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Oficina reuniu pesquisadores de turismo levando propostas para o porto de Corumbá

Caline Galvão em 28 de Outubro de 2016

Presente pela segunda vez em Corumbá, uma equipe de pesquisadores de projeto científico no setor de turismo no Pantanal realizou oficina, na tarde de quinta-feira (27), para apresentar metodologia de capacidade e suporte do turismo na cidade. O evento aconteceu na Unidade III do Campus do Pantanal da UFMS. O projeto “Ciência e Sociedade no Pantanal: Integrando conhecimentos para a sustentabilidade socioambiental” é um dos vários gerenciados pelo Centro de Pesquisa do Pantanal (CPP), com sede em Cuiabá. O CPP foi fundado há cerca de quinze anos e tem participação de pesquisadores da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, Universidade Federal de Mato Grosso, Universidade Estadual de Mato Grosso do Sul e outras entidades.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Pesquisadores expuseram metodologia para turismo na região portuária de Corumbá

O Centro de Pesquisa do Pantanal é uma Organização da Sociedade Civil de Interesse Público (Oscip) que surgiu para suprir uma lacuna na área de pesquisas específicas sobre o Pantanal e vem desenvolvendo vários estudos científicos dentro da área da piscicultura, bovinocultura, turismo e demais abrangências. “Esse trabalho sobre a capacidade de carga no turismo é um projeto que tem uns dois anos e foi uma proposta nossa para que o CPP também apoiasse a atividade do turismo. O Centro faz toda a parte de pesquisa, no entanto, na aplicação dos resultados cabe à sociedade apoiar, se envolver e criar porque não adianta você ter a parte só da pesquisa e não ter a sua aplicabilidade”, afirmou Jaime Okamora, empresário do ramo de turismo em Cuiabá que integra o CPP como consultor.

Financiado pelo Ministério da Ciência, esse é o primeiro projeto do CPP voltado ao setor de turismo e é composto por etapas. Primeiro, os pesquisadores fizeram levantamento da bibliografia no Mato Grosso do Sul e Mato Grosso que discutisse essa questão e foi descoberto que há muito pouco sobre esse trabalho dentro do Pantanal. Em função disso, os pesquisadores descobriram que não existe praticamente nenhum trabalho voltado a saber como é esse fluxo no Pantanal e qual a capacidade de suporte. “Você não tem como propor nenhuma política pública em função disso. Não existe praticamente nenhuma estatística sobre esse trabalho”, afirmou Jaime ao Diário Corumbaense.

Depois disso, houve contato com pessoas que trabalham de alguma forma com o turismo no Pantanal e o projeto agora está em sua última fase. “A gente agora está acompanhando para ver o que cada um tem que definir para saber se eles vão aderir ou não, se é importante para eles, porque nenhum trabalho deve ser desenvolvido se a pesquisa não envolver as pessoas que estão dentro do setor de turismo. A importância de estarmos aqui em Corumbá é apresentar esse resultado. Chegamos à conclusão que esse trabalho é algo pioneiro e que pode servir para realização de outras ações na área de turismo”, concluiu Jaime Okamora.

A oficina foi realizada na Unidade III da UFMS com participação de profissionais que trabalham com turismo

Proposta do projeto é voltada para orla portuária de Corumbá

Silvana Lucato Moretti, coordenadora do projeto, explicou que o estudo está baseado em seis eixos e o quinto eixo é exatamente o que foi discutido durante a oficina realizada em Corumbá. “O eixo número cinco é para que a gente possa desenvolver uma metodologia para inserir a capacidade do suporte no Pantanal para o turismo. Nessa oficina apresentamos o resultado dessa metodologia. Estamos trabalhando no projeto há dois anos e já fizemos diagnósticos em Corumbá, Poconé, Barão, Campo Grande, Cuiabá. Nós vamos fazendo oficinas com a comunidade e vamos filtrando as ações onde poderíamos estar atingindo com essa metodologia”, disse Silvana.

Em oficinas anteriores, ficou decidido que o melhor lugar para a metodologia seria Corumbá, para onde eles vieram ano passado, fizeram oficina de diagnóstico, trabalharam com a Fundação de Turismo e foi definido que a área para realizar o projeto seria na região portuária. “Passamos esse período executando mapas, metodologias, discutindo para apresentar para a comunidade e saber se essa comunidade vai usar o que seria melhor para essa área portuária de Corumbá”, afirmou Silvana a este Diário.

Heros Augusto Santos Lobo, professor da Universidade Federal de São Carlos, no Estado de São Paulo, é bacharel em turismo, mestre em Geografia e doutor em Geociências e Meio Ambiente. Ele faz parte da equipe de pesquisa do projeto e esteve em Corumbá durante a oficina. “A metodologia de capacidade de suporte é baseada tanto nas demandas da sociedade quanto no que há nas condições do ambiente. Uma parte da oficina é a captação das demandas dessa sociedade, por isso que é importante a participação de atores locais para que as pessoas possam dizer o que é importante para o turismo na área que a gente está estudando, que é a região do porto. E, por outro lado, trabalhamos com mapas que já foram produzidos que mostram as condições da região do porto. Temos dois mapas muito importantes que é o estado de conservação desses imóveis tombados e o regime legal de proteção. A partir dessas informações, cruzando com as demandas da sociedade, a gente tenta encontrar qual o limite adequado de uso para essa região e de que formas são possíveis de se utilizar isso do ponto de vista do turismo”, explicou o pesquisador.

Parte da equipe composta por pesquisadores de Cuiabá/MT, Dourados/MS e São Carlos/SP se hospedou em hotel

Para ele, há dois grandes focos de importância nessa pesquisa. O primeiro deles é a oportunidade de a população local poder fazer o turismo de forma organizada e, com isso, a possibilidade de atrair melhores investimentos e colher benefícios sociais. O segundo foco de importância é a própria conservação da paisagem, do ambiente e da cidade. “Além de você beneficiar no uso adequado, você proporciona também um planejamento melhor para o município e para as áreas que são estudadas”, disse Heros Lobo.

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