polícia Civil: a avó e a mãe da criança que relataram não ter havido maus-tratos com a criança e que não havia interesse no procedimento criminal. Por sua vez, o comunicante da ocorrência, o pai, compareceu na audiência preliminar designada e informou perante a autoridade policial que os maus tratos não voltaram a repetir.
Em razão da atipicidade material do fato o Ministério Público, requereu o arquivamento do feito. Por consequência, a Juíza Eliane de Freitas Vicente acolheu a manifestação do representante do Ministério Público e determinou o arquivamento do procedimento, ressalvada a possibilidade de desarquivamento, nos termos do que dispõe o artigo 18 do CPP. Em dezembro de 2022, uma nova ocorrência foi registrada junto à 11ª Vara do Juizado Especial e não foi distribuída ao MPMS."
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