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Hortaliças podem ser compradas a partir de R$ 1,00 na Feira Agroecológica da UFMS

Caline Galvão em 24 de Outubro de 2016

A Feira Agroecológica do Campus do Pantanal da UFMS continua acontecendo todas as terças-feiras, das 07h às 11h, no saguão que dá acesso à biblioteca da Universidade, na unidade I. A feira é atividade do projeto de extensão coordenado pelo professor Edgar Aparecido da Costa e dela participam sete famílias do Assentamento 72, de Ladário. O projeto, que começou em maio, acontece até dezembro deste ano.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

O diferencial dos produtos é que são mais saudáveis por não terem veneno

Desde que teve início, dona Louzanina Lima participa da feira. Ela cultiva verduras e hortaliças e produz queijo no assentamento 72. “Eu acho isso muito bom. É um espaço onde a gente pode trazer nossas verduras, nossos produtos, para a gente poder comercializar e divulgar os produtos que a gente tem no sítio. Esses são produtos mais saudáveis porque não existe agrotóxico neles”, afirmou a agricultora. Ela contou também que um grupo de pesquisadores da Embrapa Pantanal sempre aparece no sítio para fazer orientações. Nas  terças-feiras, dona Louzanina acorda por volta das 03h da madrugada, sai de lá por volta das 05h e chega à feira na Universidade às 07h.

Além de serem produtos mais saudáveis, são mais baratos que nos supermercados. A alface roxa, jiló, almeirão, cebola e beterraba, por exemplo, estão por R$ 2,00 na barraca da pequena produtora. A cebolinha sai por R$ 1,00, a berinjela por incríveis R$ 0,50 a unidade, e o espinafre por R$ 1,50. Mas na feira há uma diversidade enorme de produtos, incluindo mel, doces, queijos que variam de R$ 10,00 a R$ 15,00, tomates, maçãs, e outros alimentos. Na feira também estão à venda produtos de crochê fabricados pelas mulheres da região de Maria Coelho. Jogos de banheiro, toalhas de mesa, tapetes para sala, caminhos de mesa, jogo de cozinha, tudo isso pode ser adquirido.

Pesquisadores da Embrapa também participam do projeto orientando e fiscalizando a produção

A feira agroecológica faz parte do projeto da Incubadora Tecnológica de Cooperativas Populares do Pantanal e da Fronteira que foi constituída em 2013 no edital do Conselho Nacional de Desenvolvimento Científico e Tecnológico (CNPQ) junto com a Secretaria Nacional de Economia Solidária (Senaes) e o Prolink, que é o programa nacional de Incubadoras.

“É uma incubadora tecnológica que tem o diferencial que trabalha com comunidades. Essas incubadoras são focadas no atendimento de pessoas com mais dificuldades econômicas. Existem inúmeras incubadoras no Brasil, algumas focadas no meio rural, outras com catadores de lixo, outras com pescadores, extrativistas, nós estamos com nosso trabalho focado na agricultura familiar. A incubadora é um prosseguimento de um projeto que a gente tinha que buscava estabelecer alternativas de produção para agricultura familiar de Ladário para depois a gente tentar trabalhar com Corumbá”, explicou o professor Edgar Aparecido da Costa, idealizador da feira agroecológica e líder da incubadora.

Três funcionários da Embrapa Pantanal também participam do projeto e fiscalizam periodicamente o cultivo dos agricultores que participam da feira. “Eles desenvolvem projetos que são associados a projetos que a gente está fazendo para que os agricultores possam ter institucionalmente a legalidade para estar trabalhando. Inicialmente, os pesquisadores ensinaram a fazer horta e a usar caldas agroecológicas que são alternativas para espantar as pragas evitando a utilização de veneno. O acompanhamento é no máximo quinzenal, mas quase toda semana estamos no assentamento verificando como eles estão fazendo, as dificuldades que estão tendo, se estão cumprindo com as metas e determinações de produção que a gente passa para eles”, explicou Edgar.

Clientes podem encontrar produtos em crochê fabricados pelas mulheres da região de Antônio Maria Coelho

A partir disso, foi organizado o grupo que se chama “bem-estar”, que é uma reunião de famílias que estão mais avançadas nesse processo de transição agroecológica. “Hoje, a gente não pode dizer que esses produtos são orgânicos porque não são certificados ainda. Para receber o selo de orgânico, precisam ser reconhecidos pelo MDA como tal e a gente vem trabalhando nisso, portanto, chamamos de produtos em transição agroecológica. O diferencial é que não tem veneno, mas ainda falta o reconhecimento para certificação do selo orgânico”, concluiu Edgar.

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