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Familiares e amigos se despedem do jornalista Michel Lorãn

Caline Galvão e Ricardo Albertoni em 22 de Outubro de 2016

Tristeza e comoção marcaram o velório e sepultamento do jornalista Michel Lorãn Ribeiro Amaral, de 25 anos, neste fim de semana, em Corumbá. De sorriso contagiante e sempre com muita energia, o jovem repórter vai deixar saudades pelo seu carisma, sua educação e seu comportamento amigável, humilde e bastante familiar. Muito comovidos por sua partida precoce, alguns daqueles que se despediram do jornalista contaram ao Diário Corumbaense quem foi Michel Lorãn.

“Deus colocou essa criatura maravilhosa na nossa família e ele partiu assim, de repente. Um garoto feliz, esperto, educado. Ele tratava as pessoas da família sempre com bênção e um beijo no rosto. Ele era um cara diferenciado. Era um espírito de luz. Era um menino muito religioso. A mãe dele me disse que ele vinha há alguns dias junto com ela  rezando o terço da Misericórdia. Tenho certeza que ele cumpriu seu propósito na Terra, onde passou, plantou o amor e floriu”, relatou o tio dele, Jorcinei Conceição Dias Amaral.

Ricardo Albertoni/Diário Corumbaense

Velório acontece na capela funerária da Cristo Rei, em Corumbá

Jornalista experiente, Antonio Carlos Miranda de Souza, lamentou a morte do colega. “Profissional iniciando praticamente sua carreira depois de um período de estágio na TV. Foi fazer jornalismo e gostou da profissão, se formou, voltou para a terra. Nem dois anos de carreira, quando estava querendo subir na carreira, almejando já um espaço maior na emissora vem uma fatalidade dessas. É lamentável para todos nós, difícil imaginar que uma pessoa tão jovem, esbanjando alegria aconteça uma coisa dessas”, disse o jornalista.

“A gente sente muito, é difícil acreditar que isso tenha ocorrido, só temos a lamentar o fato de que ele tinha muita coisa pela frente, um garoto inteligente, que gostava da profissão que ficaria pouco tempo em Corumbá, como acabou ficando pouco tempo infelizmente de outra forma. Esperávamos ele em grandes emissoras do Brasil, que fosse mais um de Corumbá apresentando seu trabalho. Infelizmente com o Michel não aconteceu isso, mas está em boas mãos”, concluiu Antonio Carlos Miranda.

“Ele era uma personalidade transparente com todo mundo. Michel sempre foi aquela pessoa de demonstrar um carinho extremo, respeito pelas pessoas, sempre foi assim desde pequeno”, disse a professora e jornalista Lívia Gaetner. Ela conheceu Michel quando ele tinha 11 anos e, na época, era professora dele. “Eu lembro muito dele diante de uma turma tão grande pelo fato de ele ser carinhoso, de vir sempre abraçar, falar do que gostava, falar das aulas. Ele sempre foi muito ligado nessas áreas das letras e comunicação, já escrevia desde novo”, relembra Lívia.

Reprodução/Facebook

Michel se divertiu com amigos durante passeio a balneário no domingo, três dias antes de ser internado

“Ele optou por fazer Letras e, na época, pediu orientação a mim se continuava em Letras ou fazia Jornalismo. Eu falei para que seguisse o coração dele e ele foi fazer o curso em Campo Grande. Sempre foi esse menino, era alegria, era luz”, disse Lívia. “O domingo passado foi memorável, foi impressionante como foi só de alegria e grande parte disso foi por causa dele. Quando ele chegou foi uma despedida sem a gente saber, por isso que me sinto privilegiada por conhecê-lo e ele de, de uma certa forma, ter escolhido fazer essa despedida com a gente no balneário”, disse Lívia ao lembrar que Michel passou o domingo, 16 de outubro, em companhia de um grupo de amigos jornalistas.

“O que vai ficar dele é alegria, respeito pelas pessoas, pela família, uma devoção muito grande porque era muito religioso. Ele nunca deixava para depois falar que gostava de você. No domingo mesmo, ele me beijou muito e disse que gostava muito de mim, no meio das brincadeiras. A gente aprende que tem que falar, demonstrar, se expressar e tratar todo mundo com muito respeito, carinho e amor”, concluiu Lívia.

Aneurisma cerebral pôs fim à vida do jornalista

Aos 25 anos, com a carreira profissional apenas começando, Michel já havia feito grandes reportagens pela TV Morena em Corumbá, afiliada à Rede Globo. Havia anteriormente trabalhado no SBT em Campo Grande e decidiu pela profissão depois de ter entrado pela primeira vez no estúdio da TV Morena da cidade pantaneira. Desistiu do curso de Letras e seguiu seu coração, foi fazer o curso superior em Comunicação Social na UFMS, na capital sul-mato-grossense.

Anderson Gallo/Diário Corumbaense

Michel, fotografado por Anderson Gallo, do Diário Corumbaense, durante uma pauta jornalística em Forte Coimbra

Jornalista promissor, repórter da TV Morena desde abril de 2015, Michel Lorãn sofreu aneurisma cerebral na noite de quarta-feira (19). Ele foi encontrado desacordado pela avó, com quem morava. Internado na Santa Casa de Corumbá, logo foi transferido de avião para Campo Grande, onde faleceu na sexta-feira (21).

Antes de ser contratado pela TV Morena, Lorãn havia sido estagiário na emissora, no G1 MS. Lorãn atuou por quase três anos como missionário da Diocese de Cuiabá. Um dos projetos desenvolvidos por ele levava cidadania a ribeirinhos do distrito de Albuquerque, em Corumbá, com informações sobre direitos e obtenção de benefícios.

Michel deixa os pais e um irmão de 19 anos. O corpo foi sepultado na manhã deste domingo (23), às 09h no Cemitério Santa Cruz. (matéria editada às 10h11 de domingo para atualização de informação).

 

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